“That they may find true happiness together and be guided on the paths of duty and honour is the prayer of all.”
Sir
Winston Churchill, Outubro de 1947
Na
aldeia de Yaohnanen, situada na ilha de Tanna, em Vanuatu, a notícia da morte
do Príncipe Filipe, Duque de Edimburgo, será sentida de forma especial. Ali, no
mais remoto Pacífico, o Príncipe não era apenas o marido da Rainha de
Inglaterra. Era, por direito próprio, venerado como um ser divino.
A
tribo identificou Filipe de Edimburgo nos anos 50 como a figura de que falava uma
antiga lenda, o filho de um espírito da montanha, que viajara pelos mares para
casar com uma mulher poderosa. A criação deste pitoresco culto do Príncipe em
Yaohnanen levou a uma relação simpática de Filipe de Edimburgo com os nativos,
que perdurou no tempo.
Não
é, contudo, apenas em Vanuatu que se lamenta a morte do ancião príncipe inglês,
ou grego. Se ainda há poucos anos, o Príncipe Filipe era apresentado como a
excepção a um suposto aforismo que nos dirá que toda a gente acaba por ser popular, se viver o tempo suficiente para
isso, a sua morte no Castelo de Windsor a 9 de Abril de 2021, vem
porventura provar que, mesmo inexistindo, o aforismo tem razão de ser.
Afastado
dos holofotes desde há uns anos, a percepção pública do Duque de Edimburgo
parece ter melhorado, porventura com a ajuda da dramatização televisiva, que
permitiu conhecer outras facetas do marido da Rainha de Inglaterra, que não
apenas as suas celebérrimas gaffes.
Filipe
de Edimburgo morreu a dois meses do centenário do seu nascimento e exactamente
19 anos depois do funeral da sua sogra, a Rainha-Mãe Isabel. O contraste entre
os dois consortes não podia ser maior. Isabel Bowes-Lyon (1900-2002), consorte
de Jorge VI e mãe de Isabel II, era a guardiã da tradição, apreciava a
popularidade que a acompanhara desde os anos da sua juventude, celebrou os seus
aniversários com estrondo e até o seu funeral planeou com detalhe.
Filipe
da Grécia e Dinamarca (1921-2021) – ou Mountbatten, como passou a ser desde
1947 –, pelo contrário, apresentou-se como o campeão da modernidade,
aparentemente acomodado à discrição que o seu papel impunha e parece ter dado
indicações estritas de que não queria demasiado barulho quando morresse. Terá
chegado a dizer que não conseguia pensar em nada mais terrível do que fazer cem
anos.
A
relação entre genro e sogra foi, de resto, sempre especial e marcada pelas visões distintas da política e da
Monarquia. A 3 de Dezembro de 1946, o então pretendente à mão da Princesa
Isabel escrevia à futura sogra, pedindo-lhe desculpa pela “rather heated discussion” e que ela não o considerasse “violently argumentative and an exponent of
socialism” (citado em Shawcross, William; Queen Elizabeth The Queen Mother – The Official Biography, p. 625).
Castiço
e estóico, directo e não raro inconveniente, Filipe de Edimburgo bateu todos os
recordes de longevidade como consorte de um soberano britânico, tal como o
Primeiro-Ministro Boris Johnson fez questão de sublinhar na declaração ao País
da passada sexta-feira. Num mundo mais atento aos recordes do que à substância
dos mesmos, valerá a pena sublinhar a dedicação e o serviço aos britânicos e à
Commonwealth nos seus 73 anos de casamento, 69 dos quais como consorte da
Rainha.
Quando
a sua urna for depositada na Capela de São Jorge, no Castelo de Windsor, estará
coberta com o seu estandarte pessoal, testemunho da sua ilustre ascendência e
da sua história como consorte.
*
* *
Em
Outubro
de 1947, na Câmara dos Comuns, foi debatida uma moção de congratulação ao jovem
real que viria a casar na Abadia de Westminster no dia 20 de Novembro: Isabel,
filha e herdeira do Rei Jorge VI, e Filipe, ex-Príncipe da Grécia e Dinamarca, então
apenas Tenente Philip Mountbatten.
