sábado, 29 de fevereiro de 2020

A porta do Oriente (26)




Os portos da antiga Fenícia (Tyr, Sidon, Beirute e Byblos) constituíam o ponto de chegada de numerosas caravanas provindas do vasto território interior, nomeadamente da Mesopotâmia.
Antes de atingir o Mediterrâneo, as caravanas atravessavam o Vale de Bekaa para tomar um dos itinerários possíveis através do majestoso Monte Líbano.
No Vale de Bekaa, Baalbeck com os seus abundantes recursos em água era ponto obrigatório de passagem.
Aí se desenvolveu o culto do deus Baal, sobre o qual os romanos e todos os invasores seguintes edificaram templos e construções que tornam o sítio arqueológico de Baaalbeck um dos mais extraordinários de toda a Região.
Para tal construção eram necessários materiais. Ainda hoje se pode visitar a pedreira de Baalbeck num local onde também houve cavernas dedicadas ao culto.
Os libaneses proclamam um dos monólitos aí presentes como a mais volumosa pedra talhada do Mundo. Pesa 1000 toneladas.










Fotografias de 11 de Novembro de 2019

José Liberato









sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

Missinha Solene.





Assim se chama “o último pecado” de Rossini, o seu pecado de velhice – nas palavras do próprio. Música sagrada ou música sacrílega, a Petite Messe Solennelle?

Pequena, porque o acompanhamento instrumental resume-se a 2 pianos e 1 harmónio, o coro a 13 cantores, “de 3 sexos” (nos dias de hoje, eventualmente mais alguns – sexos e cantores).

Solene também, mas dela já se disse que o seu mistério é ser ao mesmo tempo espetacular e extraordinariamente modesta, elegante mas sem a opulência sentimental de muita música sacra.

O Gioachino dedicou-a ao seu deus com a mais cândida das sinceridades: “um pouco de ciência, um pouco de coração, está lá tudo. Sê pois bendito e concede-me o paraíso”.

Fica aqui o Kyrie – pouco mais de dois minutos –, na minha interpretação de eleison, a do RIAS-Kammerchor sob a direção de Marcus Creed (Harmonia Mundi, 2000).




Se o som do vosso aparelho for uma porcaria e não houver auscultadores à mão, mais vale esta, um nadinha menos boa, creio, mas em que se ouve mais o piano e o harmónio: M. Piquemal & Cia.





Manuela Ivone Cunha













quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

André Ventura semiotizado.






A fotografia de André Ventura numa igreja, em atitude de oração, é do fotógrafo Bruno Gonçalves, do Sol. São conhecidas as circunstâncias em que o repórter a captou, mas interessa-me primordialmente a própria fotografia (Figura 1). As circunstâncias, ou contexto, são relevantes para a conotação que aqui faço, que é validada pelo facto de André Ventura, presidente do partido Chega, ter reproduzido a notícia do Sol, encimada por esta imagem, no seu mural no Facebook. A análise não põe em causa o carácter jornalístico da fotografia. 


Figura 1

Na imagem, vemos o interior de uma igreja. Ao centro, André Ventura está ajoelhado. Foi captado em plano médio, do tronco para cima, o que permite em simultâneo uma intimidade do observador com o observado e a distância necessária para significar a oração em retiro. Veste fato escuro, com camisa branca e gravata vermelha, que assinala por uso habitual a sua filiação futebolística pelo Sport Lisboa e Benfica. Ventura está de perfil; pela disposição dos bancos, o observador compreende que olha na direcção do altar. Do punho direito esquerdo destaca-se o brilho de um botão de punho. Uma das mãos está pousada no banco de madeira, a outra está junto da boca. Não há mais ninguém visível. Depreende-se que não decorria uma celebração. Ao fundo, na parede de mármore, iluminada, destaca-se uma imagem de Santo António. De ambos os lados do santo, dois medalhões de mármore representam passos da Paixão de Cristo: do lado direito o momento em que Cristo é atraiçoado, do lado esquerdo, a crucificação. Ao nível do busto de Ventura encontra-se ao fundo a figura de outro santo, que adiante identifico. O gesto da mão de Ventura parece indicar o momento em que terminou o sinal da cruz. Ventura beija o dedo, um ritual que representa o cumprimento a Jesus Cristo. Não faz parte do sinal da cruz, caiu em desuso, mas é ainda comum entre as classes populares do Interior e também entre sectores católicos tradicionalistas. A fotografia foi tirada do corredor central da igreja. Ao lado de Ventura, o fotógrafo baixou-se para não o captar de cima para baixo, dado estar ajoelhado. Se o não tivesse feito, a fotografia perdia o normativo jornalístico e estético pretendido, que por norma capta o ser humano ao nível dos olhos. Contudo, o fotógrafo colocou a câmara abaixo da linha horizontal da cabeça de Ventura, obtendo deste modo um quase imperceptível contrapicado, em que o observador o vê ligeiramente de baixo para cima. É possível que, de novo, o objectivo do fotógrafo fosse o sentido estético, dado que pôde, assim, incluir na íntegra a imagem de Santo António, o que não teria conseguido se a câmara estivesse numa posição horizontal em relação a Ventura. Para obter o plano médio de Ventura incluindo a totalidade da imagem de Santo António, precisava do ligeiro contrapicado, o que acaba por transmitir uma posição de superioridade do observado face ao observador. Na composição, o perfil da face de Ventura ocupa o centro. Os dedos da mão e a cabeça de Ventura situam-se ligeiramente a cima do eixo vertical, como mandam as regras. Deste modo, traçando as diagonais do rectângulo, o que domina o triângulo superior é a cabeça de Ventura e a figura de Santo António (Figuras 2 e 3). 



