quinta-feira, 13 de janeiro de 2022

Uma obra-prima absoluta: Homenagem à Catalunha, por George Orwell.

 


 

          Consensualmente considerado como um dos expoentes literários britânicos do século XX, admirado universalmente pelas suas distopias 1984 e Quinta dos Animais, pesadelo e sátira em torno das ameaças totalitárias, com quem Orwell conviveu, tenho para mim que é Homenagem à Catalunha, o seu testemunho como combatente na Guerra Civil de Espanha, que está a sua escrita mais admirável, a forma apaixonada como ele se mostra mobilizado para a causa das liberdades. Em Homenagem à Catalunha, por George Orwell, Livros do Brasil, 2021, teremos seguramente descrições inultrapassáveis nos medonhos cenários da frente catalã, mas também a clareza e o rigor com que ele descreve as perseguições ideológicas, mormente dos comunistas contra os anarquistas, e os frescos espantosos que nos oferece sobre os militantes internacionalistas que deram a vida em nome dos seus credos democráticos, a par dos cenários dessa Barcelona militarizada, insegura, mas sempre cosmopolita, onde se mistura elegância com tiroteios de rua.

          Logo a descrição de um miliciano italiano nos Aquartelamentos Lenine: “A sua boina de pele em bico estava repuxada agrestemente sobre um dos olhos. Encontrava-se de perfil para mim, queixo encostado ao peito, olhando com perplexidade um mapa que um dos oficiais abrira sobre a mesa. Alguma coisa no seu rosto me causou profunda emoção. Era o rosto de um homem tanto capaz de matar outro homem como de dar a sua vida por um amigo – o tipo de rosto que se espera encontrar num anarquista, embora talvez fosse um comunista. Havia nele um misto de candura e ferocidade; e também a reverência patética que os iletrados alimentam pelos seus pretensos superiores”. Estamos em dezembro de 1936, o autor situa-se: “Eu chegara a Espanha com uma vaga intenção de escrever artigos de jornal, mas alistei-me na milícia quase imediatamente, porque naquela altura e naquela atmosfera pareceu-me a única coisa a fazer. Os anarquistas continuavam em posse do controlo virtual da Catalunha e a revolução perseguia em pleno curso”. Ele é um miliciano entusiasta, pensa que Barcelona é uma cidade controlada pela classe operária, empolgante descrição que nos dá do ambiente de quartel e da cidade. E um comboio leva-o para a linha da frente, para Alcubierre, ele e os companheiros aguardam que lhes deem espingardas, deram-lhe uma Mauser de 1896, segue-se um arremedo de instrução, e avançam para as trincheiras. “Na guerra de trincheiras cinco coisas são importantes: lenha, comida, tabaco, velas e o inimigo”. Observa a paisagem, comenta as noites gélidas, a penúria de meios, a impreparação militar. “O estado das coisas na linha da frente deixou-me horrorizado. Como seria possível ganhar a guerra com um exército deste género?”