sábado, 31 de agosto de 2013

Doze razões para votar Almeida.

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1ª – Em 24 horas de Facebook, já trouxe mais alegria a milhões de Portugueses do que todos os outros candidatos juntos. E, em matéria autárquica, o bem-estar das populações não é importante, até mesmo o fundamental?


         2ª – De rajada, Manuel Almeida tornou-se o Artur Baptista da Silva (que é feito deste?) das Autárquicas/2013. Aguarda-se crónica laudatória daquele-do-lacinho-do-Expresso.


3ª – Feitos os exames na Prelada, não ficou cientificamente provado que seja mais incompetente do que qualquer dos rivais. Logo, in dubio pro Almeida.

         4ª – Declinou três vezes o verbo «especular» na brevíssima, mas já histórica, apresentação da sua candidatura. Não é um especulador, é um especulativo. Almeida, mestre-a-pensar.

         5ª – O fotógrafo de campanha, © Teixeira, precisa de um carro novo, mais artilhado. E o Horácio tem filhos para empregar.

         6ª – Nunca roubou na política. Nunca será eleito. Com Almeida, o risco de corrupção ou peculato em Gaia manter-se-á nuns confortáveis 0,03%, segundo a opinião, sempre fundamentada, do impoluto engº Paulo de Morais, paladino da moral pública que nunca – jamais! – circulou nesses meandros das politiquices camarárias. 

         7ª – Tem um neto bebé, a que chama o «meu carequinha». Além de colo, o carequinha chora por mimo e pelouro. Seara também, e concorre à capital.

8ª – Fazendo jus ao apelido, promete vassourar tudo, do Governo aos Tribunais, passando pela Assembleia.  Só ainda não prometeu rasgar o memorando da troika. Mas, não duvidem, é muito homem para dar uma bela trancada na Srª Merkl e nos mercados todos. 

         9ª – Segundo as revistas del coração, a drª Judite de S. está agora available para autarcar a norte do Mondego river.   

         10ª – Com Almeida, nunca se colocarão problemas de limitação de mandatos. Ao fim de seis meses, será devidamente corrido à pedrada pelas turbas gaienses.  

         11ª – Menezes chorou várias vezes, e acabou líder de Gaia. Almeida ainda não chorou, mas muita lágrima de riso já correu à sua conta. No confronto da pungência, Almeida leva vantagem. 

         12ª – Irá ser um autarca-modelo. Modelo de quê, ainda não sabemos. Mas, com Almeida, a vida é sempre feita de surpresas e inesperados. Pela amostra até agora, não nos irá desiludir. Nunca.    

 

We Want Bruno.

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E onde está o Wally?

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Elegance is an attitude.

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sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Gestor Competente a Presidente.

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Somos nós.

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Obama meets Santo Tirso.

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IMPERDÍVEL: Candidato PTP a Vila Nova de Gaia.

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Vamos todos votar no Ricardo!




         

E se Penafiel quer...

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França vs. Vila Nova da Barquinha.

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Portugal é sensacional.

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O melhor país do mundo.

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Portugal é um lugar estranho.

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Desastres do Photoshop.

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obrigado, Francisco!
 
 


A Message to Portugal from Spiritual Teacher Mooji.

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Saloio Pride.

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United Colours for Punk.

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Porque não há autárquicas todos anos? Porquê?
 
 
 

Félicien Rops.

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La dame au cochon - Pornokrates (1879).


A propósito de umas imagens de Balthus, um amigo fez-me chegar breve nota sobre o pintor, gravurista e desenhador belga Félicien Rops (1833-1898). Rops foi certamente influenciado pela imagética pornográfica e licenciosa dos séculos XVIII e XIX, mas nele o que há de mais interessante é, porventura, a antecipação ou fugaz prenúncio de muito do que seriam as artes plásticas na Bélgica, poucos anos depois (e até mais tarde, com a banda desenhada). Ao meu amigo, intrigava-o sobretudo, La dame au cochon - Pornokrates, de 1879. É, de facto, intrigante.  Ce dessin me ravi, escreveu Rops numa carta, no ano em que terminou a obra.   

 

PPP - Publicidade Pimba e Parva.

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quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Aguarda-se PPP (Poema Pungente de Peixoto).