Figuras 2 e 3


Ventura está virado para o lado esquerdo, que, na leitura de textos visuais ou verbais, corresponde ao início. A imagem transmite, pois, uma orientação de Leste para Oeste, contrária à realidade, por estar esta igreja urbana orientada sensivelmente Norte-Sul, o que o observador comum desconhece. Na fotografia, a luz vem de Oriente, a inspiração divina vem de Oriente. Esta representação é comum na arte religiosa ocidental e já foi aproveitada na fotografia de propaganda, como na imagem de John F. Kennedy igualmente rezando, sentado ou de joelhos, de perfil, com o olhar em direcção a Oriente, de onde vem a luz que ilumina o político norte-americano, o primeiro católico eleito para a Presidência dos EUA (Figura 4; fotografia de Yousuf Karsh, 1960). 


Figura 4

O perfil pode ter diversos significados. No caso em análise, como na fotografia de Kennedy, representa um desligamento entre o sujeito representado e o observador. O olhar de Ventura para o altar fá-lo parecer desinteressado do observador (e do fotógrafo). O vector do olhar, o mais importante na imagem, acentua a espiritualidade do que é mostrado, neste caso a fé católica de Ventura, que ele tem repetido na sua propaganda política. O olhar em frente também transmite confiança e igualdade na relação com Deus, enquanto o olhar para baixo significaria uma relação desigual, com o político numa posição inferior. É o que sucede noutra imagem captada pelo repórter no mesmo instante e que ele divulgou, a preto e branco, no seu mural no Facebook, em 25 de Outubro de 2019, no dia anterior à publicação da reportagem no Sol (Figura 5). 

