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terça-feira, 30 de abril de 2013
segunda-feira, 29 de abril de 2013
Uma entrevista esquecida.
Ferro, Salazar e Lefèvre em Sintra, 4
de Agosto de 1935.
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No verão de 1935, António Ferro,
director do Secretariado de Propaganda Nacional, convidou Frédéric Lefèvre,
redactor principal do semanário francês Les
Nouvelles Littéraires, a deslocar-se a Portugal para entrevistar Salazar.
A entrevista realizou-se em dois
encontros com o ditador, que recebeu o visitante em sua casa, na Rua Bernardo
Lima, e com ele conversou em passeios de automóvel e a pé pelos arredores de
Lisboa, sempre na companhia do “encenador” António Ferro. Foi publicada em dois
números sucessivos do semanário francês, postos à venda a 24 e 31 de Agosto de
1935, na rubrica “Une heure avec…”
A primeira parte da entrevista foi
publicada em tradução portuguesa no Diário
da Manhã de 3 de Setembro de 1935, com a indicação final “Continua”. A
segunda parte, que logicamente deveria ter sido publicada pelo jornal da União
Nacional uma semana depois (dia 10), não o foi. Buscando na colecção do diário
a continuação da entrevista nos números e semanas seguintes, nada encontrei,
estranhando, porém, que uma entrevista de Salazar ficasse suspensa sem qualquer
justificação.
Diga-se que a 9 de Setembro começara
a ser neutralizada em Lisboa uma tentativa de golpe liderada pelo
capitão-de-mar-e-guerra Mendes Norton, há muito esperada pelo governo, que
estava ao corrente dos preparativos. Salazar, em férias no Caramulo, acorre à
capital no dia 10, com a conjura já sufocada. O país não dera por nada e só foi
informado dos acontecimentos por uma nota oficiosa do governo publicada a 11. No
dia 14, com os revolucionários já todos presos, Salazar estava de volta ao Caramulo,
para continuar as férias.
Não se sabe ao certo a que se deveu a
não publicação da continuação da entrevista, mas a essa decisão não foi
certamente alheio o próprio Salazar. A razão pode estar relacionada com o
ambiente político pós-golpe ou algum aspecto do conteúdo da entrevista julgado
inconveniente naquele momento, questão sobre a qual apenas podemos especular.
A entrevista, que abaixo se
transcreve integralmente do original em francês, quedou-se até hoje no
esquecimento, pois a parte publicada no Diário
de Manhã nunca foi reeditada e a segunda parte não foi traduzida nem está
disponível senão na sua edição original francesa em papel. O seu conteúdo
raramente foi citado em livros ou artigos e, quando o foi, apenas se reproduziu
um ou outro pequeno trecho.
Considero esta entrevista bastante
esclarecedora de vários pontos fulcrais do pensamento político do ditador em
meados dos anos 30 e até de alguns aspectos pessoais, relacionados com a sua
formação intelectual. Por exemplo, as confidências de Salazar sobre leituras e
influências doutrinárias, acrescentam alguma coisa ao que já se sabia a esse
respeito. Destaco na entrevista os seguintes temas: o elogio do “espírito de
pobreza” naquele período de ressaca internacional da Grande Depressão, a
crítica da política americana do New Deal (referência às políticas económicas
dos “americanos” visando combater a crise e aumentar a produção e o consumo), as
considerações sobre a liberdade, a ditadura, a censura, a moralidade, o Estado,
o direito, a maleficência do parlamentarismo, as “forças ocultas” (a Maçonaria
tinha sido extinta por lei em Portugal dois meses antes), as elites, a crítica
da “idolatria da instrução” e o elogio da felicidade dos iletrados.
Especialmente de salientar é a firme convicção do ditador de que em vinte ou trinta anos não haveria no
mundo um único parlamento com o poder de fazer leis, acreditando, assim, piamente
que nas décadas de 50 ou 60 todo o poder legislativo estaria concentrado em
executivos ditatoriais.
Nada de especial a dizer do trabalho
do prestimoso senhor Lefèvre, que além do ano de nascimento (1889) e da firme fé
católica, tinha ainda em comum com Salazar a origem modesta e rural. Lefèvre não
omitiu alguns temas incómodos nas perguntas que fez ao ditador, mas sente-se bem
a sua gratidão ao regime e a António Ferro pela semana que passou em Lisboa, coisa
que o SPN costumava custear.
Frédéric Lefèvre foi redactor
principal das Nouvelles Littéraires desde
1922 até à sua morte em 1949. Tinha sido ele o promotor do semanário e o seu
principal organizador. Era um jornalista talentoso, além de escritor e ensaísta
com vasta obra já publicada: um livro sobre a jovem poesia francesa, vários
romances, seis volumes de Entretiens
com a nata da intelectualidade francesa, um livro de entrevistas com Paul
Valéry e estudos literários sobre Claudel, Blondel, Huysmans e Bernanos. Era
das relações de Valéry, Claudel, Maritain e desse outro fervoroso admirador de
Salazar, Henri Massis. Até à segunda guerra mundial, Lefèvre realizou perto de
400 entrevistas para a sua famosa rubrica “Une heure avec...”, nas Nouvelles Littéraires. Foi várias vezes acusado
de combinações e marchandages com os
entrevistados, que alegadamente teriam de pagar para aceder àquela honra, mas
até alguns dos maledicentes aceitaram ser entrevistados por Lefèvre, tal a
influência que as suas entrevistas tinham na vida literária e mundana parisiense.
Em suma, uma escolha apropriada de Ferro, que dedicou uma atenção obsessiva à
imagem de Salazar nos meios intelectuais europeus, sobretudo franceses.
José Barreto
Au Portugal
Une heure avec M. Oliveira
Salazar
Professeur et dictateur
mystique
par Frédéric Lefèvre
Il m’avait donné rendez-vous à vingt et une heure quarante-cinq. Il fait
chaque soir une longue promenade dans la campagne des environs de Lisbonne –
c’est une distraction imposée para la Faculté
– et, ce soir-là, je devais l’accompagner. J’avais accepté avec joie
l’invitation, préférant cette entrevue familière à une autre, plus officielle
et forcément plus brève, à l’Assemblée Nationale. Quand j’arrive devant la
maison du dictateur, une petite maison d’un étage, au rez-de-chaussée surélevé, que rien ne distingue
des autres, dans une rue courte et tranquille qui relie deux grandes artères,
une voiture y stationne déjà. Une jeune bonne – qui constitue avec une
gouvernante toute la domesticité du Président Salazar, m’ouvre largement la
porte. Pas de ces précautions, de ces chaînes qui protègent nos apprentis
dictateurs ! Je gravis rapidement l’escalier garni de plantes vertes. M.
