domingo, 10 de agosto de 2014

Kokito.

 
 
 




         Numa das passagens mais comoventes de Errata: Revisões de uma Vida, George Steiner recorda que, quando fez seis anos, o pai lhe começou a ler trechos da Ilíada, principiando logo pelo Livro XXI. Steiner lembra a cruel passagem em que Aquiles, desvairado pela morte do seu amado Pátrocolo, massacra os troianos em fuga. «O meu pai leu o grego várias vezes. Fez-me soletrar as sílabas. O dicionário e a gramática escancararam-se diante dos meus olhos.»
O trecho que provocou tão funda impressão na criança precoce é aquele em que, sem piedade, Aquiles degola o desprezível Licáon, um dos filhos de Príamo.
 
Aquiles desferiu-lhe um golpe com a espada afiada
na clavícula, por baixo do pescoço; e a espada de dois gumes
penetrou. Prostrado no chão ficou Licáon, estatelado;
seu negro sangue jorrou da ferida e molhou a terra.
 
(Homero, Ilíada, Canto XXI, 116−119, trad. de Frederico Lourenço)
 
No ensaio que dedicou às decapitações na arte ocidental, Visions capitales, Arts et rituels de la décapitation, Julia Kristeva escreve, a dado passo, que «o horror destas decapitações e o impacto das suas reproduções inevitavelmente evocam em nós as reportagens fotográficas e televisivas de guerras civis recentes. No Biafra, no Vietname e de novo agora no Ruanda ou na Argélia, onde os fundamentalistas actualmente praticam massacres e cortam o pescoço das vítimas. Estas práticas são tão frequentes em certas regiões do mundo que a opinião pública global, inicialmente chocada, acaba por fechar os olhos e não ligar.» (Julia Kristeva, Severed Heads. Capital Visions, trad. norte-americana, 2012, p. 26).


 

 
Isto leva-nos a Kokito. Mohamed Hachud tem 28 anos. Kokito, nome de guerra. Vivia em Castillejos, uma localidade marroquina junto à fronteira com a praia de El Tarajal, uma povoação costeira do município de Ceuta. Kokito é casado com uma espanhola, Asia Ahmed Mohamed, que viajou até à Síria para se encontrar com o noivo num acampamento do Estado Islâmico do Iraque e do Levante (ISIL ou EIIL), a milícia jihadista que, além de matar soldados e perpetrar execuções públicas nas praças de Al Atarib, adoptou um novo costume: exibir-se com as cabeças decapitadas das suas vítimas. Na cerimónia do casamento, Mohamed ofereceu à noiva um cinto com explosivos, símbolo macabro de união eterna. Antes do casamento, Mohamed comerciava em Castillejos, durante o dia, e às noites reunia com salafistas radicais. Pensava já juntar-se ao ISIL, passando horas a fio na Internet. Kokito foi recrutado por Mustafá Maya Amaya, um paralítico de 51 anos, que, dando ordens através do seu portátil, enviou já dezenas de jihadistas para o Mali, para a Síria e para a Líbia.
A fotografia mostra Kokito com cinco cabeças a seus pés, uma faca ainda ensanguentada e o indicador erguido, em sinal de aviso. Não foi captada ao acaso. Destina-se a enviar uma mensagem: para os seus companheiros de armas, para as suas vítimas mais próximas e para todos nós, que também somos suas potenciais vítimas. A linguagem de Kokito é mais eloquente e directa do que a das pinturas medievais que Julia Kristeva analisou num ensaio denso e muito erudito. «Entram nas aldeias e arrasam-nas. Não há contemplações para com os inimigos. As cabeças degoladas são uma mensagem para que as pessoas vejam o que lhes pode acontecer se não aderirem ou obedecerem», disse há dias ao insuspeito El País um especialista em terrorismo, que acrescentou: «na Síria os jihadistas estão a cometer atrocidades num grau superior ao que vimos em todas as outras guerras.» Os guerreiros da Jihad global dominam as novas tecnologias que, note-se, foram criadas no mundo ocidental, tido por corrupto e satânico. Sempre que conquista uma localidade, o ISIL distribui pen drives com cânticos jihadistas que mostram as operações da milícia sanguinária e condeam a democracia. Mohamed Hachud, Kokito, tem uma conta no Twitter, onde escreveu há tempos: «Um dia voltarei à minha terra para fazer a jihad.»
Existe uma barreira entre nós e a lâmina ensanguentada da navalha de Kokito. Essa fronteira não é a linha ténue e prosas que separa Ceuta de Marrocos; ou Marrocos da Península Ibérica, onde o ISIL aspira a reconstruir o Califado. Essa barreira está situada um pouco mais longe, não muito – e chama-se Israel. Considerem isto maniqueísmo, simplificação demagógica, afirmem que o Hamas e o ISIL são realidades diversas, digam o que bem entenderem: a Caixa de Comentários encontra-se ali em baixo, registando com plena liberdade todas as opiniões, por mais insultuosas que sejam.
Nada disto, sublinhe-se claramente e sem quaisquer subterfúgios, significa aprovação acrítica por tudo quanto Israel está a fazer na Palestina contra o Hamas e, já agora, tudo o que o Hamas está a fazer na Palestina contra Israel. Em Israel, um Estado democrático, com eleições limpas e alternância política, opinião livre e imprensa crítica, há muitos que discordam do rumo que a guerra ao Hamas está a tomar. Aliás, por todo o mundo há judeus horrorizados com a violência que alastra, sobretudo quando ela atinge populações civis indefesas. Em Israel pode discordar-se e criticar-se. No mundo de Kokito, não. Ainda há pouco, em Junho deste ano, em Mosul, o bando de Kokito chacinou 13 clérigos muçulmanos sunitas que, apesar de apoiarem as pretensões do ISIL, advogavam alguma moderação nesta barbárie sem fim.  