Figura 5

O segundo vector mais importante é o da mão esquerda na boca, que remete para o seu silêncio e, por extensão, para a oração mental, confirmando, com o perfil, que a relação mostrada — a que Ventura pretendeu criar — é entre ele e o divino. Apesar da distância e dessa relação de Ventura com o que lhe está à frente, na imagem cria-se outra relação, entre ele e Santo António, pela composição, já atrás referida, e cuja envolvência se completa pelo fechamento referencial de ambos na mesma área da imagem, pelo braço do santo num movimento que abraça o que está — na imagem — à direita do observador, movimento que termina com o candeeiro atrás de Ventura. O centro da imagem, resultando da composição e do enquadramento, forma um triângulo: Santo António, o santo do lado esquerdo e Ventura (Figura 6). Este está no lugar que o observador imagina de outra figura católica na organização estética deste altar. Quem são os dois santos que, na predela, acompanham este altar lateral? Do lado esquerdo da imagem é S. Nuno de Santa Maria, ou seja, Nuno Álvares Pereira elevado a santo. Traz a capa de carmelita, um livro e a espada. Tapado por Ventura, está S. João de Deus, santo português nascido em Montemor-o-Novo em 1495, protector dos pobres, padroeiro dos doentes, dos hospitais e dos enfermeiros. Ao substituir na imagem S. João de Deus na triangulação do altar dos santos portugueses, Ventura fica no seu lugar, criando visualmente uma nova trindade, confirmada pela composição da imagem: Santo António, São Nuno e Ventura — uma trindade portuguesa, por acréscimo abençoada e iluminada.  O lugar que Ventura ocupa na igreja (de S. Nicolau, em Lisboa) aparenta ter sido escolhida com precisão, para permitir o enquadramento que vemos na foto. Dificilmente terá sido coincidência, pois Ventura conhece bem esta igreja, dos seus tempos de estudante, tendo vivido numa residência anexa e servido como acólito mas, mesmo que o fosse, é irrelevante, pois o que conta é o que o observador vê: Ventura em triângulo religioso com santos portugueses: um deles pregador e popular, o primeiro santo nascido em Portugal; outro militar, salvador da independência em Aljubarrota; outro (escondido) protector dos pobres e dos serviços de saúde. Em consequência, a fotografia pode funcionar como propaganda de Ventura, mesmo não tendo sido essa a intenção do fotógrafo. A intenção é aqui irrelevante; o que conta é o que se vê e como se é levado a ver, pela composição dos referentes no rectângulo da imagem. Essa função de propaganda existiu no momento da captação, em 25 de Outubro de 2019, no primeiro dia de Ventura como deputado, quando convidou media para o acompanharem de manhã, incluindo à Igreja de S. Nicolau, função que ficou selada quando Ventura usou o link do artigo do Sol de 22 de Fevereiro de 2020 no seu mural no Facebook, no dia seguinte. De representação do seu catolicismo, a fotografia passou, no mural, a representação de um catolicismo superior ao da própria Igreja Católica, e a contra-corrente, como ele se apresenta também na política. Comentando a notícia, intitulada «D. Manuel Clemente cancela audiência a André Ventura», escreveu no Facebook: «Custa ver que o sistema está corrompido e a usar todas as armas baixas contra o CHEGA. Mas a mim, pessoalmente, custa-me ainda mais ver a Igreja, que também é a minha Igreja, deixar-se condicionar e intimidar pelo poder instalado. Não foi isso que Cristo nos ensinou. Mas eu sei que a voz do Povo é a voz de Deus, e essa voz está cada vez mais perto de mim.» Quer dizer, não só a Igreja, representada pelo cardeal-patriarca, está intimidada pelo poder instalado, como o alegado cancelamento da audiência (poderá ter sido adiamento) é considerado por Ventura um ensinamento contrário a Cristo; mais ainda, a voz do Povo, com maiúscula, está em crescendo próxima de Ventura e, por antítese, mais longe da Igreja, ou esta mais longe dela. Apesar de o Patriarcado negar qualquer relação do adiamento ou cancelamento com declarações de Ventura sobre o caso Marega, Ventura preferiu reagir de imediato e considerar o cancelamento ou adiamento da audiência com D. Manuel Clemente «um dos episódios mais tristes» da sua vida política. Deste modo, a fotografia serve este discurso, pois mostra Ventura em contacto directo com Cristo, que está em todos os altares, e sem a mediação da Igreja, de que não se vê nenhum ministro na imagem. Santo António, doutor da Igreja, português de Lisboa, e com uma popularidade extraordinária, que atravessa quase oito séculos de História, santo milagreiro, também ele falava sem ser ouvido por quem devia. Essa atitude, que o Padre António Vieira utilizou para o seu sermão de Santo António aos Peixes — aos peixes, «já que os homens se não aproveitam» —, é indirectamente retomada por Ventura: se a hierarquia da Igreja não o ouve, falará aos peixes, isto é ao Povo com maiúscula. O político apresenta-se, assim, como vítima, igualmente da Igreja que «é também a minha». Sente-se atraiçoado pelos seus e crucificado, como Cristo no dois medalhões na Igreja de S. Nicolau visíveis na fotografia. O gesto mediático de visitar a Igreja de S. Nicolau, a posição cirúrgica ao lado do altar dos santos portugueses e o aproveitamento posterior da fotografia de um repórter fotográfico revelam alguém com uma capacidade invulgar de utilizar a imagem, com objectivos simbólicos. A fotografia, captada num momento organizado para os media, fica a significar a sua mediatização como político de fé, perseguido e injustiçado como Cristo, líder contra-corrente, capaz de falar directamente com ele e com o povo, sem aparente intermediação, e identificado com santos portugueses. A fotografia, pelo poderoso significado iconográfico que permite, diz mais do que o que pode ser dito, diz mais ainda do que o próprio Ventura diz, e ele diz muito pelo discurso verbal. Julgo que voltaremos a vê-la. 


Eduardo Cintra Torres









quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

VPV.





VPV foi a enterrar e toda a gente disse que ele era um génio. O que talvez não tenha sido dito é que, se tivesse sido outro a morrer, VPV não teria a grandeza de carácter de ter dito o bem que disseram dele. E isso deve ser dito.











Outro Olhar, na Antena Dois. (desta feita, Lili Caneças).






A Dama das Caneças (Deusa da Fertilidade) – uma vez mais, Lili, aqui.


Paris é uma festa: Walde Huth.






















terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

«É verdade, foi durante a noite».






Morreu Laura Ferreira, mulher do ex-primeiro-ministro Pedro Passos Coelho

Lisboa, 25 fev 2020 (Lusa) -- A mulher do ex-primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, Laura Ferreira, morreu hoje vítima de doença prolongada, confirmou à agência Lusa fonte oficial do PSD.
"É verdade, foi durante a noite", indicou a mesma fonte.
Laura Ferreira, de 54 anos, estava internada no Instituto Português de Oncologia (IPO) de Lisboa, onde morreu.
FM // FPA
Lusa/Fim


Não conhecia Laura Ferreira, mas o seu caso sempre me impressionou muitíssimo. Agora, mais ainda: o «take» da Lusa com a notícia da sua morte. «É verdade, foi durante a noite», declaração lacónica de uma fonte partidária. Assim se anuncia o fim de uma vida, de uma vida que teve esperanças e amores, casamento e filhos, família, risos, projectos – e, como é óbvio, o desejo de ser feliz, universal e comum a todos. «É verdade, foi durante a noite», e agora vou ficar a pensar nisto durante muito tempo.