Oliveira Salazar m’accueille la main tendue. Il me devance et prononce les
paroles que j’avais préparées. Et je sens aussitôt que rien ne sera comme je
l’avais imaginé. Tout s’organise selon un mode plus simple, plus cordial, plus
profond aussi. Déjà le dictateur ne m’intimide plus. J’oublie la fonction, je
vois l’homme. Dans ce sourire qui ne semble que douceur et qui, cependant, vous
scrute et vous juge, je découvre une flamme de résignation supérieure, d’absolu
désintéressement que je n’ai aperçue que chez quelques grands mystiques. Ce qui
brille dans les yeux du Président Salazar, c’est la flamme du Saint Abandon. Il
s’abandonne à sa mission, une mission qu’il n’a pas choisie, dont il ne tire ni
profit ni orgueil, ni joie peut-être. Avec la même simplicité qu’il la quitta,
il reprendrait, demain, s’il le fallait, sa chaire de Coïmbre. Pour le moment,
il est là : il doit gouverner son pays (ce sont les termes mêmes sur
lesquels se clora notre entretien) et il le fait avec une inflexible volonté,
une lucidité que rien ne trouble, un don de tout son être, sans regrets ni
réserves, sans la plus légère ostentation.
Et jamais le moindre doute sur son attitude fondamentale ou sur sa
mission ; une bienfaisante insouciance au contraire, la divine liberté
d’esprit de ceux qui n’ont rien gardé pour eux-mêmes, dont on ne peut exiger
davantage et qui dès lors possèdent disponibles et fraîches toutes leurs forces
pour l’examen et le choix des moyens, pour l’exécution. Et une attitude aussi
durement ascétique lui semble naturelle, inévitable.
La soumission à la fatalité des seuls mystiques revêt un caractère de
noblesse : elle ne vient qu’après un grand acte de liberté. Oliveira
Salazar, dictateur mystique, toujours prêt à exiger beaucoup de son peuple
parce qu’il s’est d’abord donné tout entier au service de la nation. Dès ces
premières minutes dans le cabinet de travail de la Rue Bernardo Lima, je suis
fixé. Toutes les questions auxquelles j’avais songé me paraissent vaines ou
secondaires. Je ne voudrais que me promener avec lui, longtemps, sans parler.
– Monsieur Lefèvre, j’ai reçu votre questionnaire. Il m’a intéressé et
effrayé. C’est tout un livre qu’il
faudrait pour y répondre.
– Eh bien ! Monsieur le
Président (c’est la seule fois que je l’appellerai ainsi. Son biographe, M.
Antonio Ferro, qui m’accompagne, m’a prévenu que l’ancien petit séminariste de
Viseu, en Beira Alta, préférait l’appellation de M. le ministre, mais
l’entretien prend immédiatement un tel ton que je l’appelle toujours M.
Salazar) abandonnons le questionnaire.
Promenade nocturne
En partant, mon regard s’accroche à un livre qui a l’aspect intime et
familier des livres beaucoup lus : Histoire
du Christ, de Giovanni Papini : «C’est un bon et grand livre, me dit
M. Salazar dès que nous sommes installés dans la voiture et que roulons à
travers les rues de Lisbonne. Il a fait de nombreuses conversions à travers le
monde et cela ne me surprend pas. Par exemple, je me suis souvent demandé si le
formidable succès d’une telle œuvre n’était pas dû pour une grande part à sa
valeur artistique. Aujourd’hui, pour toucher les élites, peut-être les vérités
religieuses (et comme je suis Portugais, quand je prononcerai le mot religion
entendez toujours catholicisme) doivent-elles être présentées sur un mode
intellectuel et artistique élevé. »
La crise et le catholicisme
M. Salazar me parle longuement du malaise qui pèse sur le monde et de ses
causes diverses. Il ne le formule peut-être pas expressément – c’est un esprit
subtil et scrupuleux dont la conversation est toute en nuances, en retouches,
en hésitations d’expression qui ne viennent pas, bien entendu, d’une indécision
de pensée, mais, au contraire, du souci constant qu’il a de rendre toujours sa
pensée qui, même durant l’entretien, progresse par une méditation
ininterrompue, sous son double aspect particularisé et synthétique – mais j’ai
la certitude que, de toutes les crises, la plus grave est pour lui la crise
morale et que la crise morale est d’abord une crise de la conscience
religieuse.
Pour M. Salazar, le catholicisme vécu est capable, aujourd’hui comme
autrefois, de conjurer la crise morale, de lutter victorieusement contre l’appétit
de lucre, contre les outrances du luxe, capable, en un mot, de nous rendre le
goût des choses authentiques et simples, de reconstruire l’homme. On sent qu’il
distingue d’ailleurs très nettement les deux pouvoirs et qu’il n’a jamais
considéré que sa mission fût d’évangéliser le peuple portugais, autrement sans
doute que par l’exemple. M. Salazar est un laïque à qui suffit sa mission
d’assurer l’ordre financier, économique et politique du Portugal qui demeure
toutefois étroitement lié, pour lui, à l’ordre moral.
A propos de cette interpénétration de tous les plans, je lui dis que le
ministre du Travail de Belgique, le socialiste Henri de Man,[1]
m’a parlé récemment de la nécessité de réinstaurer dans les âmes l’esprit de
pauvreté. « Ce qui m’étonne c’est qu’un socialiste s’en aperçoive. J’ignorais
que les socialistes pratiquaient l’esprit de pauvreté. Je croyais même que
certains étaient fort riches et qu’ils s’accommodaient assez bien de cet
état ! D’ailleurs, la croyance à la nécessité de ce retour à l’esprit de
pauvreté part d’une conception de la crise qui est loin d’être partagée par
tous. Les Américains, par exemple, pensent que pour la vaincre, il suffit
d’accroître les besoins des hommes, c’est-à-dire leur capacité de consommation,
de façon á pouvoir augmenter la production. Le bonheur naîtrait d’une
production et d’une consommation également croissantes : produire plus,
gagner plus, dépenser toujours davantage. Pour l’esprit de pauvreté, il est
plus facile d’en parler que de l’inculquer aux hommes. On ne pourrait y arriver
que par un long travail d’éducation.
