Duarte Belo, um dos nossos grandes fotógrafos
contemporâneos, tem-se dedicado, como poucos, a fazer um levantamento
sistemático da terra portuguesa.
Registos de um país em extinção, catalogados num site que é, como me dizia o meu amigo António Ramalho, um autêntico
serviço público:
Enquanto isso, em Espanha apareceu um projecto diametralmente oposto (pelo menos, na aparência). Encontra-se na linha
da paixão por ruínas que marca os trabalhos de um Manuel Mozos ou de um Gastão de
Brito e Silva. A base de dados Cadáveres Inmobiliarios recolhe os despojos da euforia da construção civil, a ressaca
do ladrillo; prédios inacabados, mastodontes
moribundos, projectos urbanísticos por concluir. Talvez a obra de
Duarte Belo e os cadáveres imobiliários espanhóis não sejam tão distantes como
julgamos. No fundo, duas faces da mesma moeda.
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