Uma conferência económica reunida em Paris prometeu em 2018, 10 mil
milhões de dólares ao Líbano. Mas exigiu reformas. Existe uma ampla compreensão
internacional pelas dificuldades do país, tendo em conta que recebeu cerca de
um milhão e meio de refugiados. Mas o Líbano tem de lutar contra a corrupção e
combater a evasão fiscal.
Com efeito, a situação económica é muito preocupante. O desemprego atinge
os 20%, 37% no que se refere aos jovens. A taxa de crescimento foi de apenas
0,2% em 2018 e vai agravar-se certamente. A dívida pública atinge 150% do
PIB e o défice das contas públicas é de 11,5% do PIB.
O Líbano precisa de uma reforma da justiça, uma reestruturação radical do
sistema fiscal que hoje se caracteriza por ser regressivo.
Precisa também de uma profunda renovação das infra-estruturas. Em especial
a electricidade. O comum libanês paga duas contas de electricidade. A da
companhia de electricidade e a do aluguer do gerador. A máfia dos geradores é
continuamente referida nas conversas.
A necessidade do fortalecimento da economia produtiva é bem demonstrada
pelo facto de as importações libanesas serem de 20 mil Milhões de dólares,
enquanto as exportações são de apenas 3.
A economia vive das transferências da comunidade libanesa dispersa pelo
Mundo. Essas transferências atingem 1500 dólares per capita.
Tudo isto não deixa de criar um problema político muito difícil: as
primeiras medidas a ser tomadas por um governo revolucionário serão
provavelmente medidas de sacrifício.
Fotografias
de Beirute de 13 de Novembro de 2019
José
Liberato
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