sábado, 26 de outubro de 2019

Pato à Pequim.

 
 
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Uma coisa que não percebo ou, se percebo, percebo que é pelas mais vis e venais razões. O El País aceita ter no seu interior um extenso caderno de várias páginas chamado China Watch que é um descarado panfleto de propaganda ao regime de Pequim. Notícias sobre notícias do império maravilhoso, nem uma palavra sobre direitos humanos, minorias étnicas, Prémio Sakharov, protestos nas ruas. É esta a matriz ética do El País? E, já agora, de muitos jornais portugueses que se prestam ao mesmo serviço? E de sociedades de advogados lisboetas, como a Morais Leitão, Galvão Teles, Soares da Silva & Associados, que são membros honorários de uma coisa chamada Associação de Amigos da Faixa e Rota?
          Por uma vez: a China é uma ditadura. Não tem liberdade de expressão, direitos humanos, outras garantias básicas e, portanto, outra vez: a China é uma ditadura. O El País, que eu saiba, não foi um projecto jornalístico criado para apoiar ditaduras ou ser subsidiado por elas. Na China, o El País não existiria – esse é o ponto. E se falassem aos jornalistas do El País ou aos advogados da Morais Leitão que estavam a apoiar Hitler ou Goebbels, ai jesus. Hoje não há Hitler nem Goebbels, ainda que haja candidatos a isso. Hoje, a maior ameaça à democracia e aos direitos humanos à escala mundial é a China. Mas, claro, é melhor olhar para o lado na hora de fazer dinheiro, que a vida custa a todos. DESPREZÍVEL.
 
 
 

3 comentários:

  1. Viva, Ana! Às vezes, penso que só V. me compreende…

    Com amizade,

    Calimero

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  2. Ameaça a tudo. Incluindo ao ambiente, aos tubarões, cavalos marinhos e rinocerontes. Mas não ouvirá um ecologista dizer isso.

    Nem o Tonecas!

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