– Alors, il faut les sauver malgré
eux, instituer un régime d’autorité, une dictature ?
– Peut-être la crise économique s’aggravera-t-elle dans de telles
proportions à travers le monde que, dictature de nécessité, c’est elle qui
montrera aux hommes que bien peu de choses en somme leur sont nécessaires pour
vivre heureux. Je sais bien qu’il est difficile de deviner ce que peuvent
engendrer les crises : théoriquement la guerre devait élever les êtres et,
en effet, la douleur et le sacrifice ont grandi quelques âmes d’élite, mais,
sur la majorité des peuples, la guerre a produit des effets contraires. Dans
l’ensemble, elle n’a eu, sur les plans les plus divers, que des conséquences
néfastes dont la moindre n’est pas d’avoir accru l’appétit de jouissance.
Contre les forces occultes, la dictature
défend la liberté de l’homme
Quant à la dictature politique, elle s’impose quand l’homme a perdu presque
toutes ses libertés, qu’il est tombé sous le joug de puissances occultes, ce
qui se produit chez vous et ce qui existait chez nous avant la dictature, du
fait de la malfaisance conjuguée du parlementarisme et des grandes
concentrations économiques. La dictature a pour première mission de rétablir la
liberté de l’Etat et par là, la liberté des individus car, si l’Etat n’est pas
supérieur á tout, il n’y a plus de liberté individuelle. Qu’est-ce que la
Liberté ? C’est le droit garanti. L’Etat définit le Droit ; s’il
n’est pas libre de le faire respecter, il n’y a pas de liberté. Or, en régime
parlementaire, l’Etat n’est pas libre. Les ministres sont les esclaves des
députés, qui le sont des comités électoraux, dont les caisses sont alimentées
plus ou moins directement et qui sont manœuvrées plus ou moins consciemment par
les concentrations économiques ou les oligarchies financières. Ici, elles ne
peuvent nous manœuvrer, parce que l’Etat est le plus fort. Et les gens sont
heureux parce qu’ils sont libres. Ne se plaignent que ceux qui faisaient
profession de politique. Je crois qu’ils sont sincères. Ne vivant pas en
contact avec les réalités, ils sont hypnotisés par une notion fausse : le
rapport fictif qu’ils ont établi entre le parlementarisme et les libertés
politiques. Ils sont convaincus que sans parlement il n’y a pas de liberté.
Songez donc : on pouvait autrefois injurier les ministres ! Et
certes, on n’a plus cette liberté-là, mais on garde les autres. Il arrive
d’ailleurs à des esprits distingués de se laisser encore séduire par cette idée
fausse.
Et si le dictateur n’est pas sage ?
C’est comme ceux qui disent : « Et si le dictateur n’est pas sage,
s’il ne fait pas de bon travail ?» Je pourrais répondre que dans un
gouvernement comme le mien, dont la meilleure sauvegarde est l’adhésion
clairvoyante de tous, celui qui ne servirait
pas le pays serait vite renversé. Mais je préfère riposter : « Et les
parlements, sont-ils toujours sages ?» Et quand on les remplace, c’est la
plupart du temps pour de plus mauvais. Depuis la dictature, tous les droits
définis par l’Etat sont respectés. Il y a d’ailleurs dictature et dictature. Au
Portugal, nous ne sommes pas un Etat totalitaire, mais un Etat limité,
c’est-à-dire que nous reconnaissons des principes supérieurs qui limitent
l’autorité de l’Etat. Par exemple, la justice et le bien général. Si la
dictature ne fait pas le bonheur des hommes, où est sa raison d’être ? Je
ne veux pas prophétiser, mais je suis sûr que, d’ici vingt ou trente ans, il
n’y aura plus un seul parlement jouissant du pouvoir de faire les lois. Ancien
professeur de droit, je sais théoriquement et pratiquement la complexité du
moindre décret et je vous assure qu’une assemblée ne peut travailler
sérieusement ; c’est contraire aux exigences fondamentales de la nature
humaine. Notez encore qu’avec le système parlementaire on se prive d’un facteur
de travail et de perfectionnement : la responsabilité, dont le sentiment
grandit les hommes au-dessus d’eux-mêmes. En régime parlementaire, aucun député
ne donne le maximum de ce qu’il peut donner comme travail, comme initiative,
comme invention, parce qu’un député n’est pas responsable. Et même dans
l’administration, on a intérêt à rendre les gens responsables.
Et de même que sur le plan spirituel
nous ne sommes pas un Etat totalitaire, nous ne le sommes pas non plus sur le
plan économique. Nous ne pensons pas que l’Etat doive se faire marchand,
industriel, directeur d’entreprises. L’Etat reconnait en l’initiative
particulière dûment contrôlée, l’instrument le plus fécond du progrès et de
l’économie de la nation. »
* * *
Nous sommes à dix ou douze kilomètres de Lisbonne. Sur un signe, la voiture
s’arrête. Nous descendons.
– Vous n’avez pas peur de la marche ? Pour lutter contre le surmenage,
le médecin m’oblige à faire, chaque soir, une heure de promenade dans la
campagne.
– C’est votre seul sport ?
– Oui, j’aime beaucoup la mer et le canotage, mais je ne me reconnais pas
le droit de voler une minute au service de l’Etat. L’Etat moderne réclame des
ascètes. De même que les siècles les plus dépravés ont fait surgir des
floraisons de saintes, ce sont aujourd’hui les hommes d’Etat qui doivent faire
pénitence.
M. Salazar me regarde, penche curieusement la tête en souriant et
ajoute :
– Je ne sais pas s’il y en a beaucoup qui le comprennent et qui font
pénitence.
