Chhhhh. Hush
perlimpinchin.
O
prometido é devido: clássicos-tradicionais no menu de hoje. A Estrela d’Alva,
de Zeca Afonso, é hors concours, joga na ementa extraordinária.
O
concurso não é o do cancioneiro, e isto de clássico-tradicional tem muito que
se lhe diga. Aqui, não vou dizer nada. De momento, eis o que se me atravessa à
frente, num sortido de três:
1) Perlimpinchim,
resgatada de viés ao cancioneiro português, com tempero mirandês, por Né
Ladeiras, na voz que é só dela e como só ela sabe.
2)
Tradicional-tradicional de outras paragens: Hush Little Baby. Aqui
oferece-me dizer o seguinte. Para dormir, os infantes têm antes de mais de sossegar.
Os truques para os levar a isso são infinitos, como infinitas são as
interpretações de uma cantiga assim, que recorre sem pejo ao suborno. Tudo vai
do jeito e do feitio dos intervenientes.
Há as
nhã-nhã, de que esta
é um exemplo cabal. Não duvido da eficácia, acredito até que ponha um eucalipto
a dormir em pé, e de caminho seque o bébé e a água do banho. Ao método
liofilização, pessoalmente prefiro o da distração, como a manobra de diversão
muito bem conseguida (em baixo) por Yo-Yo Ma e Bobby McFerrin. Pode não ser tão
rápido e soporífero, mas é investimento com retorno seguro a longo prazo. Outro
ao mesmo nível, em variante mais calma e embalante, é o proposto por Nina Simone.
3)
Por fim, um do mais célebres “hush little baby” de sempre: o desse clássico mil
vezes glosado que é Summertime, composto pelos irmãos Gershwin para a
ópera Porgy and Bess. Cantam, e oh como cantam, Ella Fitzgerald e Louis
Armstrong.
1.
2.
3.
Manuela
Ivone Cunha
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