domingo, 2 de fevereiro de 2020

Tratado da incompletude.


 



A querida Rita deu-me este livro pelo meu aniversário, e só tenho mais é que agradecer muito. Não sabia do que tratava e comecei a desfolhar, a desfolhar, e era uma lista interminável, páginas amarelas da destruição. Lembrei da frase de Proust, «os verdadeiros paraísos são aqueles que já perdemos» e, na verdade, este livrinho é uma atracção fatal, um inventário daquilo que se foi perdendo no caminho: obras arquitectónicas inacabadas, monumentos destruídos, bibliotecas devoradas pelas chamas, um dó que faz dó e que faz recordar aquele trecho de um conto da Patricia Highsmith em que, num futuro não muito distante, morre o último ser humano que sabia falar grego antigo. Este breviário de Lefebvre não é para ler de uma assentada, mas para degustar aqui e ali, com um amargo de boca. Balanço final: interessantíssimo (e que trabalho ele teve a compilar à exaustão!).














 

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