Sir
Winston Churchill, então líder da oposição depois da surpreendente derrota nas
eleições do pós-Guerra, formulava aos noivos os votos de dever e honra, além de
felicidade. O casamento celebrou-se com uma pompa limitada mas que poderia ter
parecido ofensiva, tendo em conta a miséria que a Guerra deixara aos londrinos.
O antigo (e futuro) Primeiro-Ministro preferiu antever o casamento como “a flash of colour on the hard road we have
to travel” e foi essa a sensação que predominou do casamento: a esperança num
tempo melhor.
O
debate que se seguiu à intervenção de Churchill evidenciou as tensões políticas
próprias de um mundo em tumulto e as pressões que a futura Guerra Fria já fazia
despertar, em que a Grécia, terra natal do noivo da Princesa, tinha então um
papel central, com uma guerra civil sangrenta que decorria há vários anos e que
opunha os comunistas apoiados por Tito e (pouco convictamente) por Estaline ao
governo apoiado pelo Reino Unido e pelos Estados Unidos.
Willie
Gallacher, líder sindical escocês, fundador do Partido Comunista da
Grã-Bretanha e deputado por West Fife, não perdeu a ocasião para um remoque
sobre o governo ‘monárquico’ da Grécia natal do então ex-Príncipe. Segundo
Gallacher, no dia do anúncio do noivado, “milhares de cidadãos gregos – comunistas,
socialistas e sindicalistas – foram enviados para campos de concentração”.
Apesar
de o Speaker da Câmara ter procurado
afastar o assunto grego, Gallacher voltou à carga aludindo à “untuosa
hipocrisia” com que os jornais tinham proclamado que como Philip Glucksburg (nome da dinastia grega) Filipe seria visto com
suspeição, mas que como Philip
Mountbatten seria recebido de braços abertos. Gallacher, que votou contra a
moção, perderia o lugar na eleição seguinte, em 1950.
Nem
o facto de Filipe ter servido na Royal
Navy durante a Guerra parecia, pois, atenuar as preocupações que eram
certamente partilhadas por outras pessoas, bem mais próximas da Princesa do que
o comunista Gallacher. De facto, naquela época teria porventura sido mais bem
aceite a opção da Princesa por um aristocrata inglês do que por um príncipe
estrangeiro.
Filipe
nasceu príncipe. Da Grécia, mas também da
Dinamarca, embora neste caso de forma apenas honorífica. O seu avô, Guilherme,
nascido príncipe da Dinamarca, fora escolhido com 17 anos para Rei da Grécia,
em substituição de outro príncipe, bávaro esse, que reinara mas não agradara
por 30 anos, até 1862. Com o novo nome de Jorge I da Grécia – ou dos Helenos, que é a designação correcta
dos reis gregos desta dinastia – manteve a ligação à sua Dinamarca natal,
conservando para os seus descendentes o título de Príncipe da Dinamarca.
O
pai de Filipe, o Príncipe André, foi um dos 8 filhos do Rei Jorge I e da Rainha
Olga, nascida Grã-Duquesa da Rússia e neta do Czar. A Família Real Grega foi
especialmente afectada pelas guerras, não apenas as mundiais mas também as dos
Balcãs, numa turbulenta sucessão de regicídios, exílios e reinados. No ano a
seguir ao nascimento de Filipe, o seu pai foi responsabilizado por uma derrota
militar e exilado. Foi a este legado e ao nome desta família paterna que Filipe
renunciou no início de 1947, antes do anúncio do seu noivado com a filha do Rei
de Inglaterra.
*
* *
Mountbatten
era o apelido da família da mãe de Filipe. Ou melhor, a versão anglicizada do
apelido Battenberg com que Alice nascera.
Os
Battenberg eram um ramo morganático da Casa de Hesse-Darmstadt – ou seja, um
ramo que resultou de um casamento que não cumpria os requisitos de igualdade de
nascimento das leis da Casa. Simplificando, o ramo era o resultado de uma bonita
história de amor entre uma jovem condessa, dama de companhia de uma Grã-Duquesa
e futura Imperatriz da Rússia, por quem o Príncipe Alexandre de Hesse, irmão desta
(e do Grão-Duque de Hesse), se perdeu de amores.
