sábado, 21 de novembro de 2015

We Are The Not Dead.

 
 
Soldado Chris Macgregor, 24 anos
 
Cabo Sean Tennant, 29 anos
 
Soldado Ben Frater, 21 anos
 
Cabo Steven Gibson, 29 anos
 
2º tenente Struan Cunningham, 24 anos
 
Soldado Fraiser Pairman, 21 anos
 
Cabo Martyn Rankin, 23 anos
 
2º tenente Adam Petzsch, 25 anos
 
Soldado Jo Yavala, 28 anos
 
Cabo David McLean, 27 anos
 
Soldado Sean Patterson, 19 anos
 
Soldado Steven Anderson, 31 anos
 
Sargento Alexander McBroom, 24 anos
 
Soldado Matthew Hodgson, 18 anos


 
Já falei aqui de Bedrooms of the Fallen, um projecto do fotógrafo australiano Ashley Gilbertson, que mostra os quartos de dormir, na casa de seus pais, de soldados caídos no Iraque e no Afeganistão. Neste domínio, além da obra – de toda a obra – de Taryn Simon, o trabalho mais notável é o de Suzanne Opton: close-ups dos rostos inexpressivos de soldados americanos regressados do Iraque.
Numa linha não muito distante, Lalage Snow (e aqui), que trabalha actualmente em Cabul, fotografou, ao longo de oito meses, rostos de militares colocados no Afeganistão. Snow acompanhou missões militares durante quatro anos, no Iraque e no Afeganistão. Os seus trípticos mostram a evolução dos rostos de militares, os não-mortos, mas nada mais do que isso. Não se espere daqui (ao contrário do que parece ser, em parte, a intenção da autora) extrair ilações sobre a degradação física ou psicológica dos soldados. Este é um caso em que a imagem não alcança a realidade total, em que a fotografia não atinge aquilo que só as palavras dizem. Por isso, o trabalho de Snow teve de ser complementado por entrevistas aos retratados.
 
Note-se, por outro lado, que o propósito da autora não é anti-belicista ou condenatório da presença militar britânica no Afeganistão. Pelo menos, não parece ser esse o seu intuito, explícito ou implícito. Lalage Snow quis, isso sim, dar rosto e voz aos «brave young men and women» (sic) que se encontram no terreno, a lutar, assistindo à morte dos seus camaradas de armas. Portanto, nada de juízos precipitados, num sentido ou noutro. O que está em causa é sério demais para manipulações e aproveitamentos políticos. O que está em causa é a vida destes homens, aqui retratados. A vida deles e a nossa, nunca o esqueçamos. Estes são os que não morreram – por enquanto. Exactamente como nós – por enquanto.
 
 
António Araújo
 





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