Em
Outubro de 2023, voltei a integrar um grupo de leitores e convidados do jornal
Le Monde numa viagem que aliou cultura, literatura, história, política e
turismo.
A
viagem deste ano foi à Argélia. Antes estive em França.
Já
publiquei no Malomil crónicas de anteriores viagens. Nomeadamente Hotel Rwanda (sobre o Ruanda), A porta do Oriente (sobre o Líbano) e Entre Oriente e
Ocidente (sobre os Balcãs)
O
título dado pelo Le Monde à viagem foi o de Argélia, o tempo da fraternidade.
Mas a formulação revelou-se bastante optimista. Daí que eu tenha optado por
acrescentar um ponto de Interrogação ao título desta série de crónicas.
Sendo
organizada por um jornal francês era natural que mais de 90% dos participantes
fossem franceses, muitos com relacionamento anterior com a Argélia. Ora esse
facto fez centrar os temas de discussão nas relações difíceis entre a França e
a Argélia.
A
Argélia é pura e simplesmente o maior país de África em área, mais de 26 vezes
maior que Portugal! 44 milhões de habitantes.
O
turismo encontra-se pouco desenvolvido em contraste com os vizinhos Marrocos e
Tunísia.
A
economia é muito estatizada. A Argélia nunca conseguiu reconverter significativamente
o seu modelo socialista do início dos anos 60 do Século XX.
A
organização política argelina vive sob o trauma dos acontecimentos de 1992.
Nesse
ano, numas eleições legislativas a Frente Islâmica de Salvação venceu a
primeira volta, o que levou a um golpe de Estado interrompeu o processo
eleitoral de forma a evitar que a Argélia se transformasse num país
politicamente islâmico.
A
esta intervenção, seguiram-se anos de grande violência. O trauma desses anos
negros não está ainda completamente ultrapassado. As deslocações de
estrangeiros, em especial para fora de Argel, são feitas mediante escolta
policial. Foi o nosso caso.
A
Argélia tem um Presidente e um Parlamento eleitos, mas parece claro que o Poder
se exerce com grande interferência das Forças Armadas e dos Serviços de
informação.
A
nossa visita iniciou-se pela cidade de Alger e em especial pelo Museu do Bardo,
curiosamente o mesmo nome do mais célebre museu de Tunes. Há quem diga que a
palavra Bardo provém do espanhol prado.
O Museu Nacional do Bardo vale pelo edifício onde está instalado, um palácio otomano do Século XVIII, em especial pelos seus pátios interiores e as suas salas:
Fotografias
de 16 de Outubro de 2023
José
Liberato
Então o nosso Santo não andou por essas paragens?
ResponderEliminarUm abraço...
Andou, mas foi eliminado...
EliminarVamos lá ver se o antissemita encontra meia frase onde revele que esse país ao se tornar independente não concedeu cidadania aos judeus.
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