Fonte: Wikipedia
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Para sabermos se existe ou não «consenso» na comunidade
científica norte-americana sobre o papel dos seres humanos nas alterações climáticas,
um tema que me ocupou recentemente, e ao meu caro Manuel S. Fonseca, este
gráfico é esclarecedor:
- 84 % dos
membros da AGU (American Geophysical Union) e da AMS (American Meteorological Society) entendem
que os seres humanos têm uma influência
significativa nas alterações climáticas
- 98% dos
cientistas climáticos mais publicados,
idem
- 98% dos
climatologistas mais publicados, idem
- 90 % dos cientistas que publicam artigos sobre
alterações climáticas, idem
- 88 % dos climatologistas, idem
- 82 % dos inverstigadores em ciências da Terra, idem
Qual a
percentagem dos cientistas que defende que os seres humanos não têm nenhuma ou
têm pouca influênmcia nas alterações climática? 16%, 6 %, 3 %, 1 %....
A
diferença é de 80 a 90% contra 6 ou 5 %.
Creio que,
em face dessa gritante disparidade, se pode dizer que há um consenso – um consenso
robusto – na comunidade científica dos EUA em torno da significativa (insiste-se: significativa)
influência humana nas alterações climáticas.
Ninguém
deseja ou espera o unanimismo, e menos ainda um consenso à força. Ninguém julga, creio eu, que a sociedade
americana é totalitária e que aquele consenso científico foi obtido à maneira soviética,
título do artigo de Manuel Fonseca.
E,
portanto, o consenso aí está: 90 %, 88 %, 84 % dos cientistas são a favor da
ideia de que os seres humanos têm um impacto significativo no aquecimenmto global.
Fonte: Wikipedia
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É com base
num consenso destes, sempre precário e falível, mas esmagador e eloquente, que
os governos e os cidadãos devem agir (ou não).
Pessoalmente,
adoraria estar enganado, adoraria dar razão aos cientistas ultraminoritários.
Nada me faria mais feliz.
Mas, como
não sou cientista nem versado no assunto, na dúvida prefiro escolher o que
dizem 98 % dos peritos ao que dizem uns 5 ou 6 %. Parece-me de uma sensatez
elementar. E da máxima boa-fé.
António Araújo
PS – ontem encontrei na rua o meu amigo João Miguel Tavares,
a quem falei no livro The Uninhhabitable Earth, ao que ele me perguntou se também eu era «catastrofista». Hoje, o
João Miguel tem, como sempre, uma bela crónica a criticar o uso do termo «negacionista» (e concordo em absoluto com ele: é estúpido e contraproducente censurar ou silenciar os ultraminoritários).
A comparação com os negacionistas do Holocausto é, obviamente, um expediente
retórico com o seu quê de manipulatório. Mas a comparação com o Holocausto vai
mais longe, e está naquele livro de que atrás falei: se a temperatura subir de
1,5 para 2 graus, segundo cálculos do IPCC, morrerão 150 milhões de pessoas. O
que equivale a 25 Holocaustos. Vinte cinco.
Em face
disso, a guerrilha verbal de «catastrofistas» ou «negacionistas» é uma
discussão sobre o sexo dos anjos, enquanto o mal entra nas cidadelas de
Constantinopla.
Em face
disso, importa saber: Manuel S. Fonseca, João Miguel Tavares e os leitores deste
blogue estão com o que dizem 90% ou 6% dos cientistas? É essa a questão, só
essa. E o resto é conversa.
Meu Caro António, já conhecia este argumento. Habituei-me a admirar a sua inteligência e as suas surpresas argumentativas. Quero dizer-lhe que a sua agilidade argumentativa é bem superior a esta estatística, cuja formulação e arranjo já de si cheira a mofo. Vou, com muito gosto, enviar-lhe um admirável texto de um filósofo canadiano, que me dei ao trabalho de traduzir. Eu vou publicá-lo na minha Página Negra. Se lhe vir algum valor, publique-o também. É provocatoriamente a reivindicação de se ser "negacionista". Mas é sobretudo uma afirmação de racionalidade.
ResponderEliminarNo mais, quero agradecer-lhe ter comentado criticamente um texto meu e ter, depois, acolhido com tão bom espírito a minha resposta. O seu blogue é um exemplo de saber. O resto é conversa. Um abraço. Manuel S. Fonseca
Caríssimo Manuel,
ResponderEliminarenvie-me o texto, por favor, gostaria imenso de o publicar!
Um abraço, com a estima de sempre do
António
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ResponderEliminar2 gráficos de temperaturas:
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