O que se prepara para a Fontes Pereira de Melo é vergonhosamente vergonhoso. Três tristes prédios lindíssimos que estiveram
ali anos a fio, a apodrecer, à espera do camartelo. Que a CML de Fernando Medina
faça uma coisa destas, não é para admirar em quem não tem um mínimo de visão e
de e estratégia sobre o que deve ser uma cidade (temos o belo terminal dos cruzeiros,
maravilhoso, a atestar o disparate). Também não admira que coisas destas se
fizessem no tempo criminoso do engº Abecasis, que mandou abaixo o Cinema
Monumental para fazer o rico serviço que lá está. Olhai o Saldanha, olhai as
lindezas circundantes, com griffe de
Tomás Taveira e outras coisas que tais. Percorrei as avenidas que vão do Marquês
a Entrecampos, dignas de Bogotá em pior. A sério, vejam os prédios, um a um, a
miséria prostituta de toda aquela arquitectura plasmada em betão e aço. Nada
disto é de admirar perante o abandono a que Lisboa tem sido votada em décadas.
O que é de admirar é ver um multipremiado arquitecto, senhor de Souto de Moura,
assinar o abjecto traço do futuro Hotel Sana, que irá nascer das cinzas de três tristes
prédios na Fontes Pereira de Melo. Vale tudo? Parece que sim. Para quem ache
que não, é assinar a petição.
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