A
querida Rita deu-me este livro pelo meu aniversário, e só tenho mais é que
agradecer muito. Não sabia do que tratava e comecei a desfolhar, a desfolhar, e
era uma lista interminável, páginas amarelas da destruição. Lembrei da frase de
Proust, «os verdadeiros paraísos são aqueles que já perdemos» e, na verdade,
este livrinho é uma atracção fatal, um inventário daquilo que se foi perdendo
no caminho: obras arquitectónicas inacabadas, monumentos destruídos,
bibliotecas devoradas pelas chamas, um dó que faz dó e que faz recordar aquele
trecho de um conto da Patricia Highsmith em que, num futuro não muito distante,
morre o último ser humano que sabia falar grego antigo. Este breviário de
Lefebvre não é para ler de uma assentada, mas para degustar aqui e ali, com um
amargo de boca. Balanço final: interessantíssimo (e que trabalho ele teve a
compilar à exaustão!).
Tanto desfolhaste que ficaste sem folhas!
ResponderEliminarhttps://www.youtube.com/watch?v=y3goIsOxtng
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