quinta-feira, 24 de abril de 2014

24 de Abril de 1974 (e antes).

 
 
 
 
Bastaria ver não mais do que dois filmes para apresentar numa cápsula o país que era Portugal anterior ao 25 de Abril.
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A memória é uma construção. A memória é o que fica depois de rasurados, esquecidos, distorcidos, subestimados e processados os acontecimentos e os factos de um tempo. A memória é, pois, o que se consagra como a imagem (que se presume verdadeira, ou, havendo temeridade, exata) de uma época. Esta manipulação e depuração não decorrem forçosamente de uma atitude de má-fé, com vontade de ocultar ou iludir, mas de uma selecção natural fomentada pelo cérebro humano – mesmo que a este cérebro possamos chamar de “consciência colectiva”.

 
Determinou a consciência colectiva portuguesa que a memória dos tempos cessados com o dia 25 de Abril tenha um cunho essencialmente político e que esse período se caracterize pelo regime político que estava em vigor. Não há quem duvide designar esse regime como uma ditadura, embora se mantenha a discussão sobre a configuração dessa ditadura.

 
Só 38% dos portugueses contemporâneos tinha mais de 10 anos aquando do 25 de Abril; ou seja, só 38% de nós guarda alguma memória direta e sensível dessa data. Mas só 25% da população actual tinha mais de 20 anos ao dia 24 de Abril, o que significa que só um quarto dos portugueses vivos (em 2011) tem uma experiência integral dos tempos da ditadura.
 
A memória meramente política do Antigo Regime é, pois, a única hoje disponível para quem não “esteve lá”. Ora essa memória tem omitido e desbotado que aquilo que durou até ao 25 de Abril foi muito pior do que uma ditadura política.

 
O Antigo Regime foi uma longa e torpe sonolência, um deslassamento sem fim à vista do entusiasmo pelo novo que varria o hemisfério ocidental (dos Beatles ou dos Doors a Woodstock, do Vaticano II a Jean-Luc Godard, da minissaia ao Maio de 68); um cerramento na mesmidade, na espécie de miséria mental que era ter ficado para trás, encalhado na autocomiseração. E estes eram os avatares das minúsculas classes médias urbanas, que ainda tinham a possibilidade de ir a Paris ou Londres ver como era. No imenso resto do país, uma charneca que de noite mergulhava na escuridão e que ainda hoje leva a etiqueta de “país real”, era uma pobreza confrangida e um quotidiano confrangedor, o mais das vezes tão conformada que não sabia doutro modo de vida.

 
Por cima disto pairava uma sombra – a guerra. Mas essa era como se não fizesse parte, por ser longínqua e calada.

 
Custa a acreditar mas era assim.

 
Claro que as pessoas riam, tinham alegrias e satisfações, faziam amor e criavam filhos, porque estas são emoções inalienáveis e não há ditadura que as extinga, mas o horizonte era curtíssimo e o júbilo, esse excesso, era improvável e descabido. E claro, também, que a resistência à ditadura se cingiu a um grupo restrito de pessoas e o heroísmo (ou seja, o compromisso absoluto com essa resistência, que acarretava um rosário incessante de perigos e incómodos, como ser preso e torturado ou ter que viver debaixo de olho da polícia) a uma fracção ainda mais reduzida de indivíduos – nada de excepcionalmente português nisto.

 
Como explicar aos vivos de hoje a suave mas insidiosa abjeção desta existência? Talvez vendo-a dentro dos filmes da época.


 
SARILHOS DE FRALDAS
Um deles é “Sarilhos de Fraldas” de 1967. Foi um tremendo êxito de bilheteira e era abrilhantado pelas supernovas da canção nacional António Calvário e Madalena Iglésias; o comedy relief estava garantido por um Nicolau Breyner a fazer de Louis de Funès abastardado; Tonicha lançava-se como estrela nascente; e para assegurar a ligação ao passado putativamente glorioso da “comédia portuguesa” e ao popularíssimo teatro de revista, António Silva fazia o seu cameo.