* * *
Sur le plateau souffle une brise rafraîchissante. Il est à peine dix heures
un quart, nous allons marcher jusqu’à minuit passé. Décor romantique pour une
entrevue avec un dictateur : le ciel semé d’étoiles – je ne les ai jamais
vues aussi nombreuses, aussi lumineuses – la terre vaste et nue autour de nous,
presque sans arbres, sans maisons. De
temps en temps, sur le bord de la route, un olivier isolé, au tronc bas, et que
les phares de la voiture éclairent étrangement. Un vieux paysan, face parcheminée,
dos voûté, chemise blanche aux manches retroussées, pantalon sombre et déchiré,
nous croise et se retourne sur ces trois hommes qui discutent avec une
animation cordiale dans la paix nocturne pendant que la voiture les suit dans
un glissement feutré. Aucun bruit alentour, sinon le chant innombrable des grillons et, une ou
deux fois pendant la promenade, l’aboiement d’un chien auquel répond, très
loin, un autre aboiement. Nous traversons un village, malgré l’heure tardive
les paysans devisent sur le pas de leurs portes ; la voiture éteint les
feux ; sans doute le dictateur ne tient-il pas à être reconnu. L’ancien
professeur de Coïmbre déteste par-dessus tout le « paraître » ; les
ovations l’importunent et ce n’est peut-être pas modestie : il sait trop
vers qui elles peuvent s’égarer. Lui, gouverne pour gouverner et non pour être
vu gouvernant.
* * *
Le village traversé, la conversation reprend et je demande à M. Salazar ce
qu’il pense de la dictature. Il reprend son thème de la liberté dont la dictature
est pour lui le meilleur garant :
– Ce n’est vraiment que depuis la dictature que le Portugal connaît la
liberté. Avant, il n’y avait de liberté que pour les amis du parti au pouvoir.
Je me souviens d’avoir été invité en 1914 à faire une conférence à Porto.
J’avais à peine terminé l’exposé de mes idées qu’une bagarre éclatait, sous la
protection de la police. Les chaises servaient de projectiles. C’était le
régime de la liberté !
La vraie censure
– Cependant, vous avez la
censure ?
– C’est curieux. Les intellectuels
français qui vus ont précédés ici avaient l’air aussi d’être très troublés par
la censure. Excusez-moi, mais cela me semble un peu naïf. Il n’y a qu’une
censure qui soit vraiment néfaste pour l’intelligence humaine, d’autant plus néfaste
qu’elle est occulte. C’est celle qu’impose la domination des intérêts
économiques ; la main de ces modernes féodalités musèle la majeure partie
de la presse internationale et l’on est en droit de se demander si ce ne sont
pas les Etats autoritaires qui seront forcés de protéger et de défendre
l’intelligence humaine. Aussi le vertueux effarement des journalistes devant
une censure d’Etat qui s’exerce au grand jour et qui se justifie a quelque
chose de comique. Comme si les journalistes, dans n’importe quel pays,
pouvaient écrire ce qu’ils veulent dans leurs journaux ! D’ailleurs, notre
censure est très restreinte ; ce n’est jamais une censure d’idées, c’est
une censure des faits.
– Que voulez-vous dire ?
– Je veux dire qu’au Portugal, si je ne laisse pas la liberté d’écrire des
choses fausses, je ne touche jamais à celle de formuler des jugements qu’on
voudra sur des faits vrais. Un seul exemple, emprunté aux problèmes
financiers : je ne permets pas de fausser les chiffres. Si je fournis un
budget équilibré, personne n’a le droit de dire qu’il est déséquilibré. mais
s’il prenait fantaisie à quelqu’un d’écrire que j’obéis à une conception
étrange, ridicule, préhistorique, en équilibrant le budget, je sourirais et
laisserais dire...
– Et qu’est-ce qui règle la censure
en ce qui concerne la morale ?
– Là, il faut distinguer. Si nous sommes en présence d’œuvres
pornographiques, sans la moindre valeur littéraire, nous intervenons. Dès que
l’art entre en jeu, nous agissons avec prudence et, s’il y a doute, nous optons
pour la liberté. Il faut se défendre de tarir les sources d’inspiration des
écrivains et des artistes, autrement on en arriverait à briser à coups de
marteau la Vénus de Milo ![2]
– Mais pour juger de l’immoralité
d’une œuvre, à quoi empruntez-vous vos critères ?
– Au Portugal, pays catholique, nous sommes inspirés par la morale
catholique. L’Etat n’a pas à construire une morale. Ce n’est pas sa fin. C’est
même l’un des points – il y en a beaucoup d’autres – qui nous sépare de la
dictature hitlérienne.
– Alors, si vous vous référez au
catholicisme, vous interdisez tous les livres antireligieux ?
– Non. Quand nous sommes en présence d’ouvrages sérieux, discutant
scientifiquement tel ou tel point de la doctrine catholique, nous les laissons
paraître.
– Ainsi les travaux de Loisy et
Turmel... [3]
– ...pourraient paraître ici, non parce qu’ils ont la vraie rigueur
scientifique, hélas, mais parce qu’ils revêtent un apparat scientifique.
M. Salazar et la pensée française
– Vous connaissez beaucoup la
littérature française ?
– Je connais – je devrais dire je connaissais, car depuis sept ans, je n’ai
rien lu que du papier timbré, des états financiers, des projets de lois ou de
traités – et ce n’est pas le plus petit sacrifice que je fais au pays – je
connais surtout des livres d’économie politique, de finance et de politique. Je
lis peu, mais je m’efforce de bien lire. Je lis un livre comme je visite un
musée, pour mon enrichissement spirituel. Il y a des gens qui ne se
pardonneraient pas d’abandonner un musée sans en avoir vu – hâtivement et
forcément sans fruit – toutes les toiles. Je procède autrement. Je vais
directement aux œuvres les plus importantes. Pour la littérature française,
j’ai subi une double influence, celle de l’école de la Science sociale avec Le Play[4],
Demolins[5]
et les autres d’une part, et celle de Maurras.[6]
J’ai tempéré l’une par l’autre.
Ce que j’ai pris à Maurras...
Ce que j’ai pris á Maurras, c’est l’idée de l’autorité nécessaire, de
l’Etat fort. J’ai été également touché par la distinction si nette qu’il
établit entre la démophilie et la démocratie.[7]
La confusion entre ces deux termes qui est courante chez les politiques et
qu’ils ont intérêt à entretenir est la source de beaucoup d’hérésies. Certes,
nous aimons tous le peuple. Mais c’est parce que nous l’aimons que nous ne
voulons pas, nous, que le gouvernement soit éparpillé sur toutes les têtes. La
Science Sociale m’a fait comprendre que les régimes politiques sont variables
selon les circonstances de temps et de milieu. Il n’y a pas de régime politique
idéal qui vaille également dans les temps et dans tous les pays, mais il y a
certains principes fondamentaux communs à tous les régimes politiques, même les
plus opposés, et sans lesquels il n’y a pas de gouvernement possible si l’on
entend par gouvernement un gouvernement qui gouverne. L’entêtement monarchique
de Maurras me fait songer á cet élève des encyclopédistes français à qui on
commandait des constitutions comme on commande un veston. Maurras est
l’inspirateur, d’ailleurs remarquable, des royautés. Ce logicien n’en demeure
pas moins l’un des esprits les plus clairs d’aujourd’hui. Son « Politique
d’abord » qui, pris absolument, est un point de vue faux, m’a fait du bien en
corrigeant l’excès contraire de la Science
Sociale qui n’accordait pas assez d’importance au facteur politique.
