segunda-feira, 18 de junho de 2018

Abjecto.


 
 
 
 
         Não sei quem é Luís Franco-Bastos, nem interessa. Diz ser humorista, o que também não interessa.
O que interessa é o facto de o Expresso, “semanário de referência”, ter publicado um texto de Luís Franco-Bastos que, a propósito, de um jogo de futebol da Alemanha, faz a seguinte graçola supostamente irónica:Os germânicos apostam no planeamento, continuidade, organização e trabalho colectivo, ou seja, todas as qualidades do tempo do Holocausto se mantêm – e ontem, tal como no tempo do Holocausto, essas qualidades não foram suficientes para lhes dar a vitória.”
         No Holocausto não houve vitória nem derrota. Houve seis milhões de mortos, seis milhões. Se o colunista humorista não sabe, o Expresso devia sabê-lo.
         Talvez seja possível fazer humor com o Holocausto, tema muito debatido entre os humoristas e não só.  
         Mas seis milhões de mortos merecem algum respeito, ou não?
 
        Para mais, numa altura em que o negacionismo e o neonazismo grassam por toda a Europa, ou não?
         Quererá o Expresso e a sua direcção ficarem associados a uma piada sobre o Holocausto?
         Se sim, que avisem os seus leitores, pelo menos. É o mínimo que se pede, um módico de decência para quem lê (ou lia) o Expresso – e que, sinceramente, não esperava uma abjecção destas.
 
António Araújo
 

7 comentários:

  1. Também li e tive a mesma sensação de nojo, ainda para mais sendo um fiel leitor do Expresso.

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  2. É uma piada, não é para ser levada a sério... Que falta de sentido de humor...

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  3. Se é uma piada, o que não é evidente, é de um mau gosto que mete dó.

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  4. Nao vejo onde a piada negue o holocausto e falte ao respeito ás vítimas.

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  5. Ola,

    De facto uma piada boçal e de mau gosto. No entanto, se acharmos que vale a pena descer à analise, parece-me a mim que o que é abjecto não é, nem a negação do Holocausto (inexistente), nem a falta de respeito das vitimas (pelo menos não vejo), mas antes a assunção idiota, e para além disso contraditoria nos termos para quem pretende denunciar alegados racistas, de que ser Alemão equivale a ser Nazi...

    Não que isso torne o autor da frase mais inteligente ou mais subtil, ou que faça que o descuido do Expresso seja menos censuravel.

    Boas

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  6. hoje percepciono cada judeu como um Benjamin Porco 1º Ministro. A informação, a escolarização prolongada, não impediram um forte prejudice em relação a judeus de israel. Já assim também,em o douto a. araújo um preconceito horroroso em relação maxime a Isabel Moreira

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