 
 
 
 

 
A indiscutível primazia política, ética e moral de Israel sobre todos os povos em seu redor não lhe confere, por si só, legitimidade para que possa fazer o que quiser, nem lhe dá carta branca para ultrapassar os limites do intolerável. Daquilo que temos por intolerável justamente à luz dos princípios, dos valores e das regras que, repete-se, distinguem Israel de todos os Estados seus vizinhos e das organizações que estes financiam e patrocinam. É imprescindível o diálogo entre todas as partes, na convicção de que com Kokito e a sua navalha não há «diálogo» possível. Estão a ser enviados às dezenas, de Espanha, Marrocos e até Portugal; todos prometem regressar em breve, de navalha em punho.     
E para aqueles que, por cegueira político-ideológica, conspurcam as paredes de Lisboa com grafitos que gritam Free Palestine!, importaria parar por momentos e pensar um pouco. Em Portugal e em Israel, pode dizer-se o que se pensa. Com Kokito, quem se arrisca a pensar pela própria cabeça, perde-a. Perde-a decapitada, no sentido mais literal do termo. Conviria pensar nisso. Se possível, pela própria cabeça. Sem dogmas nem preconceitos.
 
 

António Araújo
 
 
 
 

54 comentários:

  1. Um pouco vazio e paternalista, este post. Dizer que israelitas e judeus de todo o mundo condenam a ação israelita, sem dizer o que é que condenam concretamente, esvazia de sentido essas denúncias. É como se não as ouvisse nem se interessasse por elas. Poder denunciar-se a morte de uma criança e outros inocentes, torna a morte e a dor mais suave? Ou fica, pelo menos, com a consciência mais leve? O António Araújo atribui pouca utilidade à liberdade de expressão; como se fosse uma simples casca.

