(de Shakespeare a Joseph Conrad
e
de Sófocles a Samuel Beckett)
Um poeta de
língua inglesa tornou-se meu ídolo desde a adolescência em Lourenço Marques :
refiro-me o supremo e misterioso Bardo inglês, a que Harold Bloom definiu com
justeza dizendo que ele “inventou o humano”[1],
o incomparável autor de Hamlet, peça
desde logo lida por mim, ainda adolescente, com um intenso e comovido fascínio
que nunca se perderia ao longo do resto da minha vida, sendo por essa razão por
mim constantemente relido, citado e meditado como uma espécie de oração
filosófica ou supremo enigma da escrita universal, pelo dramatismo da questão
posta em palavras e, sobretudo, pelo mistério angustiante que perpassa por toda
a sua acção e figuras, com especial intensidade no segundo monólogo do príncipe
danês na cena I do acto II da peça, começando com as perturbadoras palavras “to
be or not to be, that is the question…”, fala que Lawrence Olivier, na sua adaptação
ao cinema, em 1948, usando uma apropriada fotografia em preto e branco, situou,
como compreensível cenário para tão dramáticas interrogações, numa esplanada
sobre o mar.
Curiosamente,
ao longo da minha vida, esta fixação no universo hamletiano levar-me-ia a fazer
uma colecção algo bizarra, que ocupa largo espaço nas várias estantes da minha
biblioteca, dedicadas a Shakespeare, composta de edições da famosa e intrigante
peça em várias línguas, cujo primeiro exemplar foi aquele que li na biblioteca
do liceu de Lourenço Marques, editado num elegante volumezinho de capa
vermelha, editado por J.-M. Dent & Sons Ltd, de Londres, com uma impressionante gravura de Eric Gill
na página de título (um homem nu fugindo diante duma enorme figura de mulher
drapejada de negro, que tenta esconder a
sua cara), de que acabei por adquirir um exemplar idêntico, alguns anos
volvidos, num alfarrabista de Lisboa. Paradoxalmente, o meu Shakespeare era
menos o das suas peças históricas – exceptuando talvez Ricardo II , Ricardo III
e, obviamente, o admirável Júlio César
– mas antes Sonho de uma Noite de Verão,
Romeu e Julieta, Macbeth e, sobretudo, A
Tempestade – esta última está presente, desde o título à sua trama interna,
no meu primeiro romance A Ilha está Cheia
de Vozes (1972, reeditado ampliado em 1978) – cujo título era, obviamente, uma adaptação
duma frase da derradeira peça do bardo, “the isle is full of noises”.
Esta minha
paixão pela literatura inglesa, desde Shakespeare ao século XX, não se pôde
comparar àquela que me levou a devorar toda uma biblioteca de escritores
italianos, de que mencionarei tão só os nomes de Leonardo Sciascia (com
especial prazer ao encontrar no seu Negro
sobre Negro um modelo ideal de diário íntimo que praticaria anos a fio,
enchendo um caixote com dezenas de caderninhos de notas pessoaais manuscritas,
que não tenciono editar), Tomasi di Lampedusa (O Leopardo, póst., 1958), Dino Buzzati (O Deserto dos Tártaros),[2]
Italo Calvino, Giorghio Bassani (O Jardim
dos Fizzi-Contini), Carlo Levi (Cristo
parou em Eboli), Primo Levi (Se Isto
é um Homem e A Trégua), Curzio
Malaparte (Kaputt, 1944), etc. O
neo-realismo italiano nunca me foi especialmente atraente, exceptuado talvez
Calvino na sua fase inicial e ainda o excepcional retrato da vida durante o fascismo
italiano feito por Ignazio Silone, tanto em Fontamara
(1930), como em Pão e Vinho.