A
Casa de Battenberg haveria de ser pródiga em excelentes casamentos com casas
reais europeias, dando consortes a monarcas de Espanha, da Suécia e da
Inglaterra. O seu nome esteve, além disso, perto de vingar como nome de uma
nova dinastia inglesa.
Um
dos filhos desse casamento morganático, o Príncipe Luís de Battenberg, naturalizado
britânico e oficial da Royal Navy com
uma carreira fulgurante, casaria com uma neta (e homónima) da Rainha Vitória.
Com a eclosão da Grande Guerra em 1914, a família renunciou a todos os títulos
alemães, o nome de família foi anglicizado e o Rei Jorge V conferiu títulos de
nobreza britânicos para recompensar a lealdade. Berg, monte em alemão, passou a Mount,
monte em inglês. E os Battenberg passaram a Mountbatten.
Luís
e Vitória foram pais, nada menos, do que uma futura Princesa da Grécia (a mãe
de Filipe), de uma futura Rainha da Suécia e de um futuro Vice-Rei da Índia, o
célebre Lorde Mountbatten de Burma. A ligação de Lorde Mountbatten à Royal Navy terá sido providencial para
assegurar não apenas a carreira naval do seu sobrinho Filipe, que cresceu em
Inglaterra e na Escócia, longe da terra natal e da família paterna, mas também
o seu futuro matrimonial.
William
Shawcross, biógrafo oficial da Rainha-Mãe, sintetizou desta forma o papel de
Mountbatten no romance: “A sua amizade foi promovida, por vezes de forma
demasiado insistente, pelo tio de Filipe, Lorde Mountbatten, cujos entusiasmos
sociais podiam interferir com o seu sentido de decoro” (op. cit., p. 624).
Quando,
em Julho de 1947, o Rei Jorge VI anunciou o noivado da sua filha e herdeira, a
Princesa Isabel, Lilibet na família, com
o Tenente Filipe Mountbatten, já tinham ocorrido, por parte de Filipe, a
renúncia aos títulos e direitos dinásticos gregos, a naturalização como cidadão
britânico e ainda uma enorme operação de charme liderada por Lorde Mountbatten,
ainda Vice-Rei da Índia em processo de
independência em curso, para que a classe política não levantasse questões
à sua escolha.
Na
manhã do casamento e seguindo a tradição, o Rei Jorge VI conferiu ao (ainda
futuro) genro os títulos de Duque de Edimburgo, Conde de Merioneth e Barão
Greenwich. Na véspera tinha-lhe conferido o tratamento de Alteza Real, o mesmo a que Filipe renunciara meses antes, a
exclusiva Ordem da Jarreteira. Consciente da sua generosidade pelos padrões
britânicos, Jorge VI escreveu à sua mãe, a Rainha Maria (1867-1953), tentando
justificar tamanha prodigalidade: “I know
Philip understands his new responsibilities on his marriage to Lilibet” (citado
em Shawcross, William, op. cit., p.
628).
Foi
esse – Sua Alteza Real o Duque de Edimburgo – o tratamento e título que teve
até 1957, quando regressou a Londres com a sua mulher, rainha há já 5 anos, da
visita de Estado a Portugal.
* * *
Com
a subida da Princesa Isabel ao trono do Reino Unido, na sequência da morte do
Rei a 6 de Fevereiro de 1952, voltou a haver uma rainha reinante, Isabel II,
num reinado que se antevia longo por força da juventude da soberana.
O
início do reinado ficou, contudo, marcado pela tensão a propósito do nome da
dinastia. Ainda Isabel não reinava há um mês e em Londres circulava já que
Lorde Mountbatten, ávido por ‘dourar’ o apelido da sua família, dizia já que
desde 6 de Fevereiro a dinastia era a de Mountbatten.
