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Gaza, 14 de Novembro de 2012
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Divulgada
em finais do ano passado, a imagem de um pai palestiniano, chorando a morte do
filho nos braços, correu mundo. Foi das mais marcantes de 2012. Captada por Majed Hamdan, um
repórter da Associated Press, logo foi dito que a criança tinha sido vítima de
um ataque de Israel. Agora, como se refere aqui, uma comissão das Nações Unidas concluiu que Israel
não foi responsável por esta morte – como então se clamou aos quatro ventos – e,
mais ainda, que tudo indicia que haja sido vítima, isso sim, de um rocket palestiniano. Nas imediações da
sua casa, onde morreu, verificaram-se nesse dia vários disparos de rockets. O Washington Post,
que publicara a fotografia dizendo que a morte ocorrera no decurso de um ataque
aéreo israelita, vem agora publicar uma nota editorial esclarecendo o caso.
Também a Associated Press afirmou que a morte se deveu, muito provavelmente, a
um rocket palestiniano, isentando Israel
de quaisquer responsabilidades. A morte de uma criança, de uma criança de onnze meses, é horrível, nada o
justifica. Menos ainda se justificada ser usada como instrumento de propaganda e
desinformação. Aliás, o caso fez-me lembrar uma situação muito similar,
ocorrida na Faixa de Gaza em 2000, conhecida como Incidente de Muhammadal-Durrah. O dito conhecido tem inteira razão: na guerra, a primeira coisa a morrer é a verdade.
António Araújo
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