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    1. Cada pessoa denuncia o que entende. Não denunciam em bloco.
      Vejo muita gente a condenar Israel pela morte das crianças. Curiosamente essas pessoas não condenam o Hamas por colocarem as suas bases em escolas. Essa incoerência demonstra que a lagriminha hipócrita pela criança é cínica. O que se trata de facto é, na melhor das hipóteses de fanatismo ideológico ignorante.

      Pinto

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  2. Os alemães tambem tinham ou julgavam ter essa spremacia moral,etica e politica sobre os barbaros do leste,ciganos e etc.Escrever Palestina livre é apenas manifestar um desejo de que os palestinianos tenham pelo menos o mesmo que foi (arbitrariamente pelos tais superiores)concedido aos judeus ou seja Um territorio.Tentar fazer dos arabes uma unidade de terroristas é o mesmo que fazer dos ciganos todos ladrões.Primeiro colocam-se sob a forma de sub homens e depois ...bem os judeus sabem bem o que isso é.

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    1. A estupidez nunca mais acaba? Em 1948, os palestinianos e os outros árabes é que não aceitaram a partição daquela terra pelos 2 povos! Agora, ó iluminado, os coitados daqueles fanáticos que, como tu, gostam de criminosos, foram "arbitrariamente" prejudicados?

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    2. Tinham os alemães e tinham os ingleses. Para o António têm os israelitas, para o Kokito tem ele. Cabe-lhe a si avaliar e construir a sua opinião.
      Se Israel se esforçar para minimizar as vítimas civis e justificar os ataques de forma bem pensada e estruturada numa lógica de legítima defesa preventiva, para mim Israel tem de facto superioridade moral e ética.
      Não sei se, aqui ou ali, os israelitas abusam da força (são milhares de soldados e certamente há abusos, como os houve por parte dos aliados sem que isso tivesse retirado a legitimidade de invadir o Reich socialista de Hitler). Sei que não se vangloriam com imagens de sangue, não fazem a apologia da vingança gratuita e do extermínio de um povo e dão liberdade ao seu povo para discordar das decisões do governo.
      Não querer ver esta diferença é, na melhor das hipóteses, fanatismo ideológico.

      Pinto

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    3. Os Palestinos , durante a segunda guerra, foram aliados do Nazismo. As comparações com a a Alemanha do III Reich. devem recordar quem serviu e se serviu do nazismo.
      Basta uma procura palestinos ou palestinianos e nazismo. O Tio de Arafat até foi promivido a Major General das SS e havia uma divisão das SS - a 13- Islamica

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  3. Ainda estou a tentar perceber a ligação entre: a) os métodos o EIIL usa para combater os governos da Síria e do Iraque; e b) a guerra entre o Hamas e Israel.

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    1. A ligação é fácil, dear: de um lado há Israel, do outro lado há os arábes, Duh!

      Paris Hilton

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    2. Miguel, eu até explicava mas tu terias de ter um cérebro para perceberes...

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    3. Esse é exactamente o problema; Você não perceber, e como você muitos mais.

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    4. "(...) Existe uma barreira entre nós e a lâmina ensanguentada da navalha de Kokito. Essa fronteira não é a linha ténue e prosas que separa Ceuta de Marrocos; ou Marrocos da Península Ibérica, onde o ISIL aspira a reconstruir o Califado. Essa barreira está situada um pouco mais longe, não muito – e chama-se Israel (...)"

      Qual é a parte que necessita de esclarecimento?

      Pinto

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    5. Essa - em que medida é que Israel impede o ISIL de chegar a "nós"? A menos que o raciocinio seja "como eles odeiam Israel, vão se concentrar a atacar Israel e deixam-nos em paz", mas a própria existência do ISIL desmente esse raciocinio - afinal, Israel existe e em vez de combater Israel os jihadistas preferem ir lutar contra Bashar al-Assad (que até é, ele próprio, um dos maiories inimigos de Israel) e Nouri Maliki.