Terça-Feira Gorda.



Sair à rua com o Professor de Cabelo Comprido. Rock’n’ Roll Gumbo, para variar do samba.




(dedicado aos blocos cariocas “Senta Que Eu Empurro” e “O Sovaco de Cristo”: o primeiro pela auto-ironia; o segundo pela precisão descritiva da sua localização geográfica – o GPS é tão século XX…)


Manuela Ivone Cunha










segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020

Casa Cid: R.I.P.







Ainda hoje comentei isto numa longa e boa conversa com a Luísa dos Santos Ofícios e com a minha Joaninha: mais uma a fechar. Mais do que centenária, a Casa Cid foi fundada em 1913, Não sobreviveu, vai dar… um hotel. Um hotel para virem ver o quê? Verem-se uns aos outros? Obrigado, Fernando Medina, mais um prego no caixão da cidade. Bravo.











Como falam os Britânicos






Simplesmente fenomenal:












domingo, 23 de fevereiro de 2020

A morte do Príncipe.





Ilustração de Vítor Higgs





Os dias estranhos da morte de Mittterrand. No Diário de Notícias, aqui.

(para os dois meus grandes amigos mitterrandianos, o José Luís e o João)









Carnaval.



O Carnaval dos Animais, humanos e não humanos. Essa grande fantasia zoológica, como lhe chamou Camille Saint-Saëns, que se divertiu tanto, mas tanto, a compô-la a ponto de recear o escândalo e só autorizar publicá-la título póstumo. O editor bem o mandava trabalhar na 3ª sinfonia, mas ao Camille a mãozinha fugia-lhe era para este Carnaval «si amusant…».
No Finale, é a grande confusão na dança dos bichos, o lobo com o cordeiro, a raposa com o corvo, tutti quanti alecrim aos molhos. Mas Saint-Saëns não teria adorado menos o abracadabrante, desopilante e arreliante flamingo desta outra Fantasia, ao som da mesma dança:
  






Manuela Ivone Cunha







sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020

O Castigo Corporal perante a Pedagogia e o Direito Português.






Mandou sair o pessoal. E diante de todos os internados, sem hesitar, nem se preocupar com a corpulência do fugitivo, nem com os possíveis maus instintos de mais de um cento de delinquentes e de indisciplinados que tinha na sua frente, deu-lhe as palmatoadas precisas para ele perder a ideia de nova fuga.
Foi remédio santo.
Restitui-se à Casa a paz e a disciplina, Diluiu-se a lenda da reacção bolchevista; e, durante muito tempo, desapareceram as fugas.







Eia, eia!




Ellas na Intimidade, por Eduardo de Noronha.







Mil outros casos ficam por apontar.
A rainha Mary de Inglaterra não simpatiza com a nova moda. As damas da corte de Buckingham Palace sabem-no. Quando ali se realiza a chamada levée as senhoras enfiam com o maior desplante do mundo uma cabeleira.






O Crime do Moinho do Urzal, por Jaime Ferreira.








Com a dignidade de homens que têm sempre a honestidade a orientar as suas atitudes profissionais, os jornalistas mostraram àquele magistrado o seu desgosto pelas observações, sob todos os aspectos desnecessárias e a que os representantes da Imprensa não estão habituados.







Do Crime, por Mário Monteiro (do Instituto de Coimbra - Advogado)






Há quem julgue que ser advogado é limitar a sua esfera de acção aos acanhados e mal cuidados recintos dos tribunais, marchando eternamente dentro do reumatismo das fórmulas.

(atenção, nota da redacção: esta é a primeira frase do livro, a segunda ainda é melhor, 237 páginas absolutamente fabulosas, fabulosas. Um mimo!)






Código da Honra - A Justiça e a Nação, pelo Doutor Christiano de Morais.






Muito novo me senti impelido para as reivindicações da justiça social, em toda a extensão da palavra.






Sal Fino Em... Grossa Ilegalidade, por Fernando Luso Soares.






Em um Estado autoritário, absorvente, hipertrofiante nos seus poderes e hipotrofiante nos poderes dos governados, um contencioso de anulação, como o que Vossas Excelências exercem, pode surgir como impertinência incómoda ainda que insuprimível, e o recurso dos interessados à Jurisdição como um caso de indisciplinado inconformismo.







Antes de Marega.