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Coreia do Norte
Ex-namorada de Kim Jong-un executada por pornografia
por Agência Lusa, publicado por Susana Salvador
Uma cantora norte-coreana, conhecida como uma antiga namorada do líder Kim Jong-un, foi executada na semana passada, na Coreia do Norte, juntamente com um grupo de músicos acusados de gravar e vender pornografia, foi hoje noticiado.
O jornal sul-coreano Chosun Ilbo, o de maior tiragem na Coreia do Sul, afirmou que Hyon Song-wol foi detida a 18 de agosto, por violação das leis norte-coreanas contra a pornografia. A cantora foi executada, em público, três dias depois, indicou.
Além de Hyon Song-wol, foram condenadas à morte mais 11 pessoas, alguns que também pertenciam à orquestra Unhasu, e músicos e bailarinos do grupo Wangjaesan Light Music Band, referiu o jornal, citando fontes chinesas.
Todos os executados foram acusados de gravar e vender vídeos pornográficos. De acordo com uma fonte citada pelo jornal, tinham várias bíblias, e, por isso, foram tratados como dissidentes políticos.
Aparentemente, a relação da cantora com Kim Jong-un aconteceu há dez anos. A relação terminou porque não era aprovada por Kim Jong-il, pai do atual líder norte-coreano, de acordo com a agência noticiosa espanhola EFE.
Hyon casou-se com um soldado e Kim Jong-un casou com uma outra cantora, Ri Sol-ju, que também pertenceu à orquestra Unhasu.
A fonte, citada pelo jornal sul-coreano, acrescentou que os 12 artistas foram executados à frente de outros membros do grupo e de familiares, que foram levados para campos de trabalhos forçados.

Time after Time.

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Voz amiga deu-me conta do último número da Time, inteiramente dedicado a Martin Luther King Jr., à Marcha sobre Washington e ao discurso I Have a Dream. Histórias e imagens fabulosas. Por € 4,95, a não perder.


quarta-feira, 28 de agosto de 2013

50 anos.

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Fotografia de Yousuf Karsch

 
 
 
 
1963 is not an end but a beginning.
 
Martin Luther King Jr., 28/8/1963




Tadzio.









 
 
Morte em Veneza (1912), de Thomas Mann, deu lugar ao filme com o mesmo nome, de Luchino Visconti (1971), e à ópera – a última – de Benjamin Britten (1973), bem como ao bailado de John Neumeier (2003). Em 1990, Gilbert Adair publicou Love and Death on Long Island, uma novela noveleira com muitas afinidades com a de Thomas Mann, que seria adaptada ao cinema em 1997, num  filme com o mesmo título da autoria e Richard Kwietniowski, realizador inglês de ascendência polaca.  

Polaco era também o verdadeiro Tadzio, o gatinho menino que serviu de inspiração ao efebo que encantaria Gustav von Aschenbach. Władysław Gerard Jan Nepomuk Marya Moes nasceu em 1900, no seio de uma família aristocrática (a mãe era a condessa Janina Miaczynska). Em 1911, a família Moes e o pequeno Władysław passaram férias no Grand Hotel des Bains, no Lido, Veneza. Chamavam ao petiz «Adzio» ou  «Władzio», e a história desta inspiração foi contada pelo já citado Gilbert Adair em The Real Tadzio (2001). Władysław Moes foi preso pelos nazis em 1939, permanecendo detido durante seis anos. Com a chegada dos comunistas, todas as suas propriedades foram confiscadas – e Władysław passou a ganhar a vida como tradutor.  Só em 1964, numa entrevista ao tradutor polaco das obras de Thomas Mann, reconheceria que era ele o real Tadzio. Morreu em 1986, em Varsóvia.




Władysław Moes


 
A família Moes, no Lido (1911)
 

Władysław Moes, 1939
 
 
Gilbert Adair, The Real Tadzio, 2001
 
 


A história da escolha do sueco Björn Johan Andrésen (n. 1955) para desempenhar o papel de Tadzio, no filme de Visconti, foi contada num documentário do Mestre, Alla Ricerca di Tadzio (1970), que aqui apresentamos legendado em belos caracteres cirílicos:








