Intercomunicador de tipo clássico, modelo «Alô, Herberto? Aqui valter»
Do lado de lá, um deus com minúscula
Do lado de cá, um pequeno palhacito
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Teve um poema em que
dialogava com Herberto Helder. É um deus?
É verdade... O Herberto
Helder foi para mim das figuras mais iluminantes do mundo e vivi com a
ansiedade de o poder conhecer. Mas o Herberto não era acolhedor. Cheguei a
falar com ele por telefone umas duas vezes e até lhe bati à porta - teria uns
26 anos -, e falámos pelo interfone. Não abriu a porta nem me quis receber.
Disse que só queria apertar-lhe a mão e ter o privilégio de olhar a cara dele
uma única vez; recusou e disse que não desceria nem abriria a porta. Depois
disso, disseram-me que estava sempre num café, mas achei que não me competia
aproximar mais dele. Foi o que fiz, deixei-me estar. Magoou-me e vai magoar-me
a vida toda o facto de ele não ter tido normalidade suficiente para me
cumprimentar, mesmo que continue a ser uma personagem divina no meu universo.
Valter
Hugo Mãe, entrevista ao Diário de Notícias, aqui
«Magoou-me e vai magoar-me a vida toda o facto de ele não ter tido normalidade suficiente para me cumprimentar»
ResponderEliminarquão imbecil pode ser um estereótipo?