 
A inverosimilhança do argumento de “Sarilhos de Fraldas” é de uma extravagância vizinha do dadaísmo. Um Volkswagen verde estaciona mesmo atrás doutro VW verde na Av. da Igreja. Só por volta de Pombal é que António Calvário repara que trocou de carro e que no banco de trás vai uma alcofa com um bebé. Mas a monumental e imparável digressão que está a fazer com Madalena Iglésias por esse país fora (o Porto rivaliza com Las Vegas em néons) impede-os, como lhes parece óbvio, de devolverem o bebé na esquadra ou na Misericórdia mais próximas. A dona do carro roubado queixa-se na Judiciária e segue-se uma perseguição policial iniciada com a frase mais fulminante da história do cinema português: ao saber que Calvário parara no complexo nó rodoviário do Carregado (uma esquina com uma placa a dizer “Porto” e outra “Santarém”) o inspector sai a correr avisando os colegas: “parto ainda hoje para o Carregado!”

 
Mas a deixa não está isolada, praticamente todos os diálogos conferem este supino calibre sintático (como se pode verificar pela amostra junto). Além de que “Sarilhos de Fraldas” é um “musical”, segundo a fórmula: (Minnelli ÷ estúdios da Tobis) + (Demy ÷ coristas do Parque Mayer).

 
 
 

 
 
 
Está cá tudo. O Portugal dúctil e pueril, que o Antigo Regime apascentava, ressalta intacto neste filme e, na sua tremenda ingenuidade, podemos vê-lo como o retrato aparvalhado de um país simplório. “Sarilhos de Fraldas” tem todas as (más) razões para se tornar um filme de culto como os de Ed Wood, porque é um paradigma do kitsch. Convém, portanto, desmobilizar as especulações de Walter Benjamin, Hermman Broch, Abraham Moles, e ainda dos pós-modernismos, se quisermos ultrapassar o exercício de ironia ou de relativização que a fita incentiva e que deveras empobrece o olhar. Melhor será levar a sério o que “Sarilhos de Fraldas” revela, em vez de nos determos no gozo que nos dá aquilo que mostra ou diz. Porque é precisamente a sua fragilidade, estalado o verniz da competência técnica, artística e narrativa, que o torna verdadeiramente interessante aos nossos olhos, como um involuntário documento de uma época.
 
Pretendendo inserir-se no género “musical” e medir-se com os filmes “lá de fora”, “Sarilhos de Fraldas” exibe uma formidável anacronismo, sintomático do atraso em que vivia o entretenimento nacional. Houve quem acreditasse que o moribundo cinema musical ressuscitava com “Música no Coração” (1965), um dos maiores sucessos cinematográficos de sempre em Portugal e no mundo, e que seria possível parasitar esse ressurgimento à maneira portuguesa. Isto torna “Sarilhos de Fraldas” uma peça idiossincrática, estribada nos cançonetistas nacionais. Madalena Iglésias (“Ele e ela”, 1966) Calvário (“Oração”, 1964) estavam no auge da celebridade e, embora humilhantemente ignorados na Eurovisão, rutilavam uma star quality paroquial, formando o casalinho de sonho; até havia a bruxa má na figura de Simone de Oliveira, para completar o arranjo. Descansem os cépticos que não é só contemporânea a constatação de que a formidável incompatibilidade entre os ademanes efeminados dele e a frigidez expressiva dela, torna implausível qualquer simulacro de atração física entre Madalena e António. Naquela altura, como eles demonstram com infatigável reserva, estavam ainda muito ao largo da costa portuguesa aquilo que Larkin descobriu no ano de 1963 em “Annus Mirabilis”. Mas não faltava quem desse por isso e “Sarilhos de Fraldas” foi vituperado, com toda a violência possível, pelos inimigos deste Portugal do Regime e desta alienada imagem ele.  

 
Tal como o país de então, “Sarilhos de Fraldas” alimenta-se de mistificações. Elas são tão límpidas e cândidas, que nos permitem perceber que o mundo anterior ao 25 de Abril está no fundo de um túnel do qual perdemos a entrada.

