Penha, Guimarães
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Penha, Guimarães, 18 de Agosto de 2015
Nossa
Senhora de Paris é
um célebre romance histórico de Victor Hugo (1802-1885), publicado em 1831.
Se o romance
se centra aparentemente no amor não correspondido de Quasímodo por Esmeralda, a
realidade é que a verdadeira protagonista é a própria catedral de Notre Dame de
Paris, em português Nossa Senhora de Paris.
E
inevitavelmente num romance passado no século XV, surge a figura de São
Cristóvão. E sempre a propósito da gigantesca estátua do santo que existiu à
direita da entrada da catedral.
Media 28 pés
de altura, situava-se junto a um pilar na entrada da nave à direita. Segundo a
tradição, tinha sido mandada erigir por Anthoine des Essarts.
Os irmãos
Essarts foram presos durante a Guerra dos Cem Anos. Pierre foi decapitado em 1
de Julho de 1413 em Paris por ordem do Duque da Borgonha. O irmão Anthoine fez
o voto de erigir uma enorme estátua de São Cristóvão em Notre Dame no caso de
se salvar. E salvou-se.
Uma vez em
liberdade, cumpriu lealmente a sua promessa.
A estátua foi
destruída em 1785 na sequência de um acidente, provavelmente provocado. Várias
teorias de conspiração tratam deste episódio.
Em Nossa
Senhora de Paris, Victor Hugo lamenta a destruição do património em França
e dá como exemplo a Notre Dame e escreve “E se entrássemos no interior do
edifício, quem derrubou esse colosso de São Cristóvão, proverbial entre as
estátuas?”.
Ainda no
romance, “uma bela manhã de domingo de Pascoela, uma criatura viva fora deposta
depois da missa na igreja de Notre Dame sobre a armação de leito selado no adro
à mão esquerda, em frente dessa grande imagem de São Cristóvão”. Era o lugar
onde se deixavam as crianças expostas e tratava-se de Quasimodo, nome que
antigamente se dava ao domingo de Pascoela, domingo que sucede à Páscoa. Isto
porque o Intróito dessa missa, dito naturalmente em latim, começava por
“Quasimodo geniti infantes” ou seja “Como as crianças recém nascidas”.
José Liberato
Obrigado. E eu que andei a vasculhar a história das estátuas e não dei por essa!
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