. É minucioso na apreciação que faz das grandes carências, da questão dos armamentos, dos sobressaltos nas trincheiras, na existência dos atiradores furtivos que os faziam viver em permanente sobressalto. E as más notícias, como a queda de Málaga. Assim chega a primavera, ele sempre atento ao azul do céu mais leve, aos rapazes do campo que saiam com os seus baldes à procura de caracóis, as noites sem dormir dentro daqueles lamaçais, a tentativa de surpreender os fascistas em Huesca, à surpresa nem tudo corre bem. Há também um olhar sobre aquele mundo em ruínas em que nem as igrejas escaparam. Numa pausa, visita Barcelona, nota que há uma certa hostilidade às milícias, há uma opinião mais favorável ao Exército Popular, a vida cosmopolita fervilha. E é neste ambiente que se incendeiam os ânimos, vai começar a caça aos simpatizantes anarquistas, há barricadas, estoiram bombas, há gente pelos telhados, o alvo é tomar a central telefónica, o drama da cisão entre as forças da esquerda instalou-se, as prisões vão-se encher de anarquistas, haverá execuções. É de novo na frente que George Orwell é ferido na garganta e com gravidade, será transferido para Tarragona, o médico diz que não vai recuperar a voz, estava enganado, o escritor não voltará a falar como no passado, mas os sons irão sair audíveis. Em Barcelona cresce uma atmosfera de suspeita, de incerteza e ódio velado. O dirigente anarquista será executado. Faltava pão, reduziram-se as rações de leite e açúcar, grassava o contrabando, instalara-se a intolerância onde outrora houvera solidariedades. Orwell visita os seus camaradas em prisões abomináveis, anda a monte, teme ser preso, consegue uma viagem para França com a mulher, chegara a hora de fazer um relato da sua experiência catalã, não perpassa na sua narrativa qualquer farronca ou tentativa de notoriedade pela sua vida de combatente. “Não consigo registar os sentimentos que ficaram dentro de mim. É toda uma mistura de vistas, cheiros e sons que não pode ser passado a escrito: os cheiros das trincheiras, as madrugadas nas montanhas estendendo-se a distância inimagináveis, o crepitar gelado das balas, o estrondo e o clarão das bombas, a luz clara e fria das manhãs de Barcelona, e o estampido das botas no pátio do quartel, em dezembro, quando as pessoas acreditavam na revolução; e as bichas para comprar comida e as bandeiras vermelhas e negras e os rostos dos milicianos espanhóis; acima de tudo, os rostos dos milicianos – homens que eu vim a conhecer na linha da frente e que estarão agora espalhados só Deus sabe onde, alguns mortos em combate, outros estropiados, outros ainda presos. Quando se teve um vislumbre de um tal desastre – e, seja lá como for que acabe, a guerra espanhola nunca passará de um terrível desastre, para não falar do sofrimento físico e da matança -, o resultado não é necessariamente desilusão e cinismo. Toda esta experiência não me deixou menos convicto da decência do ser humano; aliás reforçou essa convicção e só espero que o relato que aqui deixo não seja enganador. É difícil dar a certeza a respeito seja do que for, a não ser daquilo que vimos com os nossos próprios olhos. Para o caso de não já ter dito isto antes, digo-o agora: cuidado com o meu partidarismo, as minhas imprecisões, a distorção que resulta inevitavelmente de se olhar para as coisas de um ângulo só”.