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  4. "(...) Existe uma barreira entre nós e a lâmina ensanguentada da navalha de Kokito. Essa fronteira não é a linha ténue e prosas que separa Ceuta de Marrocos; ou Marrocos da Península Ibérica, onde o ISIL aspira a reconstruir o Califado. Essa barreira está situada um pouco mais longe, não muito – e chama-se Israel (...)"

    Excelente.
    Israel é o tampão que tem impedido que a barbárie árabe se alastre para o dito ocidente. Se Israel desaparecesse (sonho encantado para os kokitos daquelas bandas e para os kokitos sem faca que abundam por esta Europa) o ponto de colisão entre o mundo dito ocidental (o mundo judaico-cristão civilizado - deixemo-nos de tretas) e a barbárie árabe seria transferido para um outro local. Ninguém saberá onde mas seria uma inevitabilidade.

    Pinto

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    1. Pinto, eu, pessoalmente, dispenso lições de ocidentalismo de cruzados de sofá. Explique melhor, sem retórica, usando uma análise simples de estratégia militar, como é que Israel nos protege de um califado. Note que existem cerca de um bilião e meio de muçulmanos no mundo. Têm todos de passar por Israel para criar aqui um califado? E os milhões que já existem na Europa têm de ir a uma repartição em Israel pedir licença?

      Renato

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    2. Se dispensa lições de ocidentalismo (seja lá o que isso for) certamente dispensará que lhe explique seja o que for.
      Para o perceber teria, antes, de lhe dar muitas outras lições que também iria dispensar.

      Pinto

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    3. Pinto, não se desvie, homem. Eu percebi que Israel é uma espécie de guarda avançada do Ocidente. Só preciso que me explique como é que Israel impede que os muçulmanos criem um califado na Europa.

      Renato

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  5. Muita demagogia para um só texto.
    Será o mundo dividido em bons e maus?
    E de que lado estão os bons?

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    1. Muito cliché, frase-feita, assente no discurso politicamente correcto.
      Não importa aqui separar bons e maus mas comportamentos aceites e não aceites. Deveriam os ingleses e norte-americanos respeitar a soberania alemã do III Reich? Ou deveriam formar um juízo e, se acharem necessário, violar essa soberania?

      Pinto

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    2. Os bons estão do lado da bomba atomica sobre Hiroshima e Nagazaki.

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  6. Ainda não perceberam que a merda muçulmana é igual à merda judaica. Aquilo é tudo antigo testamento, homero em versão toina, ainda mais toina que a do frederico. Há milhões de muçulmanos tão moderados quanto Netanhiauoooo. E há milhões, na Indonésia, nos EUA, na Alemanha, muito mais moderados, que só usam lâminas de barbear. A totozada judia é tão repelente quanto a totozada filopalestina. Vós, portanto.

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  7. Obviamente só posso ser um adepto de S. Luís de França, por mim era pô-los todos a falar fininho e enfiá-los em burkas, aos marranos e aos sarracenos.

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  8. Quando se escreve um texto como estes o objetivo é provocar polemica.Isso é saudavel.AA ja em muitas ocasiões mostrou o seu carinho pela causa judaica.Esta no seu inteiro direito e como diz espera que as opiniões contrarias sejam feitas com ideias.Acredito que seja sincero mas estranho que não goste de ver plasmado numa parede um apoio ao desejo creio que legítimo ao povo palestiniano ter uma terra que não esteja cercada e murada.Infelizmente não havendo muitas ideias e pelo contrario sendo o o insulto barato .Volto a dizer e ao contrario do que foi argumentado ,em 1948 não foi perguntado aos Palestinianos se queriam ou não e ja agora pensemos,com que direito as potencias coloniais,sim não tenhamos medo dos termos,de dispor da terra dos outros da maneira que bem entenderam.Se acreditam que por exemplo os bombardeamentos no Iraque são por causas humanitarias então tambem tem de acreditar do pai natal e na cegonha.Se alguem honestamente pensar em qualquer solução para o conflito tera de pesar todas as questões e sobretudo ha que esquecer muitas ,talvez perdoar seja mais correto que esquecer pois é possivel e voluntario.Quem pensa tambem que é o único conflito na area engana-se.Ha e houve autenticos genocidios que permanecem com ferida em aberto.

