Vende-se.

 

Fotografia de Augusto Brázio

 

Há alguns anos, Luísa Ferreira lançou um interessantíssimo projecto fotográfico: Há quanto tempo trabalha aqui? Foto-reportagem junto de comerciantes e empregados de lojas antigas, algumas centenárias. Retratos de vidas passadas, ano após ano, na mesma loja, no mesmo estabelecimento.

 

Fotografia de Augusto Brázio

 

 

            Agora, Augusto Brázio apresenta Vende-se. A exposição, comissariada por Sérgio B. Gomes, abre amanhã no Museu do Neo-Realismo, em Vila Franca de Xira. O livro Vende-se vende-se aqui, editado pela Ghost. A pergunta poderia ser: há quanto tempo não trabalha aqui? Lojas fechadas, espaços desolados no centro de Lisboa, no Porto e no Norte, no Algarve, um retrato da crise ou talvez mais do que isso. É claro que a temática não é original, nem pretende sê-lo. Nestes levantamentos ruinosos, o que importa, mais do que a «arte», é a profundidade e exaustividade do inquérito. E, nesse aspecto, Augusto Brázio palmilhou muito comércio. Fez trabalho de campo, em grande. A não perder, antes que feche.