          George Orwell despede-se do leitor, está já a viver em Inglaterra, e pede-lhe atenção para dois volumosos apêndices onde narra detalhadamente o lado político da guerra e os acontecimentos posteriores à perseguição comunista aos anarquistas, uma sanha ideológica descomunal, reprova o comportamento dos meios de comunicação social, a começar pela propaganda comunista britânica que permanentemente criticava os anarquistas dizendo que estavam a soldo dos fascistas. “A difamação não resolve nada”.

          De leitura imperdível.  

 

 

Mário Beja Santos







terça-feira, 11 de janeiro de 2022

Lourdes Castro, muito antes das sombras.

 




 

   Foi uma daquelas amizades marcadas por encontros regulares, de intensa cumplicidade, logo a partir do primeiro encontro em que nasceu o nosso gosto pelas leituras em comum. E 20 anos, aproximadamente, de nos termos conhecido, este meu amigo começou a ter graves problemas de visão, e cegou completamente, foi o maior abalo que o podia afetar, bibliófilo desmesurado, a casa a transbordar desde o corredor da entrada, quartos reconvertidos, o corredor dos quartos, o escritório praticamente inacessível, a cama cercada de livros, carreirinhos na sala de estar.

Exatamente nesta sala de estar, durante 14 anos a fio, fiz-lhe leituras, de acordo com a exigências do dono da casa, de Cristóvão Colombo às lutas entre miguelistas e liberais, livros sobre o Estado Novo, uma curiosidade compulsiva quanto a novos talentos literários portugueses, tudo nos podia acontecer e eu não escondia o comprazimento que me dava corresponder a esta intensa alegria que era vê-lo empolgado, houvesse texto sobre Mário Cesariny de Vasconcelos ou um ensaio recente sobre o Integralismo Lusitano.

          Impôs-se naturalmente o ritual das conversas avulsas, foi, até ao fim dos seus 90 anos, um homem dotado de uma memória prodigiosa, recordava Vitorino Nemésio ou as noites de Natal da sua infância, como se fossem acontecimentos da véspera. Acontece que as paredes da casa, as que não estavam cobertas de livros, enchiam-se de imagens dos ancestrais, pululavam fotografias de familiares e amigos e sobretudo na sala de estar, o nosso ponto de convívio, as paredes estavam cobertas de quadros da sua eleição, cada um daqueles quadros propiciava histórias de encontros, amizades, relações intensas que mantivera com artistas plásticos, caso de Moniz Pereira, Noronha da Costa ou Cesariny. Eu sentava-me num cadeirão no canto, de madeira maciça, junto a uma cantoneira cheia de recordações, e por cima estava pendurado um quadro que me assombrava, um óleo de caligrafia críptica, uma espantosa mancha de cor verde bordejada, imaginava eu, de um emolduramento de tom anil. E um dia não resisti a perguntar-lhe a proveniência da obra. Registei algo parecido com o que passo a escrever:

          “É um óleo da Lourdes Castro, dávamo-nos muito bem, ela chegou a fazer uma palestra no Centro Nacional de Cultura, no tempo em que eu fiz parte da sua direção. O René Bértholo, o futuro marido, era mal-encarado, ela uma simpatia, mostrava-me as fotografias dos seus trabalhos, era arte abstrata, nada que me recordasse abstracionistas consagrados como Kandinsky, os construtivistas russos, os futuristas, até Jackson Pollock, senti que era um caminho muito próprio, isto em meados da década de 1950, pontificavam ainda entre nós os modernistas e os neorrealistas. Muitas vezes, findo o meu trabalho, ia até à Galeria Pórtico, que ela também frequentava, conversávamos, e ela desabafa sempre que queria partir para a Europa, percorrer mundo. Era uma mulher singela, nunca escondia as dificuldades com o dinheiro. E em 1957 compareci à inauguração da exposição na Galeria do Diário de Notícias, este quadro estava acabadinho de fazer. Foi amor à primeira vista, era uma revolução para os meus olhos. Não foi por acaso que o coloquei aí, contemplava-o amiúde, aqui sentado no cadeirão, enquanto tive vista. Foi um período curto, este de arte abstrata da Lourdes, depois andou a fazer aqueles utensílios de que eu não desgostava, embora me parecesse um prato requentado, lembrava-me o Marcel Duchamp e os seus seguidores, depois vieram as sombras e mais tarde os herbários, sei muito bem que esta arte abstrata não deve entusiasmar os mercadores de arte, e ainda bem. Haverá poucos quadros deste período, ela teve um incêndio no atelier que lhe devorou muitas telas. Depois ela partiu para Paris, nunca mais nos vimos, perdão, ela está aqui presente a recordar este espantoso período da vida artística de que ninguém fala”.

          Pediram-me os herdeiros deste querido amigo que os apoiasse no desmanchar da casa, fi-lo com dor, manuseei os seus milhares de livros e outros pertences. E os seus familiares presentearam-me com esta companhia diária, uma Lourdes Castro que aqui não tem sombras, nem construções utilitárias ou simuladas nem herbários, um quadro a óleo que revisito e que me recorda, como deve ser, este benfeitor cultural, uma memória vigorosa e revigorante que me trouxe ensinamentos fecundos, o meu muito especial companheiro de leituras, alguém que me telefonava com muita frequência e que assim começava a frase: “por gentileza…”, e com esta deferência eu devia encaminhar-me para um alfarrabista da Calçada do Combro, a livraria da Imprensa Nacional, se eu podia licitar num leilão online, e muito mais.