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    1. Meu caro, há uma questão que precisa de fazer a si próprio: acha que os judeus têm direito a ter um país deles? Se achar que não, pensa como a maioria dos árabes, que acha que o problema palestiniano só se resolve exterminando os judeus e, por isso, se opuseram ao plano da ONU de 1948. Se achar que sim, não parece lógico criar o país no local de onde eles são originários? Mas convém lembrar que esta vontade premente dos judeus criarem um país deles se deve, em grande medida, a nós ocidentais que, durante séculos os perseguimos e escorraçamos de um lado para o outro e os acusamos de todas as hecatombes que iam sucedendo à humanidade.

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    2. De todos os comentários que já li e ouvi (em jornais, revistas, televisão, blogues e quejandos) nenhum conseguiu tocar no "ponto G" como este comentário do Fernando Miranda. Estava a ver que ninguém chegava lá, apesar de parecer uma coisa tão óbvia.
      De facto seria bom perguntar a toda essa gente moderna, iluminada e tão avant-garde que usa lenços palestinos ao pescoço (porque é moda); que choram rios e rios de lágrimas pelas criancinhas palestinas mas não vertem uma lágrima pelas criancinhas judias que apanham com os rockets (porque é moda); que olham com desdém e superioridade (porque é moda) para todos os que acham que Israel também tem direito à vida, se:

      - "os judeus têm direito a ter um país deles?"

      E ainda conviria lembrar a toda essa gente moderna, iluminada e tão avant-garde que usa lenços palestinos ao pescoço (porque é moda)... etc. "que esta vontade premente dos judeus criarem um país deles se deve, em grande medida, a nós ocidentais que, durante séculos os perseguimos e escorraçamos de um lado para o outro e os acusamos de todas as hecatombes que iam sucedendo à humanidade. "
      Parabéns ao autor do blogue pelo post e pelos comentários que suscitou

      Arlety Pin

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    3. Conversa da treta. Esse País existe e tem fronteiras bem definidas.!! E alarga-las à revelia do direito internacional é o ponto de deita por terra o seu comentário de facto obscurantista.

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    4. E quais são essas fronteiras bem definidas?
      Nessas fronteiras bem definidas estarão incluídas a Cisjordânia, Jerusalém Oriental e os Montes Golã ou é só a famigerada Faixa de Gaza (por "mero" acaso, mesmo ali a jeito para atacar Israel) é que causa tantos engulhos e é considerada um "alargamento à revelia do direito internacional"?

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  9. "Todas as ideias falsas terminam em banho de sangue" ,escreveu Camus, " mas é sempre o sangue dos outros. Por isso é que alguns dos nossos filósofos se sentem `vontade para dizer sej o que for".
    E o relativismo cultural , acrescentaria o outro...

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  10. JSP Os filosofos devem pensar e falar.Os politicos tem de fazer.Como se distinguem as ideias falsas das outras?Pelo banho de sangue?

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  11. Esta barraca toda que se anda a passar no Médio Oriente com o ISIS ainda vai fazer escorrer rios de sangue...

