quinta-feira, 31 de março de 2016

Nos passos de Luther King Jr.

 
 
A casa onde nasceu e viveu Martin Luther King Jr.
 
Ebenezer Baptist Church, onde Martin Luther King Jr. foi pastor e já o pai tinha sido.
Hoje é um "Heritage Sanctuary", versão moderna de santuário.
 
 
Eternal Flame - em memória de Martin Luther King Jr.

 

Túmulos de Coretta e Martin Luther King Jr.

 
 
 
Fotografias de Onésimo Teotónio de Almeida




quarta-feira, 30 de março de 2016

Jerusalém esmagada pelo passado.

 
 
O Muro

 
         Camadas sobre camadas. Do rei David ao nosso tempo, Jerusalém, ovo das três grandes religiões monoteístas — de Deus, de Deus e de Deus —, acumula camadas de história. Para se ver lajes que Jesus terá pisado no mercado junto ao Templo é preciso descer debaixo da terra. As paredes mostram camadas de construções sobre construções, religiosas, militares, civis. Ruínas. Placas lembram “foi aqui que…” Um gigantesco cemitério sobe o Monte das Oliveiras em fileiras de pedras tumulares de há milénios ou de hoje, um sítio geológico humano. Os mortos espreitam os vivos.
 
         A cidade velha divide-se em zonas que distribuem camadas históricas pela superfície: o bairro cristão, o bairro islâmico, o bairro judeu, o bairro arménio. Há portas milenares e muros do século XXI. Torres de igrejas, cúpulas de sinagogas e minaretes de mesquitas disputam no céu a última camada do espaço.
     
        Uma camada comprime a outra e cá em cima Jerusalém vive esmagada pelo passado. Os vivos são prisioneiros dos mortos. Diferentes culturas, religiões de guerra e paz, nações valentes que se querem mais imortais que as outras. Vive-se o presente no receio de que o futuro seja a colocação duma nova camada de sangue seco nas pedras velhas e muros novos.
 
O Monte do Templo sobre ruínas


Os mortos espreitam os vivos: cemitério no Monte das Oliveiras
Debaixo de terra: a Igreja do Túmulo de Maria

Oração nas pedras do Monte das Oliveiras
 
 
 
        Lutar pela paz é combater o passado. Quando se promove o encontro de culturas sente-se perigo. Juntar pessoas vítimas de passados diferentes é um acto de coragem, como o narrado pelo documentário de Erez Miller e Henrique Cymerman, “East Jerusalem, West Jerusalem”, estreado em Portugal na Judaica, Mostra de Cinema e Cultura. O músico israelita David Broza quis fazer um álbum em Jerusalém Oriental com músicos judeus e palestinos. O filme acompanha esta pequena guerra pela paz, os encontros no estúdio, quase clandestinos, as conversas dos dois lados do muro de cimento e passado que separam pessoas iguais em mundos diferentes.
 
 
Oração na pedra do Santo Sepulcro de Cristo

A Cúpula Dourada no Monte do Templo

Oração no Muro I

Oração no Muro II

Estudando no Átrio do Muro

Orações no Muro subterrâneo

Debaixo de terra: Muro debaixo do Muro


Soldados no Santuário do Livro, Museu de Israel

Olhando o passado de Jerusalém
 
        
      
 
      A iniciativa de Broza, que noutros lugares seria vulgar, é ali arrancada ao preconceito, como se alguém roubasse uma pedra antiga duma camada de passado do Outro na cidade velha. Os músicos judeus e palestinos dizem coisas para nós banais, mas para eles actos da guerra pela paz: somos iguais, podemos encontrar-nos, gravar juntos, viver em harmonia. O projecto de Broza e deste documentário aconteceu nove anos depois, nove anos depois!, do difícil concerto, também documentado em filme, da West-Eastern Divan Orchestra, com músicos judeus, muçulmanos e cristãos, em Rammalah, Palestina. Quanto anos para o próximo? Estes lutadores, na música e nos documentários, sonham com uma última camada da história de Jerusalém, a da paz.
 
[Publicado no Correio da Manhã, Páscoa, 27 de Março de 2016]
 
Texto e fotografias de Eduardo Cintra Torres
 
 
 

 

terça-feira, 29 de março de 2016

Sevilha: a Semana Santa.

 















































Fotografias de António Araújo

 

Para o Jorge Monteiro, com a grata amizade, e um abraço do
António