 
MEUS AMIGOS
Mas, como sempre sucede, ao lado e por baixo destas imagens, havia outro espectro de imagens, a fazerem outras realidades. Havia outro Portugal antes do 25 de Abril – aquele que se declarou vencedor depois desse dia. E, precisamente, porque triunfou – Vae victis! – tomou entre mãos a memória, a qual é extraordinariamente plástica e moldável, como se sabe.

 
Está por fazer uma história do Cinema Novo que não seja a dos próprios protagonistas, canónica e oficiosa. O movimento começou lendariamente no café Vavá e debutou com a imensa vitalidade de “Belarmino” (Fernando Lopes, 1964). E depois? Depois, até à década de 70, o mais que deu terá sido a figura da Dra. Maria Barroso, toda Teatro Nacional Amélia Rey Colaço, airosamente descalça em cima da caruma a fazer boquinha de grão-de-bico como quem quer ser povo. Convenhamos que não é fácil acreditar nisto.

 

Maria Barroso em “Mudar de vida” (Paulo Rocha, 1967)

 
 
Nos anos 70, esta geração despertou com algum caudal cinematográfico, mas as contrariedades e as contradições e algumas desavenças, embora mais surdas que públicas, puseram escolhos ao seu curso. Mais ou menos de fora, como se “de ombro na ombreira”, Eduardo Guerra Carneiro, descreve a coisa assim, com as entrelinhas indispensáveis ao ludíbrio da censura:

 
"Os guerrilheiros que saem do Vává benzem-se à sua maneira, como se a próspera guerrilha se fundasse em qualquer casa além da linha. Sábios de nascença citam nomes e têm decorada uma biblioteca, tal qual alguns desenraizados do Saldanha - mas de modo diferente. Abotoam-se com esmero e engravatam-se ou não conforme as circunstâncias. Os guerrilheiros que entram no Vává usam as citações à bandoleira e telefonam com muita assiduidade."
in “Isto anda tudo ligado”, 1970 (repescado do blog “duas ou três coisas” de Francisco Seixas da Costa).

 
Disse quem viu e sabia.

 
Mas, na verdade, existe um filme angular e imprescindível, que captura com uma sinceridade pungente (inadvertida ou intencional?) O pathos desesperançado e o ethos hiper-auto-crítico reinante entre as hostes oposicionistas no annus horribilis de 1973: em Abril, a Oposição Democrática constata-se desunida e crivada de melindres e suspeitas recíprocas no Congresso de Aveiro, o qual foi rematado com a proverbial carga da polícia, e em Outubro realizam-se as eleições do regime, já sem as ilusões de uma “abertura” e com grande crueza repressiva.
 


 
 
O filme é “Meus amigos” (1973) do produtor & realizador António Cunha Telles e foi rodado entre aqueles dois famigerados acontecimentos. A história foi ingrata com ele. Estreado mês e meio antes do 25 de Abril, foi completamente superado e desactualizado pela revolução. Tudo o que era uma evidência no dia 24 deixou de o ser no dia 26 – sobretudo vice-versa; os “vencidos da vida” em 24 acordaram em 26 com as portas do poder abertas graças a uma vitória que lhes caiu no regaço. A inevitabilidade do 25 de Abril só foi evidente depois de ele ter sido inesperadamente feito por quem menos se previa (a redundância é, neste caso, apropriada).

 
“Meus amigos” tem sofrido de uma discrição e de um esquecimento de todo imerecido (há de ser exibido brevemente na Cinemateca em belíssima cópia restaurada). Os seus méritos cinematográficos são muito curtos, mas a forma como se expõe é rara, sobretudo no Portugal contido, previsto e cauteloso da época. Sim, será uma heresia, mas “Meus amigos” é, na riqueza de entrelinhas e na aspereza do entrevisto, comparável a “Sarilhos de fraldas”.

