quinta-feira, 23 de maio de 2019

Humano, demasiado humano.

 
 
Botswana

 
Uma notícia triste, tristíssima. O Botswana decidiu levantar a proibição de caça aos elefantes. Há quem diga que essas caçadas contribuem para o equilíbrio dos ecossistemas e até, paradoxalmente, acabam por salvar elefantes. Duvido. E, como eu, muitos também duvidam. De uma coisa, porém, temos a certeza: que prazer pode existir em matar e fazer-se fotografar ao lado de um animal tão majestoso, complexo e belo? Sim, que prazer existe? Há muita discussão sobre animais humanos e animais não-humanos, sobre o que nos define como espécie único. Mas, mesmo para os que entendem que somos especiais, porque somos «humanos», matar um elefante não nos torna menos humanos? Por cada elefante que é morto, é a própria humanidade do Homem – aquilo que o define como «único» - que também morre um pouco. Não é preciso termos uma atitude «animalista» para condenarmos a barbárie sobre os animais. Basta entendermo-nos sobre o que significa ser «humano», ainda que por vezes, como diria Nietzsche, humano, demasiado humano.



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