Há
dias, a presidente Dilma Rousseff, entre lágrimas, divulgou o relatório final
da Comissão Nacional da Verdade. Criada em 2011, a Comissão concluiu agora o
seu trabalho. Duas estatísticas bastam: o relatório identificou 377
responsáveis por crimes contra a humanidade e concluiu que 434 pessoas morreram
ou desapareceram durante a ditadura militar brasileira, entre 1964 e 1986. Um
outro número: quase 200 cadáveres estão por recuperar. Já falei várias
vezes de Condor, um projecto
fotográfico de João Pina. O autor até já foi entrevistado aqui no Malomil.
Merece tudo, muito mais do que isso. Porquê? Porque Condor é, tão-só e apenas, o
melhor livro publicado em Portugal em 2014. O projecto de resgatar a
memória das vítimas da sinistra Operação Condor levou agora o João Pina ao
Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, numa exposição grandiosa. Espera-se
que haja o bom senso de a trazer até cá, rapidamente – e com o destaque que
merece. Pode parecer provinciano ou nacionalista, mas é um orgulho grande, que
bate cá bem fundo, ver um fotógrafo português, ademais nosso amigo, no lugar olímpico que é seu por inteira
justiça: entre os melhores do mundo. João, um grande abraço, obrigado pelas
fotos (estas e as outras) e Bom Natal para ti, do
António Araújo
Concordo em relação ao J Pina.
ResponderEliminarTenho dúvidas em relação ao numero de mortos durante o período da ditadura 434 durante 22 anos??!!Acho infelizmente muito pouco mas faço fé.
Também me pareceu pouco, mas foi o que li nos jornais. Muito provavelmente, são os mortos comprovados, não tenho a certeza...
EliminarUm abraço para si, Bom Natal,
António Araújo