segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Ali.

 
 
 




Na história do boxe há heróis e há vilões, quase sempre fora do ringue. Um herói, Cus D’Amato. O maior vilão, Don King. E sim, posso dizer uma heresia: não gostei do livro de Joyce Carol Oates sobre o boxe, por muitas vezes que tenha tentado lê-lo. Em contrapartida, duas maravilhas recentes sobre o boxe. Primeira, a recensão que, aqui há uns tempos, Joyce Carol Oates publicou  na New York Review of Books sobre a autobiografia de Mike Tyson. Segunda, o documentário I Am Ali, de Clare Lewins. Assinalou-se há pouco o combate de Ali e Foreman, no Zaire. O documentário, que vi na Meo, conta a história desse recontro. E, mais do que tudo, acima de tudo, Clare Lewins teve acesso ao arquivo privado do campeão. A narrativa é pontuada pelas gravações que Muhammad Ali fazia das conversas que tinha com os seus filhos, ainda crianças. Pelo meio, o testemunho dos treinadores e dos fãs, daqueles que o acompanharam quando  se converteu ao islamismo e recusou ser incorporado para pegar em armas no Vietname. O filme, admito, é totalmente hagiográfico – mas, tratando-se de Muhammad Ali, poderia ser doutra forma?  



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