          Leio agora a necrologia a exaltar esta admirável artista plástica das sombras, um dos nomes mais sonantes das artes plásticas do nosso século XX, e apeteceu-me tirar do anonimato e mostrar a quem tem direito que Lourdes Castro teve outras inquietações antes das sombras, nos chamados Anos de Chumbo ela foi uma formidável promessa num outro itinerário vanguardista, o abstracionismo, que começava a ganhar fluência nas artes plásticas portuguesas.

Aqui vos deixo a imagem da Lourdes Castro que me remete, digo-o com imenso orgulho, para uma indefetível amizade, que a artista alumia, em cada dia da minha vida.


Mário Beja Santos







Custa acreditar: o grande escritor Somerset Maugham andou em missão de espionagem.





 

Seguramente um dos mais apreciados escritores britânicos do século XX, com aficionados entusiastas entre as novas gerações, autor de romances incontornáveis como Servidão Humana ou O Fio da Navalha, contista prodigioso, novelista exímio, um talento irreprimível para dissecar as paixões humanas, é com surpresa que o vemos como pioneiro da literatura de espionagem, uma viagem autobiográfica sobre o seu trabalho para os Serviços Secretos Britânicos na I Guerra Mundial, surpresa que garante uma leitura compulsiva e comprova que a espionagem não é tema de segunda ordem: Ashenden, O Agente Britânico, por Somerset Maugham, ASA, 2021.

          Ashenden é Somerset Maugham, vamos vê-lo na Suíça, em situações de alto risco, fazendo desfilar personagens que vão do insólito ao grotesco, tudo na neutral Suíça, a sua derradeira missão é assistir a ascensão de Lenine Trótski e Leon Trótski, o governo de Kerensky foi derrubado, tudo está a correr bem para o inimigo alemão, Somerset Maugham chegou tarde, a Rússia sai da guerra. O autor resolve jogar o jogo da verdade, como descreve no prefácio: “Este livro tem por base as minhas experiências no Departamento de Informações durante a guerra, alteradas para efeitos ficcionais”. Ele vai insistir que o livro é uma obra de ficção, procura apagar-se: “Grande parte do trabalho de um agente é invulgarmente inútil. O material que ele oferece para histórias é fragmentário e desconexo; é o autor que tem de o tornar coerente, dramático e provável. Em 1917 fui à Rússia. Fui enviado para impedir a Revolução Bolchevique e para manter a Rússia na guerra. O leitor saberá com certeza que os meus esforços não foram bem-sucedidos”. Ele é já um escritor altamente credenciado quando foi recrutado para trabalhar nos Serviços Secretos Britânicos. “Ashenden estava familiarizado com várias línguas europeias e a sua profissão era um excelente disfarce, pois com o pretexto de estar a escrever um livro podia visitar qualquer país neutro sem atrair atenções”. O seu chefe será R, que logo adverte: “Se as coisas correrem bem, não receberá qualquer agradecimento, e se correrem mal, não terá qualquer ajuda”.

