Na
última visita que fiz à cidade italiana de Treviso, a tal de que o Infante D.
Pedro filho de D. João I foi Marquês, falhei lamentavelmente a notável igreja
de São Francisco.
Colmatei
agora a lacuna. Ficou ainda a faltar a de Santa Luzia, irremediavelmente
fechada.
Como
todas as igrejas históricas da região tem um passado tormentoso. Após passagem
de São Francisco de Assis na cidade, a construção iniciou-se em 1231,
curiosamente o ano em que morreu em Pádua, Santo António.
Sofreu
um incêndio em 1386, foi um centro de estudos teológicos e tribunal da
Inquisição. Teve o seu primeiro grande atentado quando Napoleão aí instalou uma
caserna, um hospital militar e estábulos para cavalos. Os Austríacos
transformaram a Igreja num armazém militar de três andares divididos por
andaimes.
Só
em 1928, a Igreja foi devolvida ao bispo de Treviso, após profundo restauro.
O
estilo é de transição entre o Românico e o Gótico. A presença de seis representações
de São Cristóvão deriva certamente do elevado número de viajantes que passava
pela igreja.
No
interior, dois belíssimos frescos representando São Cristóvão. O primeiro em
estilo Românico-Bizantino, do final do Século XIII, numa das paredes. O segundo
do final do Século XIV, num pilar.
Existem
quatro capelas com frescos de São Cristóvão.
A
primeira é a chamada Capela de Santa Rita.
Num
arco, um fresco representando o nosso Santo e São Francisco.
Na
Capela Coletti, um fresco, da autoria de um artista veneziano do final do Século
XIV, representando a Crucificação apresentando Jesus Cristo crucificado,
ladeado por Nossa Senhora das Dores. Presentes também São Tiago, São Bento, São
João Apóstolo, São Bartolomeu, São Francisco e São Cristóvão.
Na
Capela Giacomelli, um fresco da autoria de Tomaso da Modena datado de 1354
representando a Virgem entronizada com o Menino.
Inicialmente
estava ladeada apenas por São Lourenço, São João Baptista, São Luís de Toulouse
e São Tiago Apóstolo. Posteriormente foram acrescentadas as figuras de Santo
Antão, Santa Catarina de Alexandria e São Cristóvão. Têm aliás outra cor.
A
Catedral de Treviso existe desde o Século VI mas foi reconstruída em 1759 no
estilo neoclássico.
Da
construção anterior, a cripta conserva ainda as características românicas, com
as suas 68 colunas.
Entre os frescos, um está consagrado ao nosso Santo.
Fotografias
de 9 de Agosto de 2021 e 5 de Agosto de 2023
José
Liberato
Mais uma viagem mais umas histórias e como sempre interessantes, só uma curiosidade, na pintura onde Nossa Senhora no trono está ladeada por Santo Antão, São Francisco, São Boaventura e o nosso Santo, o Menino Jesus aparece em duplicado, o que normalmente em outras obras não acontece, há alguma explicação?
ResponderEliminarSó por curiosidade, boas viagens.
Um abraço...
É realmente curioso. No caso concreto, o fresco inicial não tinha São Cristóvão. Foi adicionado mais tarde. Quando O adicionou, o autor pensou apenas em São Cristóvão e nos seus atributos.
EliminarMuito obrigado pelos seus comentários.