 
O filme é longo mas cada vez menos penoso, para quem o foi revendo ao longo destes anos, em que se foi distanciando do seu tempo. Cunha Telles claramente encantara-se com “L’Amour fou” (1969) o film fleuve de Rivette, em que as personagens deambulam e interagem sujeitas aos azares do momento, a partir de meia dúzia de indicações e de escassas linhas de diálogo; a câmara anda atrás delas e a montagem, acometida pelo pudor, limita-se pouco mais do que a juntar estas sequências, num tempo longo e vagaroso.

 
Assim é “Meus amigos” nos seus 140 minutos de duração. Três colegas (amigos?) da Faculdade, da geração de 62, encontram-se e desencontram-se, conversam e embirram; ou seja, a famosa geração chegava à idade madura, os 30 anos, e tinha as portas fechadas, a consciência torturado e a vida por resolver – e é isto o argumento.  

 
À primeira vista o filme é um desconchavo. A mise-en-scène é rudimentar, quase sempre à volta de uma mesa, ou em exteriores pouco mais que paisagísticos, com uma notável exceção no Cais do Sodré em que a cena mais ousada do filme (um beijo muito esfregado) é filmada no meio de mirones. As sequências (raras têm movimentos de câmara) terminam quando acaba o rolo de filme na máquina, o que é muito patente nas mudanças de bobine na projeção.

 
Mas há postas suculentas:

 
Os diálogos são digressivas improvisações, por vezes penosas, a partir de um texto molecular e esboçado. Desancorados, estes discursos saltitam de grande tema em grande tema, sobre questões de consciência e de princípio, atormentados por uma ideia de autenticidade e ambicionando atingir uma verdade. Mas o verbo e a verve não dão para mais. Cheios de vontade de palpitarem grandes fulgores espirituais ou rasgos intelectuais intensos, sobretudo Modesto Navarro e Manuel Madeira acabam, à uma, com a personalidade dissecada pelas mulheres (Lia Gama e Teresa Mota são especialmente argutas) e, à outra, – o que hoje é particularmente constrangedor – evidenciam as suas gritantes debilidades e insuficiências: para nada têm resposta a não ser uns clichés pouco convictos, mastigam a desilusão sem alternativas, tudo os amarfanha e assumem uma pose rotativamente cínica, sarcástica e irónica, típica dos que se escondem nestas afetações para escamotearem a falta de vigor. Uma geração que se achava perdida e a culpa era “do sistema” – no way out.

 
Em “Meus amigos” as personagens são indestrinçáveis dos atores. São elas: José Vaz Pereira, o quadro de uma grande empresa; António Modesto Navarro: o intelectual desempegado, insinuando militância no Partido (coisa que não se podia dizer abertamente), saído de um casamento frustrante com uma menina rica; Manuel Madeira: o rebelde niilista regressado de Paris. Depois há as femininas: Lia Gama, a tal menina rica; Teresa Mota, a jovem namorada de Navarro e Maria Otília, a pobre coitada que se envolve com Madeira. Na verdade, esta biografia é pouco distinta da dos próprios atores à época (neles, porque nelas vê-se trabalho de atriz) e Modesto Navarro haveria de ser preso no dia 6 de Abril de 1974, por volta da estreia do filme.

 
Estes actores-personagens são deixados ao deus-dará: há gestos e olhares infinitesimais em que parecem estar a acertar as marcações. Nalguns momentos quase descambam no insulto quando se criticam com a aspereza dos virtuosos e com uma irritação aparentemente genuína. Tantas são as vezes que Teresa Mota se queixa de que “vocês não me deixam falar”, que fica a sensação de vermos uma actriz a dar indicações de cena, mais do que uma personagem a intervir num diálogo.

 
Reza a lenda da rodagem do filme que Cunha Telles os espicaçava e se não for verdade é bem achado porque o filme tem um inesperado e suspenso final, à machadada, quando esta confusão atinge o auge. Veja-se, imperdível, aqui

 
A conclusão que é permitido retirar de “Meus amigos” é demasiado dura e insuportável para a sua geração: se dependesse daquela oposição política nunca teria havido 25 de Abril. E isto é difícil.
 
