Sobre
a rapariga vietnamita que fugia das bombas, cuja imagem ficou célebre, já falámos, mas falaremos
mais detalhadamente um dia, se pudermos. A sua história é extraordinária, e foi contada num livro
único, The Girl in the Picture, de Denise Chong.
Também tentaram saber quem era o rapaz judeu do gueto de Varsóvia. The Boy. A Holocaust Story, de Dan Porat, o livro que daí resultou, é menos concludente e convincente.
O que aqui nos traz é mais uma história
de reencontros, que Malomil tanto aprecia. São «metáfora da vida», como diria
alguém que conheço bem, ao fim de 9 anos de convívio muito próximo. A história conta-se em poucas palavras. Há 40
anos, um marine sul-vietnamita, Bao
Tran, salvou uma criança na Guerra do Vietname. Bao Tran entregou-a a um
orfanato religioso, a criança foi para os Estados Unidos, onde foi adoptada por
uma família americana com o nome de Kimberley Mitchell. Curiosamente, também
viria a seguir a carreira militar, formando-se na Academia Naval.
Bao Tran e Kim Mitchell
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Como refere o Albuquerque Journal, há dias, no Novo México, Kimberley
Mitchell reencontrou-se com o homem que a resgatou da morte provável há quatro décadas. Nunca se
tinham visto. Uma história americana,
com final feliz. Gente feliz com lágrimas. É caso para isso. Que teria sucedido
à bebé se acaso não tivesse sido resgatada por Bao Tran, que nem inglês sabe
falar? Provavelmente, hoje estaria morta. E nada disto, nada desta vida, que é
a sua, teria acontecido. Obviamente, não teria existido reencontro algum, nem
Bao Tran estaria ali, fardado no Novo México, dizendo na sua língua que ver um dia a
criança que salvara era um sonho que alimentou durante décadas. Não sei
se estes reencontros serão a metáfora da vida ou a vida feita metáfora. Em qualquer caso, bom dia a todos, com mais um tónico Frank Capra. It's a wonderful life.
António Araújo
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