    Divulguei:

    http://historiamaximus.blogspot.pt/2014/08/kokito.html

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  12. Quanto à "chacina" que vai em Gaza há alguns pontos que é necessário apreciar e algumas perguntas que importa colocar no ar:

    - No meio de tanto morto palestino não existem guerrilheiros, só civis?
    - Entre os mortos palestinos juntos à fronteira norte da Gaza não contarão, pelo menos um ou dois, alvos de um rocket do Hamas, já que está mais que provado que só 1/3 dos rockets lançados atingem território israelita?
    - Quem construiu aqueles túneis mínimos? Há relatos de cerca de 500 crianças palestinas terem morrido na sua construção!
    - O que faz o Hamas com a informação que Israel fornece sobre os alvos que vai atingir? Evacua os locais?
    - De onde são disparados os rockets e onde estão armazenados? (A ONU já disse ter encontrado rockets e outro armamento em duas das suas escolas)
    - Quem paga tanto arsenal militar e, porque razão, com uma população tão carenciada, não faltam rockets para mandar, mas falta pão e água?

    Podemos fechar os olhos a todas estas questões e escolher acusar Israel de tudo o que de mau por ali vai, mas é bom não esquecer que o Hamas, quando tomou o poder em Gaza, fez aos seus opositores (e continua a fazê-lo) o mesmo que mo ISIS está a fazer no Iraque.

    Ricardo

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    1. Os rockets do Hamas são artesanais, o que explica que, como dizes, só um terço chegue a atingir Israel. Não confundas o Hamas, nos recursos tecnológicos, outros apoios logísticos e financiamento, com a Al Qaeda nem com o ISIS. A confusão é grande, seja no texto do blogue, seja nos comentários. É uma salganhada e uma incapacidade de análise tremendas sobre o que se passa naquela região e no médio oriente em geral. O autor do post diverte-se a lançar a confusão e a ir-se embora debitar amenidades literárias.
      Sobre a identidade dos atingidos pelas forças israelitas, não te fies no que dizem os da ONU no terreno, todos te querem enganar. Talvez devas procurar na fonte que achas mais credível: a do governo israelita. Quantos membros do hamas dizem eles que já mataram nestes ataques?

      Renato

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  13. Finalmente um iluminado que vai trazer a luz.Aleluia!

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  14. Recomendo vivamente:
    http://vimeo.com/50531435

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  15. Creio que este texto bateu o recorde de comentários, o que é prova da alta complexidade da situação. Se nós, frequentadores do blog, que estamos totalmente a salvo dos mísseis de ambos os lados, estamos tão divididos em nossas opiniões sobre esse polêmico tema, o que dizer dos que estão lá à mercê deles numa faixa de terra tão estreita? É bom criticar, sem nenhum compromisso, um lado ou o outro, quando se tem a certeza de que um foguete não cairá sobre sua casa e que um/a homem/mulher bomba não explodirá ao seu lado. A paixão é tão grande, que os argumentos perdem seriedade, coerência e credibilidade e se passa aos insultos gratuitos. Há hipocrisia à farta de parte a parte. O mundo é, foi e será sempre lugar de conflitos, seja ele territorial, racial ou religioso. Foi sempre assim, não será a nossa geração que irá mudar a natureza humana. Ninguém se iluda. O normal nas relações, domésticas ou internacionais, não é a paz, mas sim a guerra. Basta fazer um pouco de estatística. Lamento dizê-lo, mas creio que a paz é uma utopia, os ódios só tendem a se acirrar. Vale a pena buscá-la, mas os seres humanos se extinguirão antes que os povos cheguem a um convívio civilizado.

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  16. Concordo mas felizmente tenho uma solução.Segundo estudos serios(Livro 10000 milhões)não devemos passar do ano 2050 .Nessa altura ja a vida na parte da terra habitavel será muito complicada .É possivel que se reconstrua sob uma outra forma daqui a muitos anos.Não fazemos falta á terra.Entretanto temos de passar o tempo de alguma maneira não?O sr Araujo vai tirando uma fotografias ,dando uns conselhos ao sr Anibal,fazendo uns textos demo-cristãos e outros mais pícaros e nós comentando .Esta bem.

