Um
livro que li há anos, Safari, de
Bartle Bull, diz que o primeiro safari aconteceu em 1836, quando William Cornwallis Harris atravessou o Transvaal em busca de presas. Não sei se é verdade.
A matança deve ter começado antes. Escreve Bull, nostálgico, padecendo do mal d’Afrique:
«The
game and the habitat waiting in Africa were the richest in the world. Between
Cape Town and Cairo was a landscape so vast and varied, so complex in its
magnificence, that it made the moors of Scotland and the forests of Germany
into tame and modest gardens.»
Há
dias, comprei este álbum de fotografias de caça. Aquilo que hoje nos parece
bárbaro foi outrora um divertimento de seres humanos. So, do you think you are human? – pergunta Fernández-Armesto. O
álbum, disse-me o vendedor, pertencia a uma senhora inglesa que, ao que parece,
ainda vive no Areeiro. Da vida e da morte dos bichos, em poses triunfais.
Animais mortos exibidos como troféus – faz confusão, mas aconteceu e ainda
acontece. Um dia, a propósito de uma fotografia controversa do rei Juan Carlos e de
um elefante, o João fez-me uma pergunta retórica: «Matar um elefante?». Elefantes,
hipopótamos, leões, zebras, tudo serve para saciar o coração das trevas,
dissimulado sob as vestes da «civilização». A caça furtiva e clandestina, desigual e feroz, continua
em África e noutros lugares do mundo. O mundo é um lugar estranho.
Ontem energúmenos sob a capa da tradição queimaram um gato em final de festa em Mourão.!!!É tão tradicional que a população está ao que parece indignada...
ResponderEliminarO mundo é um lugar terrível, onde bestas arrogantes se julgam superiores a qualquer outro ser vivo.
ResponderEliminar