As muitas noites são as de
profissionais de saúde, de cuidadores e cuidadoras nos hospitais ou em casa,
invisíveis, a fazer o que podem e o que não podem. A fadiga e a desolação podem
ser imensas e poderão sê-lo ainda, não sabemos quanto, nem por quanto tempo.
Não é de gestos assim o que mais
precisam, isso já sabemos. Mas há pérolas frívolas que sempre souberam trazer
algum conforto à alma de outrem.
Os três noturnos somados rebentam hoje
com o limite autocontratado de 5 minutos. O contrato, porém, foi à peça/dia – e
dia, vamos dizer, é diurno. Já as noites em questão são longas, e muitas.
A primeira pérola é o Noturno nº 4, de Gabriel Fauré, por um dos irmãos Jussen ao piano.
A segunda veio de Alexandre Borodine, ele
próprio médico e investigador, além de compositor: o Noturno do Quarteto de Cordas
nº 2, pelo Dover Quartet.
Por fim, o Noturno nº 1, de Frédéric Chopin, por Maria João Pires.
Manuela Ivone Cunha
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