O soldado Chveik
|
Quanto ao
mundo checo, creio que dois nomes resumem para mim essa literatura travessa e
maliciosa, de enorme impacto na consciência europeia, com as obras de Joroslav
Jasek, com todo o ciclo de “imbecilidade épica” (ou genial astúcia) do seu Valente
Soldado Chveik, só recentemente vertido da língua original para o
português – graças a um aluno meu que tantas vezes me ouviu deplorar que, em
Portugal, apenas em inglês ou francês se podia compreender a gloriosa astúcias
do herói dessa obra, por falta de quem os soubesse traduzir do checo para a
nossa língua, que ele decidiu faze-lo, dotando as nossas livrarias da primeira
versão feita directamente do original [3]
–, bem como os livros mais recentes de Bohumil Hrabal, o endiabrado autor de Comboios estreitamente vigiados,
adaptado ao cinema durante a efémera “primavera de Praga” e de Eu que servi o Rei da Inglaterra. [4]
Fausto e Mefistófeles
|
Quanto aos
autores alemães, além de Rilke, cuja obra li incessantemente nos meus anos na
universidade, a começar com desde Os
Cadernos de Malte Laurids Brigge (numa tradução de Paulo Quintela, Coimbra,
1955) à edição bilingue As Elegias de Duíno e os Sonetos de Orfeu,
As Cartas a um jovem Poeta e o Livro da Pobreza e da Morte. Três outros
poetas de língua germânica me fascinaram, ainda que de modo diferente:
Friedrich Hölderlin, Georg Trakl e Paul Celan – todos eles poetas malditos, obcecados
pelo suicídio, tocados pela loucura. Quanto a Goethe, interessou-me na sua
obra, acima de tudo, a peça dramática Fausto,
à qual dediquei num ensaio sobre os grandes emblemas culturais europeus algumas
páginas no capítulo da mitologia fáustica.[5]
Quanto aos romancistas, verdadeiramente venero três, Thomas Mann (Montanha mágica, As Confissões do Cavalheiro de Indústria Félix Krull e Dr. Fausto),[6]
Joseph Roth (A Marcha Radetsky e A Cripta dos Capuchinhos, 1932 e 1938,
respectivamente).e ainda aquele que mais me fascinou ao longo de anos de
leitura recorrente, o judeu de Praga, o grande e enigmático talmudista Kafka,
ao qual dediquei um ensaio de alguma extensão.[7]
Stanislaw Lem
|
Quanto à Polónia, o único
autor que li com especial fascínio foi Stanislaw Lem (1921-2006), em cuja
“ficção científica”, mais à maneira do Micrómegas
de Voltaire do que dos autores canónicos desse género que, aliás, não aprecio,
encontrei uma paráfrase da teologia negativa de Dionísio Areopagita[8],
autor do estranhíssimo Solaris – adaptado ao
cinema de modo decepcionante por Tarkovsky (1972) e Steven Soderbergh (2002). Além
de poeta, Lem é autor de inúmeros romances de “ficção científica” e de ensaios
literários e filosóficos, sendo recorrente nele o tema da dificuldade ou
impossibilidade de compreensão entre civilizações de planetas diferentes.[9] Lem
acabaria por abandonar o seu país em 1982 quando ali se estabeleceu a lei
marcial, exilando-se em Berlim e, depois, em Viena, só tornando à Polónia em
1988. Outro polaco, naturalizado inglês e escrevendo sempre nesta língua, faz
parte dos meus favoritos mais íntimos, o grande romancista Joseph Conrad
(1857-1924), cuja pungente parábola Coração
das Trevas (1902), baseada numa traumática experiência de piloto no rio
Congo, uma das histórias mais enigmáticas da literatura, em torno de um
misterioso chefe de uma empresa de transporte de marfim no colónia belga,
poderosamente transposta para o cinema por Francis Ford Coppola com um elenco
excepcional (Marlon Brando, Robert Duvall e Martin Sheen), Apocalypse Now (1979). Há neste curto romance uma cena que sempre
me impressionou como uma das mais amargas metáforas da relação dos europeus com
o continente negro, com a “vazia imensidão da terra, céu e água” e a sufocante
floresta africana, aquela em que um barco de guerra francês bombardeia
inutilmente a selva, emblema de uma impossível relação com um horror que
transcende todas as forças humanas, essa “coisa monstruosa e livre”, além da
indomável e misteriosa selvajaria natural, vinda dos começos do tempo, esse “impenetrável
negrume” que vem do “coração de uma imensa escuridão” (termos usados por
Conrad), condensado na tão citado grito final de Kurtz: “O horror! O
horror!”...