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  17. israel envenena qualquer discussão. (de qualquer ponto de vista nunca ganhará uma guerra contra os vizinhos. poderá afundar-se gradualmente em mais sangue, e mesmo democraticamente, transformar-se num criminoso. apostando em israel, apostamos contra nós.)

    rui

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    1. "de qualquer ponto de vista nunca ganhará uma guerra contra os vizinhos." Bom, os factos históricos desmentem por completo esta afirmação, basta atentar na guerra da independência de 1948, na guerra dos seis dias de 1967 (na qual Israel, sozinho, bateu militarmente quatro exércitos árabes) e na guerra do Yom Kipur de 1973.
      "apostando em Israel, apostamos contra nós." Bom, também gostava que explicasse no que se baseia para escrever tal afirmação, ou se, num argumento a contrario, apostando nos árabes apostamos a nosso favor? Parece-me, sinceramente, que este post de António Araújo demonstra precisamente o contrário.

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    2. Creio que o que o comentador queria dizer era que ganhou batalhas como voçê mesmo lembra mas a guerra como parece ser obvio continua e sem vencedor á vista.Ou não?Creio que não se devem fazer apostas com estas coisas.

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  18. Sim provavelmente terão direito a um país .E os ciganos?Não?Vejamos primeiro o que é um judeu?

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    1. E os ciganos alguma vez "reinvindicaram" o direito a um país? Alguma vez tiveram um país de onde foram expulsos e deportados? Sim? Vejamos primeiro o que é um cigano?

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    2. E já que estamos em "maré de direito a um país":
      - E os nativo-americanos do Norte e do Sul terão direito a um país? (se calhar até têm...)
      - E os seguidores de Elija Muahmad (defensor dos direitos dos negros americanos) terão direito a formar um país nos estados do Sul dos EUA, como reclamam (ou reclamavam)?
      - E o pessoal LGBT terá direito a um país?
      - E... etc.

      Sim? Vejamos primeiro o que é um nativo-americano, um apoiante de Elija Muhamad, um gay, uma lésbica, um bissexual, um transgender, um... etc.?

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    3. Esta a confundir a Biblia com a HistoriaJa agora por favor e falo a serio esclareça-me qual era o país dos judeus.?.Assim não vamos lá.Podemos então ficar pelos Curdos ja que parece que os ciganos como nunca foram expulsos e apenas sairam de vontade propria não podem voltar.Brincar com as palavras(lesbicas etc ) não clarifica as ideias .Se puder definir bem o que é um judeu ja pode escrever o seu proprio blog.

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    4. Estarei mesmo a confundir a Biblía com a História?
      Não sou nenhum especialista em História, mas não sei porquê, assim de repente, quando me perguntou qual o país dos judeus lembrei-me de "Massada não voltará a cair" (ou algo do género) - http://pt.wikipedia.org/wiki/Massada.
      Massada faz parte dos mitos da Bíblia, como a serpente ser amaldiçoada sendo obrigada a comer pó e a caminhar sobre o ventre e mais não sei quê por ter tentado Eva, ou faz parte da História? Já agora a localização de Massada é na atual Israel...
      Será que, assim com quem não quer a coisa, está a tentar dizer-me que mais do que um povo os judeus são um grupo religioso? Provavelmente será o que parece, se pensarmos na "multietnicidade", na "multiculturalidade" e até na "multireligiosidade" da atual Israel Mas nesse caso os EUA e o seu (alegado) "melting pot", p. ex., poderão ser considerados um povo e um país?
      E sugere-me escrever um blogue para quê? Por acaso, este blogue tem reservado o direito de admissão (apenas para certas mentes preclaras que não estão habituadas a ser postas em causa, muito menos pelo mais comum dos mortais. Nos dias de hoje, o populacho anda impossível...)?
      Se for esse o caso o seu autor deveria colocar um aviso bem visível. Ou Deus tornou-se assim uma espécie de jagunço que serve para fazer o trabalhinho sujo do Malomil?

