O
senhor Padre Gonçalo Portocarrero de Almada gosta muito de provocar e de surpreender. E
consegue-o. Há umas semanas, andou bastante entretido com um livro chamado As Gémeas Marotas, a que dedicou, pelo menos,
duas crónicas inteiras, esta e depois esta. Um sacerdote cuja preocupação maior se centra num livro chamado As Gémeas Marotas não é um sacerdote, é um tarado. A tara agravou-se ontem, sábado. Numa
crónica ignóbil intitulada «Ser ou não ser cigano, eis a questão!», o Padre
Gonçalo Portocarrero de Almada insultou despudoradamente as minorias étnicas, pelo que convém
recordar-lhe, caso não saiba, que a Igreja até tem uma Pastoral dos Ciganos.
De
caminho, sem que se perceba porquê (uma farpa à gaguez da deputada Joacine
Moreira?), o senhor padre decidiu também insultar as pessoas com deficiência. E
não diga agora o senhor padre que estava a ironizar com fineza, que não queria nada
maldizer os deficientes, porque obviamente não estava a ironizar coisa nenhuma e,
se estava, é parvo. Em qualquer dos casos, e como sucedeu há anos com o
humorista João Quadros que decidiu fazer gracinhas com a doença da mulher de
Pedro Passos Coelho, e que logo critiquei aqui e aqui, o facto é que o Padre
Portocarrero se espalhou ao comprido, sem apelo nem agravo, sem perdão divino
ou misericórdia terrena. Sendo padre e cristão, o mínimo que teria a fazer agora era pedir desculpas a
quem insultou gravemente. Vejamos se o vai fazer, vejamos se vai continuar a escrever no
Observador e, já agora, vejamos o que o Observador tem para nos dizer a nós,
seus leitores.
Mas
que disse, afinal, o senhor padre?
Pois bem, senhor
padre Gonçalo Portocarrero de Almada: a minha mulher tem uma deficiência desde
os oito anos de idade, que já a obrigou a várias intervenções cirúrgicas e que lhe
provoca uma incapacidade de 70%, segundo a Tabela Nacional de Incapacidades,
uma incapacidade de 70% atestada por muitas juntas médicas ao longo de muitos e muitos anos. «À conta das suas deficiências», a minha
mulher tem um carro adaptado a deficientes e um lugar de estacionamento na via
pública mas, lamento dizer-lhe, não faz parte de qualquer «privilegiada minoria» - e facilmente trocaria aquele lugar de estacionamento por ser poupada
a uma incapacidade de 70% e às dores permanentes que isso provoca. Sei que o
senhor padre Portocarrero de Almada anda mais entretido com as gémeas marotas do que em preocupar-se
com o sofrimento dos seus semelhantes. E, por isso, senhor padre Portocarrero de Almada, cuspo-lhe na cara.
António Araújo
"E, por isso, senhor padre Portocarrero de Almada, cuspo-lhe na cara."
ResponderEliminarJesus, Maria, José! Também não é caso para tanto.E daí não sei...
Não se dará o caso deste fulano andar a consumir o mesmo produto que provoca as "loucuras psicadélicas" da Dra. Isabel Moreira?
O autor revela uma mentalidade grosseira e imatura..., que em vez de pensar e agir com a cabeço, vai primariamente atrás do coração e de baixos sentimentos. Resolveu interpretar tendenciosamente o que refere o Sr. Padre Gonçalo, o que não é bom sinal. Quanto aos ciganos, diverte-me ler artigo de gente que simulam uma simpatia por eles que na realdade não existe..., basta perguntar-lhes quantos ciganos têm como amigos do peito...., BUM...!!!
EliminarEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarExiste um lápis (ou caneta) vermelho?
EliminarPadre Opus dei, doutor, feito putativo 3º visconde de macieira (mano nick "Berna" é 4º conde) com direito a putativo dom - criado pelo Sr duarte pio Bragança, putativo duque, também ele. Gonçalo é perito em heráldica e genealogia e está no conselho do Sr bragança. Como pai, no de duarte nuno bragança, que o criou 3º conde e visconde de macieira. Há que dar-lhe o desconto daquilo que eça referiu. A falta de assunto Em dia sem assunto para crónica no DN, Eça, deu uma tunda no bei de tunes. Que aliás mdesconhecia...
ResponderEliminar...era um pano encharcado bem aplicado na tromba!
ResponderEliminarEstou contigo e sem misericórdia! Seria só estupidez, não fora lido como alguém que nada pensa o pouco que diz. É isso que lhe garante estacionamento na esfera mediática. Céus!
ResponderEliminarCuspir na cara é um argumento racional de peso... É pena
ResponderEliminarMuito bem!
ResponderEliminarSubscrevo por inteiro!
ResponderEliminarA pedido de Duarte Vera Jardim:
ResponderEliminarA respeito da alegada fidalguia do padre vale a pena dizer, como em tempos já tive oportunidade de sublinhar, por ocasião de uma outra crónica igualmente lamentável, também ela publicada no Observador, que sendo o padre em questão filho de um senhor chamado Carlos Macieira Ary dos Santos, familiar do conhecido poeta com o mesmo apelido, renegou o nome. Assenta-lhe melhor, pelos vistos, o Portocarrero. Boa fidalguia esta.
Duarte Ary dos Santos Vera Jardim
Excelente resposta !
ResponderEliminarA.Vieira
Excelente resposta !
ResponderEliminarA.Vieira
Amém
ResponderEliminarMas quem é este Padre que não leu os Evangelhos?(se calhar leu e não percebeu, isso já faz sentido...).Que vergonha.Como diria a minha Avó,"estas coisas fazem muito mal à Igreja".Que vergonha.
ResponderEliminarParabéns pelo texto e compartilho a indignação. Esta criatura "Portocarrera" é um triste traste tratante.
ResponderEliminarÉ por causa pessoas destas, que se dizem cristãs e cristãos ainda por cima com ministério oficial de padre que implica ou deveria implicar um maior conhecimento teórico e prático dos evangelhos e seus ensinos, que anda pelas ruas da amargura tudo o que é religião, e reverência!
ResponderEliminarEste fulano deve ser mesmo uma besta!
ResponderEliminarEstou consigo, António. O homem é mesquinho, e só não é Torquemada porque estamos em 2019. Ele que se entretenha com as gémeas... pelos vistos aprecia o "ménage à trois". Convém é ver se as gémeas marotas são menores de idade, pois a ser assim o senhor padre irá para os calabouços da PJ...
ResponderEliminarHaja paciência para tanta alarvidade...
Credo !!! Que sanha.... Tende fé - o home nã é mau diabo...;))))
ResponderEliminarCaro António Araújo,
ResponderEliminarCreio que exorbitou na sua indignação, ao querer e muito bem, defender as pessoas deficientes certamente por ter o caso da sua mulher bem presente, interpretou de forma apaixonada o texto em causa e reagiu com frases típicas de um arruaceiro, que lhe ficam mal, mas quem sou eu para o criticar.
João Paulo Reis (deficiente reconhecido por atestado permanente com 62% de incapacidade e casado com dois filhos e dois netos)
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