Não me esquecerei nunca
de como, logo nos primeiros tempos do regresso a Moçambique, no 6º ano liceal,
me iniciei na grande literatura clássica dos trágicos gregos, lendo o Rei Édipo
de Sófocles, livrito publicado em português, pela Inquérito, em 1939, traduzido e prefaciado por Agostinho
da Silva, que me deu a primeira grande sensação de estar diante de algo de
transcendente e intemporal, de uma tragédia que tinha a ver com a essência da
condição humana, já que através da acção do salvador e depois rei de Tebas
se chegava à intolerável descoberta de
que, cumprindo os seu fado cruel, Édipo matara o pai e se casara coma mãe; esta
dúvida cruel sobre o involuntário parricídio e incesto levara-o a investigar,
desesperada e heroicamente, a suspeita que pairava sobre os seus actos, o que o
levaria o vencedor da Esfinge a descobrindo por fim a horrível verdade que a
sua vida escondia, vazando os olhos e exilar-se em Colona. Só vários anos
depois, tive oportunidade de mergulhar a sério na leitura dos grandes
dramaturgos gregos – Sófocles, Ésquilo, Eurípides – e, ainda, como aluno do Pe. Manuel Antunes, de ler
a fundo a Odisseia, que desde então
marcou tanto a minha sensibilidade psíquica e cultural que alguns anos mais
tarde prestaria ao meu antigo professor a minha modesta homenagem ao publicar Ulisses, o Europeu (2000).[10]
Encarei sempre o basileus de Ítaca
como o modelo intemporal do Europeu, o com a vantagem de poder associar o homem
das mil astúcias, como o permitiu a James Joyce fazer do seu Ulysses (1922) um romance total que Ezra
Pound classificou de “pan-literatura”, aventura homérica vivida agora como nova
Odisseia irlandeso-judia através da
figura de Leopold Bloom, personagem central duma anti-epopeia paródica e de mise en abîme de toda a longa aventura
do regresso do herói a Ítaca, no qual a reencarnação judaica do herói grego é
narrada como anticlímax novecentista – basta recordar como a cena do Ciclope do
bardo helénico, se passa agora de maneira trágico-cómica, numa taberna, onde um
vesgo ciclope anti-semita, o Patriota irlandês fanático do Sinn Fein, além de
insultar Bloom, o tenta atingir com uma lata de biscoitos, embora falhando o
alvo: Joyce transformava toda a epopeia e o nostos
final homéricos numa paródia onde os dez anos de errância pelo Mediterrâneo se
condensam num único dia passado em Dublin, o “Bloomsday” (16-VI-1904), assim
como o novo Telémaco se chama Stephen Dedalus (antes jovem do autobiográfico Retrato do Artista quando jovem,
1915-15) e a paciente e fidelíssima
Penélope grega é aqui Molly, uma mulher que engana o marido e cujo monólogo final se metamorfoseia num longo
orgasmo lírico.