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  19. Quando vejo estas imagens e a mais recente, amplamente divulgada, de uma criança a segurar uma cabeça decapitada junto ao orgulhoso pai islâmico, reforça-se em mim a ideia da necessidade de se proceder a uma desislamização do mundo, à semelhança do que se fez com os nazis, quando, finda a IIª Guerra Mundial, se procedeu a uma desnazificação. Há que ser implacável com esta gente.

    Samuel Hunttington, no seu Choque de Civilizações, não andava muito longe da verdade. Os actuais pontos quentes do planeta, ao nível geopolítico, verificam-se quase todos em faixas limítrofes, onde a civilização islâmica confina com as demais – é que nem os chineses escapam. Já a civilização japonesa é uma das poucas que têm a sorte de o seu espaço territorial não confinar com os territórios dessa gente, daí a ausência de conflitos envolvendo japoneses e radicais islâmicos.

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  20. Esta enganado quanto aos japoneses.Tem no seu seio alguns representantes e que ja lhes colocam alguns problemas.
    Cuidado com as imagens!Não querendo ser "radical" este proprio blog ja demonstrou a sua continua manipulação em ambos ou melhor em todos os sentidos.
    A civilização Islamica esta em todos os paises pois os naturais de muitos paises(França,Inglaterra etc)pertencem a esse grupo humano.
    Acha que acabaram os nazis?ja não se lembra das últimas eleições?
    A solução se a houver tera que passar provavelmente por uma neutralização dos extremistas em ambos os campos.Como?Sei lá.Nem Deus.

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    1. "A solução se a houver tera que passar provavelmente por uma neutralização dos extremistas em ambos os campos.Como?Sei lá.Nem Deus".
      Pois... Mas se nem sequer se tentar, nem Deus (que tem a mania que sabe tudo...) há-de conseguir seja o que for. De qualquer modo Israel lá conseguiu a paz (ou pelo menos tréguas) com o Egito, a Jordânia e afins.
      De certeza que isso não foi conseguido pondo um ar blasé e proferindo afirmações niilistas e de alto recorte intelectual do tipo:

      "O mundo é, foi e será sempre lugar de conflitos... Foi sempre assim, não será a nossa geração que irá mudar a natureza humana. Ninguém se iluda. O normal nas relações, domésticas ou internacionais, não é a paz, mas sim a guerra. Basta fazer um pouco de estatística. Lamento dizê-lo, mas creio que a paz é uma utopia, os ódios só tendem a se acirrar. Vale a pena buscá-la, mas os seres humanos se extinguirão antes que os povos cheguem a um convívio civilizado."

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  21. Se formos à essência, toda a guerra é estúpida. Medir vítimas é o mesmo que medir armas.

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  22. com tantos comentários "inteligentes" nem me atrevo sugerir o que fariam vossas pessoas, se vissem os vossos filhos, irmãos e pais serem "apagados" por uma justificação parva e fútil como "guerra preventiva". o que li aqui é nada mais que disfarçar a ignorância com argumentos pseudo-inteligentes. desejo sinceramente que esta nossa ignorância seja perpétua, mas ao menos não insultemos as vítimas INOCENTES com textos e comentários porcos, vaidosos e nojentos!

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    1. Caro/a anónimo/a de 13/8/2014 às 15:24:

      No meio disto tudo; sabe o que lhe digo? VIRGINDADE, VIRGINDADE... QUEM AINDA A TEM CHAMA-LHE SUA E ESTIME-A ENQUANTO A TIVER...
      Será o seu caso, Caro/a anónimo/a de 13/8/2014 às 15:24, para estar assim atirar pedradas aos outros comentadores?

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  23. Porque foi acrescentar talvez o mais porco,vaidoso e nojento deles?

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  24. Todos os Islamitas deviam ser mortos! Numa "guerra santa" não pode haver tolerância, temos apenas de fazer o que é preciso: Matar antes de ser morto!

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  25. Talvez os burros (como tu )tambem assim talvez ja não fosse preciso guerra.santa ó atreu.

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