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Praticamente meio século volvido, “Sarilhos de fraldas” e “Meus amigos” têm muito mais em comum do que alguma vez poderiam ter suposto, já que a feroz dialéctica que os opunha é, toda ela, estranha à consciência contemporânea. O tempo não volta para trás, ao contrário do que suplicava António Mourão, por isso não mata esperanças vãs. Ambos se perderam no tempo, desapareceram na memória, tornaram-se invisíveis, que é a pior expiação de um filme, nascido para ser visto. Ambos, também, estão longe de serem primores cinematográficos, cada um com o seu lote particular e específico de defeitos. Mas esta má qualidade é encantadora porque nos revela o que nenhum documentário (essa equívoca forma de ficção) nos pode dar. Na verdade, os objectos ficcionais, que manipulam a dita realidade em função dos seus objectivos diegéticos, acabam por se exporem muito mais às condições do seu tempo de um modo inconsciente. Porque um filme é sempre um conjunto de imagens provenientes de uma realidade que lhe é exterior, que às vezes tenta escamotear, mas que em todo o caso, nunca da realidade se liberta.

 
Assim “Sarilhos de fraldas” e “Meus amigos”: dois filmes prisioneiros da sua época, de um tempo que os infectou e que a memória, se não fossem eles, teria obliterado.
 
José Navarro de Andrade
 

4 comentários:

  1. anónimo ma non troppo24 de abril de 2014 às 11:02

    Caro José Navarro de Andrade,

    Concordo que o regime vigente antes do 25/4 não contribuiu propriamente para um desenvolvimento das diversas actividades que compõem a realidade humana, sejam no campo das artes seja no campo económico. Atenção que mesmo nas democracias ocidentais como Inglaterra ou França ocorreram vitimas das policias desses paises, por motivos politicos, seja com o IRA seja com operações dos serviços secretos franceses com a questão da Argélia etc. Porquanto só a liberdade é que permite esse mesmo desenvolvimento. O grande problema é quando o apetite humano pela liberdade fica subjugado ao moralismo da igualdade, em que há sempre um elite que considera que será ela a impor a igualdade - ou seja o Céu na terra, temos exemplos na Venezuela (com a religião chavez, em Cuba com o eterno santo e salvador Fidel e na Coreia do Norte com o gordo grande lider). Comprando com os regimes políticos que os pcs e companhia sonhavam - e indo até mais longe que do PS ao CDS, que entendiam nos seus programas políticos em 1975 deveríamos ir rumo ao socialismo - aquilo que eles sonhavam era com uma república soviética (e do PS aos CDS era com uma república nordica, até que - salvo o erro o Olaf palm quando vem a Portugal disse que o caminho não era a acabar com os ricos mas sim aumentar o seu numero), e aí bastaria ver os famigerados filmes de banda desenhada dos países de leste apresentados por Vasco Granja, para ver o inferno que teria sido se fossemos rumo aos socialismo real. 100 vezes pior que o estado dormente do estado novo. Além de que a famigerada descolonização “exemplar” contribuiu de forma incrível para morticínios de centenas de milhares de negros naturais das antigas colónias - mortos em guerras civis - para além de centenas de milhares de portugueses retornados terem ficado sem nada. E ainda estivemos, e estamos, a pagar por nacionalizações do prec, que deram cabo do tecido industrial e financeiro do país, que serviram para colocar nos altos cargos figurões dos principais partidos do bloco central e que serviram os interesses das corporações, nomeadamente dos grandes escritórios de advogados que ganharam quer com as nacionalizações quer com as privatizações.

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  2. "formando o casalinho de sonho"

    Ai o cinema são só ilusões.
    É curioso que um dos filmes que vi mal cheguei a Portugal (empurrado de Moçambique) foi "Brandos Costumes" o qual nunca vi referido em lado nenhum.

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  3. Posso dizer? O cinema português sempre foi e continua a ser... muito mau. Oliveira incluído, obviamente. É que nem uma porra de um argumento sabem esgalhar.

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