Assim se chama “o último pecado” de Rossini, o seu pecado de velhice – nas palavras
do próprio. Música sagrada ou música sacrílega, a
Petite Messe Solennelle?
Pequena, porque o acompanhamento instrumental resume-se a 2 pianos e 1 harmónio,
o coro a 13 cantores, “de 3 sexos” (nos dias de hoje, eventualmente mais alguns
– sexos e cantores).
Solene também, mas dela já se disse que o seu mistério é ser ao mesmo tempo
espetacular e extraordinariamente modesta, elegante mas sem a opulência
sentimental de muita música sacra.
O Gioachino dedicou-a ao seu deus com a mais cândida das
sinceridades: “um pouco de ciência, um pouco de coração, está lá tudo. Sê pois
bendito e concede-me o paraíso”.
Fica aqui o Kyrie – pouco mais de dois minutos –, na
minha interpretação de eleison, a do RIAS-Kammerchor sob a direção de Marcus Creed (Harmonia Mundi, 2000).
Se o som do vosso aparelho for uma porcaria e não
houver auscultadores à mão, mais vale esta, um nadinha menos boa, creio, mas em
que se ouve mais o piano e o harmónio: M. Piquemal & Cia.
Manuela Ivone Cunha
lindo!
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