Modelo
de baile. Adequado, na altura, à #situação de então e, agora, à #atual situação
(já que se deixou de dizer “pandemia”).
A
#situação de então é a história de Romeu e Julieta, mais exatamente no início,
no baile dos Capuletos, onde Romeu entra de máscara, em penetra: adolescente vivaço,
a desafiar o perigo na sua vontade quase afrontosa de viver, mas não tão tolo a
ponto de provocar de cara exposta rivais figadais em casa própria. É lá que
avista Julieta – e é o coup de foudre.
“Máscaras”,
a suite desta cena no Romeu e Julieta
de S. Prokofiev, é isso tudo em música, concentrado em menos de dois minutos: ouvido
com o volume razoavelmente alto, como num baile, é impossível ficar quieto, resistir
à pulsação daquele balanço, àquele apelo vital à dança. Mas sente-se lá atrás,
ao mesmo tempo, a pitada de ameaça, a eventual catástrofe. Como quando o tempo calha
uma delícia cálida, mas o fundo do ar está fresco -- para roubar à queima-roupa
e ao pé da letra o melhor que a língua francesa inventou: a expressão le fond de l’air est frais.
Na
#atual situação, vamos nas primeiras etapas de um desconfinamento faseado. Prokofiev
queria à viva força um “happy ending” para o seu Romeu e Julieta, e insistiu na ideia até ao limite. Argumentava ele que os vivos podem
dançar. Os mortos, inertes, deitados por terra, não.
Máscaras
– Suite No. 1 - Op.64a:5 do ballet Romeu e
Julieta, pela Royal Concertgebouw Orchestra dirigida por Myung Whun Chung.
Manuela Ivone Cunha
Bom dia:- Sem dúvida uma música que faz saltar o pezinho e obriga a movimentar o corpo. Gostei desta "máscara". Elogiável o seu bom gosto musical.
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Cumprimentos