sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Povo-irmão.

 
 



Porque é que o Brasil é tão maravilhoso? Não há como explicar nem por onde começar. Talvez por aqui, um minúsculo exemplo. O Sebo Faraó, que fica na cidade de Divinópolis, Minas Gerais, vende directo, ao custo de 5 reais, um livro assim chamado: São Bin Laden. Lampião da Globalização. O subtítulo melhora a coisa: Um radical manifesto «proépico» pela paz. Pela paz?! A obra proépica, diz a estrelinha, já vai na 4ª edição. (aqui)

         Está na gozação com o povo-irmão? Fique sabendo que esta obra, além de Divinópolis, Minas Gerais, se encontra acessível no acervo bibliográfico da vetusta Universidade de Coimbra, ao Mondego (aqui). Como lá terá ido parar é coisa que não importa. O que importa e interessa – com alegria! –  é festejar esta promissora geminação entre o Sebo do Faraó e a Lusa Atenas. Dela sairá poesia, muita, muita  proépica: sobre Santo Osama, sobre Lampião-justiceiro e até talvez, quem sabe?, sobre as boaventuras e desventuras da globalização do planeta.




4 comentários:

  1. Desculpem, mas fiquei mesmo curioso. A sério. Genuinamente curioso e não vejo nada de doentio nisso. Havera uma Maria Bonita na historia ? Uma reflexão sobre a irremissivel cordelização da comunicação social na aldeia golbal ? "Os maiores acontecimentos e pensamentos são os que mais tardiamente são compreendidos".

    Esta decidido, vou tratar de arranjar isto rapidamente, se possivel sem correr o risco de ir parar a um qualquer Guantanamo com uma carapuça cor-de-laranja enfiada na cabeça.

    Boas

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  2. A Universidade de Coimbra tem montes de outros livros, literatura de cordel, panfletos etc, que poderiam ser alvo de prazeirosa gozação, ou até, quiçá, indignação, pelo Malomil, não só esse. Aliás, coisa comum a qualquer outra biblioteca, universitária, ou não. E quanto maior a biblioteca, tanto maior é o seu acervo dessas e outras coisas espantosas. Como lá terá ido parar tal coisa, pergunta o estupefacto e divertido Malomil. Ora, por depósito legal ou por aquisição. De que outra forma poderia ser? É de lembrar que uma biblioteca pública ou universitária não é exatamente a biblioteca de um cavalheiro de bom gosto e bons sentimentos (coisa que não é, por exemplo, o Pacheco Pereira, esse perigoso agitador), mas sim, lá está, um pilar da globalização. Com a ressalva de que, em se tratando de matérias delicadas, como a pornografia ou manuais de fabrico de bombas para anarquistas, o acervo estará em reservados e apenas será acessível sob certas condições. Sobre o que era mesmo esse texto?

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  3. Meus caros,

    mas não há sentido de humor? De modo algum o Malomil pretendeu insinuar que esta obra não devia constar da biblioteca da Universidade de Coimbra, ou doutras universidades. Numa biblioteca, pública ou privada, cabe TUDO. Tomara eu ter uma boa colecção de literatura de cordel, como a de Arnaldo Saraiva, ou este livro sobre «São Bin Laden». Se alguém me o oferecer, ficar-lhe-ei eternamente grato.

    Obrigado pelos comentários

    António Araújo

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