Há
as vozes, há os ecrãs, há as palavras. E há os abraços, o impulso do abraço,
tão difícil de conter com os vivos. De travar ao vivo e de deixar oco ao longe.
Não é que as palavras sejam incolores, mas às vezes o coração esquece, ou
ignora, o afeto que a mão inscreve. De tempos a tempos são precisos abraços.
Abraços-abraços.
De Temps En Temps,
de Josephine Baker, que calhou saber dar a “embrasser” o sentido mais amplo que
a palavra comporta -- do amor, da amizade, da empatia, da solidariedade. Ela
que se recusou a atuar perante plateias racialmente segregadas nos EUA, que aí
se envolveu nas lutas pelos direitos cívicos e ajudou depois a resistência em
França, seu país adotivo, durante a segunda guerra mundial. Com a qualidade que
era a sua, e se faz rara no circo do mundo, de não confundir o acessório com o
essencial.
Manuela
Ivone Cunha
Confesso que tenho saudades de um abraço. Muitas mesmo.
ResponderEliminarGostei de ouvir o vídeo
.
Uma semana feliz
Deixando uma 🌹