quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

Sonhos de Crayencour.

 
 
 
 
 
 
Comprei na FNAC do aeroporto por dois euros (!) um livro da muito querida Yourcenar que não conhecia. Foi reeditado há pouco, já em 2020, para esta edição da Folio e que nos traz a Srª Crayencour? Os seus sonhos. Interessante, assim-assim. Marguerite conta o que dormiu, e o que viu a dormir, mas com esta gente que conta o onírico com tal cópia de pormenores fico sempre intrigado: eu não sou assim. Não lembro de nada ou, do que lembro, nada tem aquela riqueza visual e narrativa. Agora, por causa de um grande amigo que é grande devoto de Mitterrand, pus-me a ler um livro – e grande! – só sobre os últimos dias daquele a quem chamavam «Dieu», nem mais, nem menos. Pouco antes do estertor final, Marie de Henzel (têm cá o livro dela, Diálogo com a Morte, prefaciado pelo Dieu) foi assaltada por um sonho místico, à laia de premonição. O sonho dela, como sempre, era technicolor, com enredo e personagens, uma grande produção hollywoodesca do espírito ou da mente. Nada disso ocorre comigo, tudo série B, a preto e branco e sem legendas. Que tristeza (ou então são os outros que andam a sonhar acordados ou, pior ainda, a aldrabar com quantos dentes têm nas bocas).  
 
 











 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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