          As peripécias de Genebra estão ao melhor nível dos grandes autores da espionagem: agentes duplos que não escondem a chantagem, que ameaçam trocar as fontes de informações se não lhes derem mais dinheiro; interrogatórios da polícia suíça, com sérias dúvidas que Ashenden se limite a andar a procurar inspiração naquele mundo em guerra; enigmáticas damas, como uma tal Miss King, que trabalha para uma baronesa austríaca, Ashenden procura a aproximação, Miss King corta-a direito, não deseja travar conhecimentos com estranhos, no entanto a baronesa convida o agente britânico para um jogo com um certo paxá, anda por ali também um príncipe, é nisto que Miss King adoece gravemente e pede a presença de Ashenden, tem um segredo para lhe revelar, morre em convulsão, a única palavra percetível que diz antes de morrer é Inglaterra; e aparece o mais espantoso fanfarrão, o mexicano calvo, saberemos que se chama o general Camora, Somerset Maugham aproveita para nos dar dele uma descrição inultrapassável, e numa simplicidade que fascina: “Era um homem alto e, embora mais magro do que gordo, dava a impressão de ser muito forte; estava vestido com elegância, num fato de sarja azul, com lenço de seda dobrado no bolso do peito do casaco, e tinha uma pulseira de ouro. As suas feições eram boas, mas um pouco maiores do que o normal, e tinha olhos castanhos e reluzentes. Não possuía de facto qualquer espécie de pelo. A pele amarela era suave como a de uma mulher e não tinha sobrancelhas nem pestanas; na cabeça trazia uma peruca de um tom castanho-claro, bastante comprida, com as madeixas arranjas numa desordem artística. Isto e o rosto macilento e liso, aliado à indumentária elegante, dava-lhe uma aparência que, à primeira vista, era um pouco chocante”. E que histórias este mexicano não nos irá proporcionar, sempre a fazer gala de ser um mulherengo de truz, cometera os seus disparates, enganando-se em gente que deve liquidar.

          Ashenden não trabalha só em Genebra, é obrigado a ir a Paris, e é nesta deambulação que nos confessa que leva uma vida calma e monótona de um funcionário público: “Via os seus espiões em intervalos regulares e pagava-lhes dos salários; quando conseguia arranjar um novo, contratava-o, dava-lhe as suas instruções e mandava-o para a Alemanha; esperava pelas informações que lhe chegavam e despachava-as; ia à França uma vez por semana conferenciar com um colega do outro lado da fronteira e receber as suas ordens de Londres; visitava o mercado no dia do mercado para receber qualquer mensagem que a velha vendedora de manteiga lhe tivesse trazido do outro lado do lago; mantinha os olhos e os ouvidos bem abertos e escrevia longos relatórios que estava convencido que ninguém lia”. E dão-lhe uma missão terrível, era imperativo liquidar Chandra Lal, um temível agitador de rebelião dos indianos contra os britânicos na Índia, Chandra tinha a ajuda dos agentes alemães, missão essa que será bem-sucedida, fazendo-se recurso a uma grande paixoneta do indiano por uma espanhola, usada como marioneta. Inevitavelmente, há traidores e traições, é o caso do inglês casado com uma alemã, houve que lhe armar uma cilada, eram tempos em que se tudo se resolvia rapidamente com um pelotão de fuzilamento. E estamos chegados a um desabafo do embaixador, até parecia não apreciar muito o Ashenden, temos aqui outra descrição notável do Somerset Maugham, e aqui ele põe à prova o seu brilhantismo que usou no romance, novela, conto e dramaturgia, o embaixador amou alguém e simula estar a contar uma história, é um dos momentos mais pungentes deste romance, como sempre o escritor mostra-se eloquente a apreciar o lado inesperado, romântico e ridículo da vida, Sir Herbert agora Witherspoon é indiscutivelmente uma das figuras mais poderosas de toda a ficção deste notável escritor. Temos a viagem de Nova Iorque para São Francisco, a travessia do Pacífico num barco japonês até Yokohama, depois viaja até Tsuruki, depois chega a Vladivostok, Ashenden toma o Transiberiano até Petrogrado, vai acompanhado por um norte-americano, Harrington, outra figura de gabarito, inesquecível, somos imersos numa atmosfera revolucionária, contacta com gente ligada a subversão, enfrentamos paixões russas, também não iremos esquecer tão cedo Anastasia Alexandrovna, estala a revolução na noite de 7 de novembro de 1917, os bolcheviques estão na rua, chegou a hora de fugir ao tiroteio, a missão falhou.

          Leitura imperdível, lê-se tudo com imenso respeitinho pelos sucessos e dissabores que espiar acarreta.

 

 

Mário Beja Santos