Este relógio estava na família Duret há
muitas décadas e outras tantas gerações. Nos anos 1940, Jean Duret recebeu-o das mãos de seu pai, que por sua vez o herdara de seu avô e assim por diante. Maravilhado, Jean gravou
o seu nome no relógio familiar, bem como o nome da aldeia em que morava, Habère-Lullin, localidade
alpina em que os nazis perpetraram um massacre por alturas do Natal de 1943, quando vinte
e cinco jovens foram metralhados sem piedade pelas SS. Na altura com dezoito anos, Jean escapou
por pouco à barbárie nazi, fugindo no último minuto com alguns companheiros da
Resistência francesa. Mas o relógio ficou para trás, confiscado pelos alemães.
No
passado 10 de Janeiro, Jean Michel Duret tinha uma carta na caixa de correio.
Vinha de Berlim, remetida por uma tal de Sabine Konitzer. Sem saber bem como, Sabine herdara o
relógio de uma tia e, setenta e cinco anos depois, devolvia-o ao
filho do seu legítimo proprietário. Jean falecera entretanto em 2010, mas o
relógio, esse, está agora junto de quem deve, entregue por quem merece esta
notícia e público louvor: Sabine Konitzer, alemã de Berlim.
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