A dinastia Hariri tem desempenhado um papel crucial na vida política do
Líbano dos últimos 30 anos.
De origens humildes, Rafic Hariri (1944-2005), muçulmano sunita, foi
Primeiro-Ministro entre 1992 e 1998 e entre 2000 e 2004. Homem de negócios bem
sucedido na Arábia Saudita, ele era da confiança da Casa real saudita.. Foi um
adversário firme da influência síria no Líbano.
A sua participação na reconstrução de Beirute foi sempre vista com
suspeição.
Foi assassinado pela explosão de um automóvel-bomba quando passava numa
avenida de Beirute em 2005. Tudo indica que os sírios não terão sido estranhos
ao sucedido.
No local do atentado foi erigido um monumento:
Junto à mesquita Mohammad Al-Amin, principal de Beirute está sepultado o
antigo Primeiro-Ministro e os guarda-costas que com ele morreram:
O filho, Saad Hariri, nascido em 1970 em Riad, tem também a nacionalidade
saudita. Foi Primeiro-Ministro entre 2009 e 2011 e entre 2016 e 2019. Foi
protagonista de um episódio rocambolesco quando, aparentemente sob coacção,
anunciou a sua demissão a partir da Arábia Saudita. A comunidade internacional
reagiu fortemente e Saad regressou ao Líbano, retirando o pedido.
Acabou por se demitir em consequência das exigências revolucionárias mas é
aparentemente o membro da actual elite dirigente mais próximo de compreender o
impasse a que o Líbano chegou. Admitiu a formação de um governo por si chefiado
e composto de independentes. A isso se opuseram o Hezbollah e os seus aliados
tácticos cristãos (o Presidente Aoun e o seu genro e até Janeiro de 2020
Ministro dos Negócios Estrangeiros).
Fotografias de 13 de Novembro de 2019
José Liberato
Sem comentários:
Enviar um comentário