domingo, 22 de novembro de 2015

Dois países, um sistema.

 
 




         Duarte Belo, um dos nossos grandes fotógrafos contemporâneos, tem-se dedicado, como poucos, a fazer um levantamento sistemático da terra portuguesa. Registos de um país em extinção, catalogados num site que é, como me dizia o meu amigo António Ramalho, um autêntico serviço público:

         Enquanto isso, em Espanha apareceu um projecto diametralmente oposto (pelo menos, na aparência). Encontra-se na linha da paixão por ruínas que marca os trabalhos de um Manuel Mozos ou de um Gastão de Brito e Silva. A base de dados Cadáveres Inmobiliarios recolhe os despojos da euforia da construção civil, a ressaca do ladrillo; prédios inacabados, mastodontes moribundos, projectos urbanísticos por concluir. Talvez a obra de Duarte Belo e os cadáveres imobiliários espanhóis não sejam tão distantes como julgamos. No fundo, duas faces da mesma moeda.



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