A
Rainha Maria, viúva de Jorge V (que dera o nome de Windsor à Casa Real em 1917),
terá conspirado com a Rainha Mãe e o governo de Churchill em peso, para forçar
a nova Rainha a manter o nome da Casa, preterindo a vontade e o nome do marido,
‘o único homem na Grã-Bretanha que não pode transmitir o apelido aos seus
filhos’, como o próprio terá dito. A 11 de Abril de 1952, The London Gazette publicava a declaração feita pela Rainha de que
a sua Casa e Família era a de Windsor e que esse seria o apelido dos seus
descendentes.
Filipe
nunca recebeu o título de Príncipe
Consorte, usado antes pelo marido da Rainha Vitória, o Príncipe Alberto –
embora conferido apenas em 1857, 17 anos depois do casamento. Agravando o
contraste, a dinastia que sucedeu a Vitória recebeu o nome da família de
Alberto, Saxe-Coburgo-Gotha, depois alterada
para Windsor durante a Grande Guerra.
Ao
contrário das consortes dos soberanos, o consorte da rainha não tem um papel
especial na coroação. Não é coroado ao seu lado e o Duque de Edimburgo sentou-se
com os restantes duques reais. Coube-lhe ser o primeiro a jurar fidelidade e
beijar a face da sua soberana e mulher, em momento registado não apenas pelas
câmaras mas também no belíssimo óleo de Sir Terence Cuneo que está na Colecção
Real.
Deve-se ao Duque de Edimburgo um grande desenvolvimento da televisão nos seus alvores. A sua insistência na transmissão integral e em directo da cerimónia em 1953, que vingou apesar da resistência dos cortesãos, levou à aquisição em massa de aparelhos televisivos. Permitiram, além disso, o registo integral daquela que foi porventura a mais esplêndida cerimónia do século XX, irrepetível em muitos dos seus pormenores porque o mundo da próxima coroação é irremediavelmente diferente daquele que assistiu aos “vivas” a Isabel II na Abadia de Westminster.
Ao lado da Rainha, o marido adaptou-se ao seu papel, por definição secundário, tentando dar à Monarquia os toques de modernidade que apreciava. Fez dos seus interesses pessoais – as Forças Armadas, a Conservação da Natureza, a modernização industrial – o foco da sua acção e parece ter transmitido aos seus filhos, em particular ao filho mais velho, algumas das suas prioridades.
A
Visita de Estado a Portugal em Fevereiro de 1957, retribuindo a visita do
Presidente Craveiro Lopes a Londres dois anos antes, ficou no imaginário
nacional luso pela pompa inédita mas foi também um momento importante para
Isabel II e o Duque de Edimburgo.
A
ausência do Duque numa viagem de vários meses a bordo do Iate Real tinha feito
disparar alarmes sobre o real estado do casamento. A reunião deu-se em Lisboa.
Imediatamente após o regresso a Londres, Isabel II conferiu ao marido o título
e a dignidade de Príncipe do Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte,
fazendo saber que passava a ser conhecido por Sua Alteza Real o Príncipe Filipe, Duque de Edimburgo, designação
que usou até à sua morte.
Três
anos depois, em 1960, a Rainha emendou a mão relativamente à declaração de 1952
sobre o nome da família, decidindo que se chamariam Mountbatten-Windsor todos os descendentes que não tenham tratamento
de Alteza Real ou título real,
perpetuando assim o nome adoptado pelo marido em 1947.
Filipe
de Edimburgo regressaria a Portugal em 1973, para participar na comemoração dos
600 anos do Tratado de Londres, assinado em 1373 entre o Rei D. Fernando I e o
Rei Eduardo III de Inglaterra. Américo Tomás e Marcello Caetano não pouparam
nas celebrações, entre banquetes e espectáculos equestres. O Duque recebeu o
Grande-Colar da Ordem do Infante D. Henrique, até então apenas conferido a
Chefes de Estado.