Samuel Beckett
|
Regressado ao
tema do teatro, devo confessar que, porventura graças à medíocre situação da
arte dramática entre nós, sempre li os textos das tragédias gregas em vez de as
ver representadas no palco, com a notável excepção de dois grandes dramaturgos
que me fascinaram nos anos 50/60, autores estrangeiros vivendo em França, o
irlandês Samuel Beckett (Dublin, 1906 – Paris, 1989) e o romeno Eugène Ionesco
(I909-1994). Quanto a este último, tive o gosto de o entrevistar, em Sintra, em
Setembro de 1959, para a revista semanal O
Mundo, texto que reproduzo no meu livro (inédito) Mircea Eliade no Portugal de Salazar, 1941-1945.[11] Samuel Beckett, irlandês de confissão
protestante, fixado desde 1938 em França, passando a escrever em francês, caso
único no espaço europeu, traduzindo ele mesmo para a língua de Molière as suas
peças, poemas e romances que entretanto editara em inglês. Publicado
em 1952, À Espera de Godot, que seria
estreado com estrondoso êxito, em Paris, em 1953, e alguma pateada nas
primeiras representações no Théâtre de Babylone, numa encenação de Roger Blin, que
representou o papel de Pozzo. Vi essa peça numa excelente representação
portuguesa, no Teatro da Trindade, alguns anos depois, numa altura em que o
chamado “teatro do absurdo”, no qual o dramaturgo franco-romeno tivera também
papel de destaque, se tornara contagioso na Europa toda. E foi no minúsculo
Teatro de La Huchette ,
em Paris, que eu vira, na minha primeira viagem europeia, no Verão de 1958, A Cantora Careca e A Lição, duas das peças mais famosas de Ionesco.
Quanto à tão
fascinante quanto perturbadora peça metafísica de Beckett, senti sempre nela,
nas minhas várias leituras e na assistência a uma nova versão, levada ao palco
por um grupo de amadores ingleses, num teatro britânico na Estrela, nos anos
90, o choque de ver representado no palco um grande texto poético e filosófico,
para não dizer bíblico ou teológico, interpretado por cinco figuras – o par de
vagabundos Vladimir (Didi) e Estragon
(Gogo) e o duo do escravo Lucky e o
seu cruel dono Pozzo, mais um jovem que duas vezes informa as personagens de
que o Sr.Godot só viria no dia seguinte, adiando assim uma espera que ganhava
uma angustiante dimensão simbólica de um misterioso salvador eternamente
esperado e adiado –, erguendo naquele espaço de aridez desértica, com uma única
árvore, uma acção quase inexistente, no qual se resume toda a história do género
humano, oscilando sempre entre espera duma salvação prometida mas sempre adiada
para um futuro que nunca chegará – “Estragon: Vamos. – Vladimir: Mas não se
pode. – Estragon: Porquê? – Vladimir: Esperamos
Godot. – Estragon: É verdade.” (Acto I) – e velha prática de opressão
praticada pelos senhores sobre os seus servos, como na referida relação entre o
brutal Pozzo e o seu servo Lucky, que o primeiro controla através de umas
rédeas, como uma besta, chamando-lhe “porco” e ordenando-lhe que pense em voz
alta, para diversão dos demais presentes, cabendo-lhe ainda ao escravizado
Lucky transportar uma mala carregada de areia e usar um chapéu que o inspira,
para poder debitar o delirante e gritado monólogo do Acto I. Para interromper
esse impetuoso chorrilho sem qualquer sentido, Vladimir arranca-lhe então o
chapéu, pondo fim à logorreia de Lucky. O escravo e o senhor partem,
continuando Vladimir e Estragon à espera de Godot, chegando então a criança que
lhes transmite o recado do novo adiamento da vinda deste.
No dia
seguinte e no mesmo lugar, os dois vagabundos continuam à espera que Godot
chegue e os salve. Todavia, nada de verdadeiramente novo acontece, pois todos
os diálogos desencantados e gastos se repetem ciclicamente. O escravo Lucky e o
seu senhor Pozzo regressam, com a diferença de que o tirano agora está cego e o
escravo mudo, associando-se os dois vagabundos às humilhações impostas a Lucky
por Pozzo. Quanto a Godot, uma vez mais não vem, embora mande avisar, de novo,
que a sua chegada se fará no dia seguinte. Vladimir aproveita para fazer
algumas perguntas ao mensageiro de Godot:
“– Vladimir: Godot, o que é que ele faz?,(…). – Rapaz: Ele não faz nada, senhor. (…).– Vladimir: Ele
tem uma barba, Godot? –Rapaz: Sim, senhor. –Vladimir: Loira (hesita)… ou negra? – Rapaz (hesitante):
Creio que é branca.”
