Fiquei
com dúvidas no título. O banal e desastrado «Um Táxi Chamado Desejo»? O
previsível «Taxi Driver»? «Taxi Mauve», um filme passado na Irlanda, com Fred Astaire e
Charlotte Rampling, que poucos recordam, apesar da inesquecível música? Podia falar também
do maravilhoso filme rodado num táxi em Teerão, ou fazer alusões a Weegee, de quem se fala sempre, mas sempre (apre, até irrita),
que se fala de Nova Iorque noctura. Ou também, porque não?, da descida às
profundezas de todos os círculos infernais feita por Miron Zownir, já ventilado aqui no Malomil. Mais um
nome óbvio, muito em voga, muito em moda, o de Vivian Maier. Mas para quê buscar ligações ou
conexões quando a história é também boa, e vale por si? Um taxista de Nova
Iorque que passou décadas ao volante, como lhe competia, e a fotografar os seus
passageiros, como lhe apetecia. Anos a fio pelas noites de NYC dá mais do que
matéria-prima para histórias, visões, fantasmagorias. Foi o que fez Ryan
Weideman, como se diz aqui. E uma parte ínfima da sua arte cusca encontra-se lá em
cima, mas foi retirada daqui. Nada disto seria possível sem que houvesse um
taxista-fotógrafo e um amigo chamado Ricardo Álvaro, das melhores pessoas que
tenho conhecido na minha existência terrena, toda passada no banco de trás da vida e do
que nela realmente importa. Um Grande abraço, Ricardo Grande, do teu amigo
António (Araújo)
Igualmente recomendável: http://drivebyshootings.com/ - na prateleira desde o verão de 2000.
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