Le renouvellement des classes
- Comment expliquez-vous que tous les
dictateurs soient d’origine populaire ?
- Il se
pourrait que cette origine populaire de tous les dictateurs d’aujourd’hui ne
fût qu’une coïncidence. Elle serait curieuse. Elle pose, en tout cas, de
singuliers problèmes. L’usure des classes est un phénomène probable. Au
Portugal, par exemple, la noblesse ne remplit plus aucune fonction. D’ailleurs,
si les classes sociales existent toujours, elles ne sont plus fermées. Depuis
le XIXe siècle, il y a un renouvellement constant des cadres sociaux. Les
classes supérieures se raffermissent en empruntant des éléments aux classes
inférieures.
- Et pour permettre au peuple de rajeunir, de
renouveler les classes dirigeantes, vous placez l’instruction au premier rang
des préoccupations de votre gouvernement ?
- Je
trouve qu’aujourd’hui on a un peu l’idolâtrie de l’instruction. Ce n’est pas
vrai qu’elle fasse le bonheur. On peut être illettré et être très heureux. On
confond tout, instruction et intelligence, érudition et culture. L’érudition
est à la portée de tous et ne mène pas à grand-chose. Elle n’a pas de valeur en
soi, c’est un moyen. La culture, au contraire, c’est un haut développement de
l’intelligence en relation avec les problèmes fondamentaux de la vie. Pour en
revenir au peuple, j’irai même jusqu’à dire que la diffusion de l’instruction
n’est pas en rapport direct avec le développement économique d’un pays, car ce
sont les élites qui assurent sa richesse et sa vitalité, qui prennent les
initiatives, lancent et soutiennent les entreprises.
- Mais ces élites s’épuisent et doivent se
renouveler, vous le disiez tout à l’heure ?
-
Justement, et le nouvel État portugais multiplie les écoles pour favoriser la
naissance de nouvelles élites et afin que les meilleurs éléments populaires
puissent librement épanouir toutes leurs possibilités.
* * *
Je ne sais plus par quel biais nous sommes revenus à la politique et à la
question des partis dont le refus semble l’un des points centraux de la
doctrine politique de M. Salazar.
Contre les partis
- La
France, dit-il, est un pays magnifique. Ses réserves sont extraordinaires.
Quand tout semble perdu, elle a un sursaut et fait en se jouant l’effort
nécessaire à son redressement. Mais que de précieuses forces sont ainsi
gaspillées ! À cause du régime parlementaire et du gouvernement des
partis, c’est toujours à recommencer. L’effort que fait M. Laval pour rétablir
vos finances et qu’il réussira probablement, M. Poincaré l’avait fait avec
succès. Mais, à cause des partis, à cause des politiciens, au bout de quelques
années les avantages obtenus sont perdus. Et vous ne pouvez que difficilement
réussir une grande œuvre, un œuvre qui continue, qui se développe. Chez vous
aussi, il faudrait créer une situation qui assure la stabilité du gouvernement
et la permanence de ce qu’il entreprend. Sans vous donner d’exemples précis, je
peux bien vous confier que lorsque nous négocions un traité de commerce avec un
pays soumis au régime parlementaire, traité qui apparaît à tout esprit soucieux
de raison et soumis aux chiffres avantageux pour les deux nations, et que
cependant nous trouvons une résistance incompréhensible, nous ne tardons pas à
découvrir, contrariant l’intérêt du pays, l’intérêt particulier d’une
concentration économique qui a mis dans son jeu un ou plusieurs politiciens.
- Peut-on supprimer les partis ? Ne sont-ils
pas la manifestation de quelque chose d’éternel : la diversité
d’opinions ?
- Certes,
et je ne souhaite pas supprimer la diversité des opinions, mais il y a une
différence fondamentale entre admettre qu’il y ait plusieurs opinions et
admettre qu’elles puissent influencer le gouvernement. Ce que je ne peux
souffrir, c’est que le gouvernement soit un compromis entre des opinions
diverses ayant perdu, par ce compromis même, leur force et ce qu’elles
pouvaient recéler de vérité.
« Les opinions qui ne sont pas inspirées par des passions politiques sont
toujours intéressantes et je suis l’un des hommes qui consulte le plus
volontiers, mais ma décision demeure toujours libre. Nous avons une assemblée
nationale, un parlement, si vous voulez, qui siège trois mois par an. Tous les
membres en appartiennent à l’Union
Nationale. Mais tous peuvent ne pas avoir et, en fait, n’ont pas la même
opinion sur les différents problèmes qui se posent devant eux. Une majorité se
forme sur chaque projet de loi, majorité qui n’est pas forcément composée des
mêmes hommes et c’est très bien ainsi. La position des partis est toujours
fausse. Un homme d’un parti n’a le droit d’être d’accord sur rien avec un homme
du parti opposé. Vous pourriez en cueillir de multiples exemples dans
l’histoire parlementaire française de ces dernières années : le parti au
pouvoir propose des mesures, des lois qui lui semblent justes et qui sont, en
tout cas, les meilleures parmi celles entre lesquelles les circonstances
permettent de choisir. Elles sont combattues par l’opposition, le gouvernement
tombe, l’opposition vient au pouvoir. Elle est obligée de prendre les mêmes
mesures et de proposer les mêmes lois avec un retard qui en a compromis la
bienfaisance. Là c’est la faiblesse du gouvernement parlementaire. Moi, j’ai un
parlement, mais je gouverne et la seule réalité profonde pour le peuple, c’est
le gouvernement. Il y a, en ce moment, dans ce pays, une constitution et
cependant, comme je suis toujours là, pour le peuple, je représente le gouvernement.