Ao
emproado discurso do Presidente Américo Tomás no Palácio da Ajuda, Filipe de
Edimburgo respondeu com um discurso algo desconcertante, com toques de humor,
que o
Arquivo RTP permite recordar na íntegra. Recordando que a maioria dos
tratados é esquecido antes de a tinta secar, destacou a singular circunstância
de se celebrar os 600 anos de um tratado de amizade que certamente nenhum dos
presentes tinha lido:
“When the
relationship between states is based on political, strategic or even industrial
considerations, it is liable to sudden and complete change. When the
relationship depends upon the attitude of the people of one country to the
people of another, when ways of life, cultures, senses of humour are admired
and enjoyed, and when there is a sense of mutual trust, then it will not
change, even during periods of strain. It is these factors which are at the
base of real friendship between nations. The sort of friendship in which it is
possible to be frank without giving ofence, to criticize without malice and to be
appreciative without cynicism.”
Porventura
o aviso de que Marcello Caetano podia esperar críticas em Londres durante a
visita que teria lugar no mês seguinte, mas sempre com amizade.
*
* *
Nas
armas do Príncipe Filipe, reproduzidas no estandarte que cobrirá a sua urna,
estão os leões dinamarqueses, a cruz branca sobre o fundo azul da bandeira
grega, duas listas negras em fundo branco das armas Battenberg (ou Mountbatten)
e as armas da cidade de Edimburgo, o seu ducado.
Ao
contrário das gerações seguintes, Isabel II e Filipe de Edimburgo nunca foram
pródigos em declarações públicas sobre a sua relação. Biografias futuras, com
acesso à correspondência trocada, permitirão relevar um pouco mais sobre a
relação de 73 longos anos e sobre o papel efectivo que Filipe desempenhou no
reinado da sua mulher.
A
excepção a essa discrição foi o agora glosado discurso por
ocasião das Bodas de Ouro, no difícil ano de 1997, menos de três meses após
a trágica morte de Diana de Gales. A Rainha falou dos incríveis 50 anos para o
Reino Unido e, no seu característico humor, não deixou de sublinhar o difícil
feitio do marido, antes de lhe fazer o elogio:
“All too often,
I fear, Prince Philip has had to listen to me speaking. Frequently we have
discussed my intended speech beforehand and, as you will imagine, his views
have been expressed in a forthright manner.
“He is someone
who doesn't take easily to compliments but he has, quite simply, been my
strength and stay all these years, and I, and his whole family, and this and
many other countries, owe him a debt greater than he would ever claim, or we
shall ever know.”
Vinte
anos depois, em 2017, ano em que cumpriram 70 anos do seu casamento e de
serviço público, a Rainha, sua mulher, mandou cunhar várias moedas com efígie
do Duque de Edimburgo com a inscrição em latim “NON SIBI SED PATRIAE”: não para si, mas para o país.
É nessa renúncia de si mesmo, do seu título, da sua família, do seu apelido, da
sua liberdade e da sua privacidade, que se baseia o serviço que Filipe de
Edimburgo prestou ao Reino Unido, estoicamente ao lado da mulher, em bons e
maus momentos – uma longa vida inteira. Cumprindo, de alguma forma, aquilo que
dias após o casamento, em 1947, Filipe escrevia numa carta:
“Lilibet is the
only ‘t
(Carta
do Duque de Edimburgo à sua sogra, a Rainha Isabel, 3 Dezembro 1947, citada em
Shawcross, William, op. cit., p. 631)
Ademar Vala Marques
Um homem que soube acomodar-se (e viver) na "sombra" da sua esposa Rainha de Inglaterra. Que descanse em Paz.
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Boa semana. Cumprimentos.
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Pensamentos e Devaneios Poéticos
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Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarHi everyone I'm Wayne Desmond
ResponderEliminarHi everyone I'm Wayne Desmond and am here to share the wonderful work Dr Believe did for me. After 5 years in marriage with my husband with 2 kids, my husband started acting weird and going out with other ladies and showed me cold love, on several occasions he threatens to divorce me if I dare question him about his affair with other ladies, I was totally devastated and confused until a old friend of mine told me about a spell caster on the internet called Dr. Believe who help people with relationship and marriage problem by the powers of love spells, at first I doubted if such thing ever exists but decided to give it a try, when I contact him, he helped me cast a love spell and within 48hours my husband came back to me and started apologizing, now he has stopped going out with other ladies and his with me for good and for real. Contact this great love spell caster for your relationship or marriage problem to be solved today via email: believelovespelltemple@gmail.com or WhatsApp: +19713839183
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