World Trade Center. Tapeçaria de Miró
Fotografia de António Barreto, 1978
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Na
sequência do ontem que escrevi aqui sobre o 11 de Setembro, António Barreto,
grande amigo grande, mandou-me uma mensagem que pediu para ser publicada,
juntamente com uma fotografia que tirara a uma tapeçaria de Miró:
Meu
Caro Malomil!
Caro
AA!
Esta
sua série sobre as Torres comoveu-me muito! Parabéns e obrigado. Já agora, se
me permite, gostaria de contribuir. Depois do atentado, nunca vi publicada uma
fotografia sobre esta formidável tapeçaria, enorme, que decorava o Hall de
entrada de uma das Torres. Feita pelo Miró. Deve ter ardido em segundos. Dava uma
inesperada e luminosa cor àquele universo tão de vidro, aço e alumínio... Um
abraço
AB
PS:
Talvez não pareça, nesta fotografia, mas tem vários metros de largura.
Escultura de Rodin, nos escombros do World Trade Center
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Caro
António,
Não
sei como agradecer as suas generosas palavras.
Talvez
dizendo também umas breves palavras sobre as perdas artísticas registadas no 11
de Setembro.
Segundo
o 9/11 Report, a acção terrorista de
11 de Setembro terá custado, na totalidade das várias operações, incluindo as
do Pentágono e da Pensilvânia, não mais do que 400 ou 500 mil dólares. Os
prejuízos materiais nos edifícios e infra-estruturas, só em Nova Iorque,
tiveram um valor aproximado de 10 mil milhões de dólares. Mas há dados
reconfortantes: nas primeiras seis semanas após os atentados foram recolhidos
934 milhões de dólares em donativos, a maior receita de uma acção de auxílio
financeiro da história dos Estados Unidos.
Do
ponto de vista imaterial, além do incomensurável sofrimento das vítimas e dos
seus familiares, deveremos assinalar as perdas de obras e peças artísticas que
adornavam os escritórios das Torres Gémeas ou os espaços públicos em seu redor,
tendo desaparecido trabalhos de Juan Miró, Roy Lichenstein, Alexander Calder e
tantos outros; de Gustave Rodin desapareceram 300 peças, que integravam a
colecção privada da Cantor Fitzgerald, a empresa que mais funcionários perdeu
nesse dia. Perderam-se, por exemplo, 40.000 negativos de fotografias dos Kennedys, primeiras edições de obras raras, inúmeras preciosidades (ler aqui). Algumas seriam descobertas, mas desapareceriam misteriosamente, como aqui se conta.
Estima-se que o valor das obras de arte destruídas no 11 de Setembro
se situe nos 100 milhões de dólares, referindo-se este número tão-só às peças
da propriedade de particulares.
Um abraço grato e amigo,
António Araújo
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