Os dois
vagabundos decidem então suicidar-se, enforcando-se na árvore que agora tem
folhas. Mas também esta tentativa é uma solução vã, fracassando porque o cinto
de que precisavam para esse intento se quebra. As duas derradeiras palavras
desta peça imóvel e dum trágico burlesco são: “– Vladimir: Bem, então vamos
partir? – Estragond: Vamos. (Não se mexem).”
João Medina
Excertos do livro inédito Memórias de um Estrangeirado
[1] Veja-se Harold BloomShakespeare. The Invention of the Human,
Nova Iorque, Riverhead Books, 1998, p.4 (“Mais ainda do que os outros prodígios
de Shakespeare - Rosalina, Shylock, Iago, Lear, Macbeth, Cleópatra -, Falstaff
e Hamlet são a invenção do humano”).
[2] Veja-se o nosso artigo “O Deserto dos Tártaros, de Valerio Zulinii, um filme metafísico”, revista Islenha, Funchal, nº 50. Janeiro-Junho
de 2012, pp.101-108, ilustr. (sobre o filme de Zurlini baseado no romance
de D. Buzzati).
[3] Veja-se O bom Soldado Svejk durante a Guerra Mundial, trad, do checo por
Lumir Nahodil, Lisboa, Tinta da China, 2012, pref. de L.N., pp.7-8: “Como dizia
o Professor João Medina, num dos pontos altos do meu percurso de aprendiz académico,
«o Svejk é um daqueles livros em que metade da vida é explicado, sendo que a
outra metade é a própria vida que explica.»”.
[4] Veja-se a nossa recensão crítica
deste livro de B. Hrabal na Revista da
Faculdade de Letras, 5ª série, nº 15, Lisboa, 1993, pp.216-19.
[5] Ver o nosso estudo a secção “Fausto,
a ânsia de tudo saber ou o pacto com o diabo”, no nosso ensaio De Homero a Kafka, passando por Cervantes e
Nietzsche: grandes mitos do imaginário cultural europeu (separata), revista
Clio, nº 11, 2004, pp. 31-42; retrato
de Goethe, p.88; imagem da cena de Blocksberg, p.89.
[6] Publiquei um estudo sobre Thomas Mann e o seu filho Klaus Mann. Dois
Exilados alemães. Klaus Mann e Thomas Mann no Exílio antinazi, Lisboa,
Livros Horizonte, 2003, ilustr, Sobre o gartnde romance Mefisto deste último, vide
pp.18-61; sobre Th.M. e o seus conflitos com B. Brecht : pp.64-125) -
[7] Veja-se o nosso artigo De Homero a Kafka , revista Clio, Lisboa,
2004, pp.13-92 (maxime pp.68-77,
ilustr. com um retrato de Franz Kafka, p.91).
[8] Veja-se n’Os meus Vícios (2011) o que escrevo, no capítulo “Ignoto Deo”,
sobre este misterioso autor cristão, o Pseudo-Dionísio Areopagita, pp.204-5.
[10] Neste nosso ensaio Ulisses o Europeu (Lisboa, Livros Horizonte,
2000), procurámos sublinhar é que o herói das mil astúcias era, desde Homero
aos nossos dias, na sua vera essência de andarilho, de porfiado nauta e sagaz
guerreiro, lutando contra deuses hostis, tempestades devastadoras e até ninfas
cativantes como Calipso ou perigosas feiticeiras como Circe, pertinazmente
aferrado ao seu pertinaz desejo de tornar a Ítaca, um herói essencialmente
europeu. Sobre o Ulysses de Joyce, vide maxime pp.30 e 87(cena do “Patriota”
irlandês e Bloom na taberna de Barney Kierman) e p.83.
[11] Veja-se a nossa entrevista “Ionesco
em Portugal”, revista O Mundo,
Lisboa, nº 110, 12-IX-1959, pp.40-41 (com duas fotos tiradas durante a
entrevista). Tendo-lhe eu perguntado o que pensava do teatro de S. Beckett,
Ionesco respondeu: “Gosto muito de Beckett”.
Muito bom :-)
ResponderEliminar