Julie Machado |
A Luísa é
prima e muito, muito amiga, e até colabora de vez em quando no Malomil. Mas
isto é só disclaimer e
declaração de interesses, porque quero falar é da Luísa Costa Gomes, uma das
melhores escritoras portuguesas da actualidade.
Não é essa,
temos pena, a opinião de Julie Machado, que se apresenta no Observador como
«luso-americana, vive em Lisboa com o marido e quatro filhos. Tem um mestrado
em Teologia».
Julie Machado questiona uma peça da Luísa chamada
«Vanessa Vai à Luta» e tem todo o direito de questionar o que quiser. E também
tem todo o direito de questionar a «qualidade literária e cultural» dessa peça,
que, na sua opinião, «poderiam ser melhores» (sic).
O que Julie
Machado não pode, ou antes não deve, é questionar a qualidade literária de uma
obra e, coitadita, escrever colocando vírgulas entre o sujeito e o predicado
de uma frase: «eu que escolho por livre opção, ficar
em casa (…)».
E não pode,
ai isso não podes, Julie, tu isso não podes mesmo, escrever: «devia de fazer
um tiroteio aos seus clientes».
Deixemos o
«fazer um tiroteio» de lado, adiante. O problema, claro, é o devia de. O devia de,
ouvido na rua, é sempre coisa que causa um estertorzinho auricular e um arrepio gélido na espinha, na espinha da alma. Então lido, plamor de Deus, que clamor
indecoroso, que frémito impudico! Devia de fazer,
Julie? Devia de?
A Srª. Julie Machado devia de fazer um
curso básico de língua portuguesa antes de se pôr a opinar sobre a qualidade
literária (!) do que os outros escrevem, já que, bem ou mal, escrevem sem
erros grosseiros ou calinadas de palmatória. E o Observador, como
é óbvio, devia
ter vergonha de publicar textos assim, mas enfim.
António Araújo
Quanto à vírgula, não vejo razões para tanto alarido - acontece. Já no que concerne ao 'devias de', a música é outra...
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