terça-feira, 19 de março de 2019

Obaysch.

 
 
 
 
Acabou de sair agorinha mesmo um livro da Universidade de Sidney sobre Obaysch, mas era caro e um hipópotamo vitoriano, convenhamos, não vale tamanho preço. Fiquemo-nos pela Wikipedia, o «projecto mais honesto que o homem já inventou para divulgar o conhecimento, como diz Olga Tokarczuk noutro livro acabado de sair (entre nós), o interessantíssimo Viagens (Cavalo de Ferro, 2019).
 








 
 
 


 
O nome é esquisito – Obaysch – mas vamos por partes. Obaysch nasceu por banda de 1849, já que foi por essa altura, com cerca de um anito, que o capturaram numa ilha do Nilo. Obaysch era o nome dessa ilha. O vice-rei otomano do Egipto, Abbas Pasha, foi à fala com o cônsul britânico, Sir Charles Murray, e deu o hipo à troca por cães de raça, da marca greyhound e deerhound. Do Nilo foi para o Cairo, do Cairo para Southampton, lá desaguou Obaysch em Inglaterra. Era o primeiro hipopótamo a aportar às Ilhas Britânicas desde tempos pré-históricos! Imagina-se a sensação no zoo de Londres, onde deu entrada a 25 de Maio de 1850. Dez mil visitantes/dia, o Zoo duplicou o número de entradas do ano anterior. Tudo graças ao hipo, que entrou em grande viga, e até uma polca lhe dedicaram. Curiosamente, estranhamente, a Wikipedia não se alonga sobre a projecção cultural de Obaysch, e é pena. Para terminar: o vice-rei mandou lá dos Egitpos uma fêmea, procriou-se Obaysch num rebento feminino de nome Guy Fawkes. O pai Obaysch, esse, faleceu em 11 de Março de 1878. Diz-se que um dia escapou da jaula e que, para o apanharem, usaram um tratador como isco… mas tudo acabou em bem, como este «post» inocente e, como sempre, muito amigo dos animais.
 
 
 
 
 

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