quarta-feira, 8 de abril de 2020

A porta do Oriente (37).




A dinastia Hariri tem desempenhado um papel crucial na vida política do Líbano dos últimos 30 anos.
De origens humildes, Rafic Hariri (1944-2005), muçulmano sunita, foi Primeiro-Ministro entre 1992 e 1998 e entre 2000 e 2004. Homem de negócios bem sucedido na Arábia Saudita, ele era da confiança da Casa real saudita.. Foi um adversário firme da influência síria no Líbano.
A sua participação na reconstrução de Beirute foi sempre vista com suspeição.
Foi assassinado pela explosão de um automóvel-bomba quando passava numa avenida de Beirute em 2005. Tudo indica que os sírios não terão sido estranhos ao sucedido.
No local do atentado foi erigido um monumento:








Junto à mesquita Mohammad Al-Amin, principal de Beirute está sepultado o antigo Primeiro-Ministro e os guarda-costas que com ele morreram:






O filho, Saad Hariri, nascido em 1970 em Riad, tem também a nacionalidade saudita. Foi Primeiro-Ministro entre 2009 e 2011 e entre 2016 e 2019. Foi protagonista de um episódio rocambolesco quando, aparentemente sob coacção, anunciou a sua demissão a partir da Arábia Saudita. A comunidade internacional reagiu fortemente e Saad regressou ao Líbano, retirando o pedido.
Acabou por se demitir em consequência das exigências revolucionárias mas é aparentemente o membro da actual elite dirigente mais próximo de compreender o impasse a que o Líbano chegou. Admitiu a formação de um governo por si chefiado e composto de independentes. A isso se opuseram o Hezbollah e os seus aliados tácticos cristãos (o Presidente Aoun e o seu genro e até Janeiro de 2020 Ministro dos Negócios Estrangeiros). 

Fotografias de 13 de Novembro de 2019

José Liberato





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