Et l’on continue à parler de dictature malgré la constitution que j’ai élaborée
et à laquelle, naturellement, je suis le premier à me soumettre. D’ailleurs le
peuple a beaucoup de mal à concevoir un gouvernement qui ne soit pas personnel.
»
Monsieur le Gouvernement
Et, à ce propos, M. Salazar me conte qu’il y a quelques années, un violent
orage se produisit dans la région de Dao où il passait ses vacances. Un pont
fut emporté. Comme l’accident s’était produit près de sa maison natale, M. Salazar
voulut se rendre compte des dégâts.
« De cette façon, comme ils vont
sûrement me demander de l’argent pour les réparations, je pourrai juger du
bien-fondé des réclamations. » Nous trouvâmes là-bas un vieux paysan. L’ami qui
me conduisait lui dit : « Cela va vous coûter de l’argent pour refaire
tout cela, mais sans doute le gouvernement vous aidera-t-il ?» Le paysan,
qui ne connaissait pas M. Salazar, hocha la tête : « Il paraît que là-bas
Monsieur le Gouvernement n’en a pas beaucoup non plus. »
- Eh bien ! Ce paysan avait raison de
personnifier ainsi le gouvernement, mais c’est justement le caractère
personnel, par conséquent forcément transitoire, des dictatures qui...
- Oui, je
sais ; c’est ce qu’il y a de plus grave dans les dictatures : l’absence
d’un moyen de stabilité à travers le changement des hommes. Mais le même
problème se pose avec les autres formes de gouvernement. Dans les républiques,
qu’il y ait dictature ou non, vous trouvez cet écueil. L’avantage des
monarchies, c’est qu’on ne discute pas la personne qui doit prendre la place.
Napoléon...
- Si le dictateur a bien fait son
devoir, son influence peut se prolonger. Voyez votre Napoléon. La France et
l’Europe vivent encore sur le code auquel il a donné son nom. Chaque fois que
je me penche sur cette grande figure, j’en demeure ébloui. C’est l’un des plus
extraordinaires esprits qui aient paru dans le monde, et je ne parle pas de son
génie militaire. Je viens de lire deux livres français sur lui...
- Je croyais que vous ne lisiez plus ?
Il
sourit et fait un geste qui signifie sans doute que toute règle comporte des
exceptions.
- Le Saint Hélène d’Octave Aubry[8]
et Vues sur Napoléon d’André Suarès[9]. Ce
dernier livre témoigne d’un esprit fort intelligent, mais qui, par moments, semble
un peu déséquilibré.
* * *
J’interroge M. Salazar sur ses livres
de chevet. Il hésite à me répondre par une sèche énumération, mais je devine, à
certaines énumérations, qu’il a beaucoup lu les Pensées de Pascal et les Confessions
de saint Augustin, l’Imitation[10] et l’Introduction à la vie dévote[11]. «
C’est un livre si français de ton, si mesuré. Jamais une ligne d’emphase ni
même d’exultation. »
Il me parle aussi de l’influence
profonde que les livres de Huysmans ont exercée au Portugal et des nombreuses
conversions qu’ils ont provoquées dans les milieux intellectuels. Pour lui, il
les a tous lus, et bien lus. Je m’en rends compte par la précision avec
laquelle il m’entretient de certains passages des Foules de Lourdes.[12]
* * *
Nous marchons depuis deux heures. Nous marchons lentement, avec des arrêts
fréquents. Nous sommes arrivés dans la vallée, au petit village de Loures. M.
Salazar fait un signe. La voiture nous rejoint et, en un quart d’heure, nous
regagnons la capitale par le Campo Grande.
Nous entrons dans une grande avenue. Je demande : « C’est l’avenue de
la Liberté ? »
- Nous
sommes encore très loin, me répond le dictateur, c’est l’avenue de la
République.
- Les ennemis du gouvernement
disent la même chose, insinue en souriant António Ferro. Ils déclarent que nous
en sommes très loin, de leur avenue de la Liberté.
- Eh bien ! J’ai le courage
de mon opinion, reprend M. Salazar, et je dis comme eux que nous sommes très
loin, de leur avenue de la Liberté.
* * *
Trois jours après, c’était un dimanche,
M. Salazar voulait bien m’inviter à une nouvelle promenade. Mais, cette fois,
et par extraordinaire, c’était une promenade de jour qu’il se permettait. Et
c’est au début de l’après-midi que nous partîmes par la route de l’Estoril et
de Cascais, pour Sintra et le château de la Pena. « J’y connais un jardin de
fleurs où nous serons tout à fait seuls. »
Vers Sintra et le Paradis terrestre
Depuis notre promenade nocturne, je regrettais de
l’avoir mal regardé. Les cheveux sont abondants, ils ont dû être très noirs,
mais ils sont déjà parsemés de nombreux fils blancs. Les yeux qu’une douce
lumière irradie et fait, par instants, paraître si grands, sont plutôt petits
et curieusement bridés par les paupières inférieures. Quand ses propos prennent
un tour ironique et qu’il devine son sentiment compris et partagé, les yeux se
plissent, les paupières se rejoignent presque et restent ainsi longtemps ne
laissant filtrer qu’un trait de lumière très vif. Je crois bien que c’est là
l’une des caractéristiques de sa physionomie, méditative, sereine et cependant
mobile, mais mobile avec la douceur la plus nuancée. La grâce et l’onction d’un
prince de l’Eglise qui aurait rejeté tout apparat. Cet ascète est un charmeur.
Il charme sans le vouloir, sans le chercher, sans y penser et parfois, sans
doute, en y pensant un peu. S’il lui reste une dernière coquetterie, ce doit
être celle-là, mais fugitive, inexprimée à lui-même et d’autant plus
séduisante.
Il est à la fois attentif à
la conversation et sensible au paysage. Nous roulons à travers la campagne
accidentée du nord de Lisbonne qui a un caractère que nous retrouvons rarement
au Portugal, terre inculte et nue dont aucune végétation ne dissimule
l’ossature noueuse et la couleur ocrée. De loin en loin, cependant, une vigne,
un champ de maïs un peu étiolé et, partout, de petits murs de pierres sèches
quadrillent jusqu’aux landes les plus rocailleuses, comme s’il s’agissait de
départager étroitement la terre la plus grasse, la plus féconde.
