domingo, 1 de novembro de 2020

Um pequeno requiem.

 

Um pequeno requiem.

 

Talvez a mais carinhosa das missas fúnebres, esta. Gabriel Fauré chamou-lhe “um pequeno Requiem”. Pequeno – imagino – porque deixou de fora da que compôs o Dies Irae, uma das partes típicas de um requiem, e a grandiosidade terrível do medo que a acompanha. E teimou, ainda ao arrepio das convenções e contra as autoridades eclesiásticas da época, em incluir vozes femininas.


Não é de estranhar que lhe tenham chamado uma canção de embalar, mesmo que em torno da morte: na procura do que há de terno na humanidade, o que esta música inspira é conforto e consolo. Foi essa a forma, disse Fauré, que terá tomado em si próprio o que mais se aproximou de uma emoção religiosa.

Requiem, Op. 48: V. Agnus Dei (versão original de 1893). De G. Fauré, pelo Ensemble Aedes e a orquestra Les Siècles, dirigida por Mathieu Romano.




 

Manuela Ivone Cunha


 


1 comentário:

  1. Lindo. Entre tantas versões magnificas, aproveito para lembrar a de Michel Corboz, para o caso de não a conhecerem. A que prefiro.

    https://www.youtube.com/watch?v=E5KJjUBYGxM

    Boas

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