Luis Martín, La muerte de Tadzio, 2000




Em 2000, Luis G. Martín deu à estampa La muerte de Tadzio, que narra a vida de Tadzio após a jornada italiana com Aschenbach, explorando o tópico da deterioração da beleza física, o ressentimento com a erosão do tempo. O tema continua a despertar recriações. No passado mês de Julho, foi estreada em Londres uma peça em que Tadzio, já entrado na idade, recorda as suas vivências pretéritas: Tadzio Speaks…, de Martin Foreman, com o actor Christopher Peacock monologando no papel de Tadzio (vídeo aqui). Também este ano, Ben Bower publicou Return to Venice, uma peça em que coloca Adzio – sim, o verdadeiro, o Władysław Moes – a viver em Viena com mulher e filhos, vinte e cinco anos depois do avistamento efectuado por Thomas Mann na laguna de Veneza. O psicoterapeuta aconselha-o a visitar Veneza, onde se apaixona por um jovem, e o enredo termina com um encontro em Los Angeles entre Adzio e Mann. Tudo assaz idiota, como vêem.  
 
   O sueco Björn Johan Andrésen, actor e músico, teve uma vida algo acidentada (a mãe suicidou-se quando tinha dez anos e, aos 13, descobriu que o homem com quem vivia era seu padrasto, e não o pai biológico). Visconti vampirizou-lhe a aura andrógina, quando tinha 15 anos, jovem actor formado no Conservatório de Estocolmo. Desde aí, a imagem de Tadzio foi tão forte e absorvente que nunca mais se conseguiu libertar dela. Alcoolizado, teve anos de terapia, e uma filha pelo meio. Em 1976, circularam rumores de que fora o autor do brutal e estranho homicídio do não menos estranho actor Sal Mineo, celebrizado em Rebels Without a Cause; no final das investigações, foi dado como culpado um entregador de pizzas. Corre a história, ou lenda, segundo a qual Miguel Bosé chegou a ser escolhido por Visconti, mas que o pai-torero, Luís Miguel Dominguín, se opôs ao desempenho, provavelmente com razão e bom senso. Ao que parece, quem aspirava ao papel era Helmut Berger. A ele se atribuem, falsamente ou não, os rumores que abundantemente ulularam sobre o desaparecimento de Bjorn, ora suicidado, ora morto por overdose.
 
 


 
 
Björn Andresen
 
 
 
Na altura do filme, era «o rapaz mais bonito da Europa», como lhe chamavam as revistas. O enredo da história fazia crer que seria homossexual, facto que Björn sempre negou enfaticamente – e com veemência. No maravilhoso livro The Beautiful Fall. Fashion, Genius and Glorious Excess in 1970s Paris, Alicia Drake relata a fulgurante entrada de Björn na noite parisiense, na memória de Susi Wyss, uma beleza felina cortejada por Eric de Rothschild: «She remembers with affection the arrival one night at Le Sept of Bjørn Andresen of Death in Venice fame, which caused a near riot, ‘I thought he was homosexual,’ recalls Susi, ‘but he fucked me beautifully.’». Tadzio inspirou a moda e, em torno de um postalinho de seu pae, suscitou uma comovente história pequenina, contada pela portuguesa Licínia Quitério.
 
 

 

 
 
Germaine Greer, The Beautiful Boy, 2003
 
 
Björn Andresen virou fera e protestou alto quando, em 2003, a escritora feminista Germaine Greer, sem lhe pedir autorização, usou a sua imagem, capturada pelo fotógrafo David Bailey, na capa do livro The Beautiful Boy.
 
 
Björn Andresen, no Japão

 

No Japão, Björn Andresen fez furor como bishōnen, conceito nipónico que dificilmente conseguiremos apreender: um rapaz que, pela sua beleza transcendente, transcende as fronteiras de género, como agora se diz nas academias.

Tirou partido disso,em muitas aparições comerciais e musicais. Serviu de fonte inspiradora aos criadores de manga e anime, maxime em Kaze to Ki no Uta (O Poema do Vento e das Árvores) de Keiko Takemiya (n. 1950), publicado entre 1976 e 1984, de claras conotações homoeróticas.

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E por aqui desaguamos ao final desta torrente de factos e informações, que muito beneficiaram da intercessão milagrosa de Santa Wikipedia, padroeira dos ignaros. Prova provada de um princípio basilar da filosofia Malomil: a Oeste, nada de novo. Tão-só um aluvião de referências acumuladas através de séculos. Na cultura ocidental, velha e cansada de tantos génios, já nada se cria ou inventa, tudo se apropria e transforma, em constante recriação e decadente desfrute. A Internet, onde agora estais, só veio aprofundar o descalabro.

 
Para a Bb. e para o A. R., em mahleriano adagietto,
 
 
 
António Araújo