Sur les crêtes, des moulins
trapus, dont les ailes de blanche toile tournent à un rythme ralenti, sous la
brise du large. Quand la voiture s’arrête nous entendons l’étrange modulation
d’orgues primitives et champêtres : c’est le vent qui traverse les gourdes
percées aux deux extrémités, que des paysans-poètes accrochent parfois à la
mâture des ailes pour capter sa chanson capricieuse. A mesure que nous nous
élevons sur la route en lacets, nous découvrons un plus vaste horizon d’océan,
et bientôt la côte, de l’Estoril au « décoratif » village d’Azenhas [do Mar] si
joliment étagé sur sa falaise, se déroute sous nos yeux, dans un déploiement de
carte splendidement coloriée, avec ses caps rocheux et ses plages lumineuses.
Bientôt le paysage change et, presque sans transition, nous entrons dans une
région luxuriante. La route aride est devenue une charmille indéfinie. Des
parcs et de riches villas la bordent. Nous sommes au cœur de la sierra [sic] de
Sintra, oasis de l’Estremadura, à la végétation si dense que, par instants,
lorsqu’on domine une pente trouée, elle apparaît, ainsi que me le fera
remarquer tout à l’heure M. Salazar, comme un somptueux tapis vert sur lequel
on voudrait marcher. Toutes les plantes tropicales mêlent ici, pour nous
dépayser davantage, leurs silhouettes, leurs parfums et leurs fleurs. La route
monte de plus en plus, avec des coudes si rapprochées que la voiture a souvent
peine à tourner. Mais que se passe-t-il ? Nous devons ralentir : les
piétons endimanchés se multiplient, certains porteurs de petites valises qui
ont dû contenir leur déjeuner. Ils sont tous joyeux, mais jamais bruyants. Et
voici que, de cinquante mètres en cinquante mètres, un agent en grande
tenue : haut képi et brandebourgs blancs, indique la voie. Certains
reconnaissent avec un mouvement de surprise vite réprimé le glorieux occupant
de la voiture et se mettent au garde-à-vous, un sourire de fierté émue sur leur
visage. Et les promeneurs aussi ont vite fait de reconnaître le dictateur,
celui qui aimerait demeurer invisible à tous et est devenu, par sa réserve
même, la figure la plus populaire du pays : Salazar, le constructeur
d’hôpitaux, de routes et de ports, le « planteur » de pins, le restaurateur de
cathédrales. Tandis que tous ces regards se tendent vers lui dans un élan de
respectueuse admiration et presque de tendresse, mes yeux vont alternativement
du peuple à son chef. Il détourne timidement la tête. Cette popularité pourtant
discrète le gêne. Pour moi, elle me frappe d’autant plus qu’elle est
individuelle. Rien d’officiel, pas de bravos, des saluts spontanés, des figures
épanouies, le sourire d’un peuple. Chez tous, la même surprise joyeuse à
laquelle succède la même fierté reconnaissante. « Comme ils vous aiment !
» lui dis-je. Il hoche la tête : «
C’est surtout qu’ils n’en croient pas leurs yeux. Ils sont si peu habitués à me
rencontrer. »
− Mais pourquoi cette affluence et cette parade d’agents ?
− Aujourd’hui, le président
de la République inaugure là-haut une statue du roi Ferdinand, celui qui acheva
le château de la Pena et créa le parc. Je l’avais oublié. Nous aurions dû
prendre une autre route.[13]
« Enfin, ajoute-t-il en
souriant, vous lirez demain dans les journaux que j’ai assisté, moi aussi, à
l’inauguration. Ainsi se fait l’histoire. »
* * *
L’auto grimpe à travers la frondaison, plusieurs
fois centenaire, des eucalyptus, des palmiers, des bananiers, des
lauriers-camphre et de tous ces arbres qui ne sont plus, d’ailleurs, me dit M.
Salazar, ce qu’ils étaient dans les pays lointains d’où les importa le fameux
roi Ferdinand.
J’étais déjà venu plusieurs fois à Sintra, au
château des Maures et à la Pena, mais je n’étais jamais monté jusqu’aux rochers
de Cruz Alta.
Des deux côtés, l’Océan limite l’horizon de sa
splendeur bleu et verte. Au loin, le Tage majestueux.
Un banc de pierre nous accueille.
La culture gréco-latine
M. Salazar m’entretient,
maintenant, à propos d’un choix de discours dont la traduction française, due à
la poétesse Fernanda de Castro, va bientôt paraître,[14]
de l’art oratoire et de ses propres méthodes de travail.
− Je pense longtemps à mon
sujet avant d’écrire, mais dès que j’écris, c’est la version définitive. Je
reviens peu sur ce premier jet et, quant à mes corrections sur épreuves, elles
sont presque nulles. D’ailleurs, ce doit être coûteux de corriger sur épreuves.
Il se laisse aller à des
confidences sur son enfance et son adolescence studieuse qui s’écoula toute
entière dans un petit séminaire où il reçut les ordres mineurs. Ses études
portèrent le sceau du thomisme et de la culture gréco-latine qu’il croit
indispensable à la vraie culture.
− Les anciens ont bien
pensé et bien écrit ce qu’ils ont pensé. (Allez donc apprendre le latin sans
analyse logique !) Or, l’essentiel
pour l’homme, c’est de bien penser, car nous ne pouvons pas tout savoir. La
vraie culture ne cherche pas à meubler un esprit, mais à le former, à lui
apprendre à bien observer les cas qui se présentent et à en extraire toutes les
leçons qu’ils comportent. L’essentiel n’est pas de savoir les choses, mais de
savoir raisonner sur les choses.
« Je dispense mes jeunes
secrétaires de savoir beaucoup de choses − ce n’est pas de leur âge − mais je
leur demande de savoir penser. »
Le dictateur s’élève alors
à de curieuses considérations linguistiques :
− La perfection de ces
langues (le latin et le grec) est déjà un enseignement et un enseignement
moral. La prose d’un Platon ennoblit par sa pureté. Je vous parle de la prose
parce que, pour toutes les langues, j’aime mieux la prose que la poésie.
− Même pour le Portugal ?
− Surtout pour le Portugal. Nous comptons plus de grands prosateurs que
de grands poètes. Et nos grands prosateurs sont supérieurs à nos grands poètes.
Vous pouvez retenir cette déclaration, ajoute en souriant M. Salazar. Pas un
autre Portugais peut-être ne la prendrait à son compte.
À ce moment, au-dessus de nos
têtes, à l’ombre de la croix, dans un français médiocre, un guide expliquait à
une caravane de Parisiens les magnificences du paysage.
« Partons, me dit Salazar,
quand le guide apparaît, toute poésie s’enfuit. »
_____
Transcrição e notas de José Barreto.
Fonte: Les Nouvelles
Littéraires, n.º 672, datado de 31 de Agosto de 1935 (publicado a 24 de
Agosto), pp. 1 e 4, com continuação no n.º 673, datado de 7 de Setembro de 1935
(publicado a 31 de Agosto), p. 4.
NOTAS
[1] Henri de Man
(1885-1953), sociólogo e político socialista belga, crítico do marxismo.
Presidente do Partido Operário Belga a partir de 1938. Em 1940 publicou um
manifesto aos socialistas congratulando-se pela ocupação da Bélgica pelos
alemães, que descreveu como uma “libertação”, mas em 1941 exilou-se na Suíça,
onde viveu até à morte.
[2] Esta passagem
da entrevista mereceu a Fernando Pessoa, que leu a primeira parte da entrevista
no Diário da Manhã, um violento
comentário num texto em francês sobre Salazar, chamando-lhe “pequeno Duce”. Diz Pessoa: «On sait
aussi quel est le critérium du petit Duce sur la
littérature "immorale". Il est défendu tout ouvrage franchement
pornographique. Quand toutefois des éléments "immoraux" se mêlent à
une œuvre manifestement d’art, on étudie soigneusement la question, et on
s’efforce, dans le doute, de favoriser l’auteur. Malheureusement, Salazar s’est
avisé de faire suivre d’un exemple cette déclaration pas trop claire. Si nous
prenions une attitude trop sévère, nous serions forcément amenés, nous dit-il,
à briser au marteau la Vénus de Milo. Quand on lit ça, on sent froid: on se
demande quelle espèce d’homme est celui-ci, pour lequel il y a de l’immoralité
dans cette statue. Est-ce parce qu’elle est (à peu près) nue? Est-ce que parce
que c’est une statue de femme? Les censeurs portugais devront-ils donc se
guider par un critérium de tailleur ou de misogyne? Quoiqu’il en soit, on ne se
trouve pas en état de féliciter enthousiastiquement les écrivains ou les
artistes portugais.» (Publicado pela
primeira vez por Teresa Sobral Cunha em "Fernando Pessoa em 1935. Da
ditadura e do ditador em dois documentos inéditos", Colóquio/Letras, n.º 100, 1987, pp. 130.)
[3] Alfred Loisy (1857–1940), teólogo francês, exegeta da
Bíblia, expoente do chamado “modernismo” católico na viragem dos séculos XIX-XX.
A sua obra de leitura crítica das escrituras e de promoção de um humanitarismo
liberal foi condenada por Roma, conduzindo à sua excomunhão em 1908. Joseph
Turmel (1859-1943) foi historiador da religião e professor do seminário de
Rennes, onde perdeu a fé. Deixou vasta obra sobre a história dos dogmas, sendo
excomungado em 1930.
[4] Frédéric Le Play (1806-1882), político e conselheiro
de Napoleão III, considerado um dos precursores da sociologia francesa e do
pensamento corporativista do século XX. A sua obra, que se reclama da tradição
contra-revolucionária, está imbuída de um conservadorismo paternalista.
[5] Edmond Demolins (1852-1907), discípulo de Le Play,
foi fundador da revista La Science
Sociale suivant la méthode de F. Le Play, que dirigiu de 1886 até à morte.
[6] Charles Maurras (1868-1952), jornalista, escritor, político
monárquico e teórico do “nacionalismo integral”. Dirigiu com Léon Daudet o
jornal monárquico, contra-revolucionário e anti-semita L’Action française, órgão do movimento político homónimo. Detido em
1944 após a libertação da França e condenado a prisão perpétua, escreveu da
prisão em 1951 uma célebre carta a Salazar, incitando-o a “aguentar” e a
manter-se no poder.
[7] Alusão ao capítulo
“Libéralisme et tolérance : Démocratie, Démophilie”, do livro de Charles
Maurras La politique religieuse
(1912).
[8] Sainte-Hélène, I- La captivité de Napoléon ; II- La mort de l'empereur, Flammarion,
Paris, 1935. Octave Aubry (1881-1946), historiador e romancista, deixou mais de uma
vintena de obras sobre Napoleão, Napoleão II e Napoleão III.
[9] Vues sur Napoléon, Grasset,
Paris, 1933. André Suarès
(1868-1948), escritor marselhês, um dos esteios (com Gide, Claudel e Valéry) da
Nouvelle Revue Française e autor de
uma centena de livros. Em 1935 apoiou a invasão da Etiópia pela Itália fascista
neste termos: “Pourquoi toujours mentir? Il y a des rangs entre les hommes; il y a une
hiérarchie humaine. La nier est absurde; et la méconnaître est un honteux
désordre. Qu’on livre l’Éthiopie aux Italiens, et deux, trois Éthiopies si ce
n’est pas assez d’une, rien de plus légitime. C’est le droit absolu de la
civité (sic) humaine, quand l’heure en est venue, de s’imposer à la barbarie”
(André Suarès, Le Jour, 7 octobre 1935).
[10] Imitação é o título abreviado da obra
medieval Imitação de Cristo, de
autoria não estabelecida.
[13] Salazar aludia
não a uma estátua, mas a uma lápide em homenagem a D. Fernando II que Carmona
inaugurou a 4 de Agosto de 1935 no Vale dos Lagos, Parque da Pena, facto que
serve para datar o domingo em que se realizou esta parte da entrevista. Apesar
de já em 1935 ter sido lançada uma campanha para a erecção em Sintra de uma
estátua a D. Fernando II, a que hoje se encontra na rotunda junto ao palácio do
Ramalhão só foi inaugurada quarenta anos depois, em 28 de Junho de 1975.
[14] Trata-se do
livro Une révolution dans la paix,
com tradução de Fernanda de Castro e introdução de Maurice Maeterlinck, que a
editora Flammarion publicaria só em 1937. Em 1934, tinha sido publicado, também
com tradução de Fernanda de Castro, Le
Portugal et son chef, versão francesa de Salazar – o homem e a sua obra (1933), livro de entrevistas de
António Ferro com Salazar.
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