domingo, 19 de janeiro de 2014

Krokodil.

 
 
 
 
Dimitry Baltermants
Dor
Crimeia, 1942
 
 
No passado dia 23 de Agosto, Vladimir Putin deslocou-se a Volgogrado para participar nas cerimónias do 71º aniversário do início da batalha que ficará para a História com o antigo nome daquela cidade, Estalinegrado.
         Putin foi a Volgogrado inaugurar uma estátua, a Fonte de Barmaley. Melhor dizendo, a réplica de uma estátua famosa, que deve a sua fama sobretudo por ter sido objecto de uma imagem mais famosa ainda, da autoria do fotógrafo Emmanuil Evzerikhin (1911-1984). Ícone da bravura russa, a fotografia foi tirada em 1942, durante a Batalha de Estalinegrado, mostrando a estátua – ou, se preferirmos, a fonte – no meio dos escombros e do fumo dos canhões de guerra.   
 
Emmanuil Evzerikhin
Estalinegrado
1942
 
         Nesse mesmo dia 23 de Agosto de 2013, às 4 horas e 18 minutos da manhã, a hora exacta em que o exército alemão começou a bombardear a cidade, foi inaugurada uma outra réplica da estátua, a uma escala mais reduzida, junto ao museu «A Batalha de Estalinegrado».
 
 
 

 
 
 
         Este vídeo da chegada de Putin mostra que este tinha a esperá-lo, junto à viatura oficial, uma personagem com uma aparência estranha, sobretudo naquele enquadramento formal e solene. O rígido Vladimir Putin junto a um sujeito de andar gingão, numa armadura de cabedal e com trejeitos de marginal. O homem aguarda o Presidente da Rússia, acompanha-o até à tribuna das altas entidades, fica sentado ao seu lado, em posição de destaque. Não se trata de um antigo combatente de Estalinegrado ou de um seu familiar, daqueles octogenários russos que aparecem nas cerimónias militares com o peito cravejado de medalhas. Quem acompanha Putin tem o corpo cravejado, mas de tatuagens. Um ar algo marcial, por certo, mas não o de um antigo combatente. Não era, certamente, o presidente da câmara de Volgogrado. A perplexidade sobre a sua aparência e a sua presença naquela cerimónia tão circunspecta e histórica levaram-me a procurar saber quem era o anfitrião do Presidente da Rússia, num acto público de grande simbolismo, que pode ser visto aqui. O inflamado discurso patriótico de Putin encontra-se disponível, em tradução inglesa, na página oficial do Presidente da Rússia (http://eng.kremlin.ru/news/5872). E o vídeo:


 

 
 
 
 
 

 

 
 
            Alexander Zaldostanov, com a alcunha «O Cirurgião», terá hoje 50 ou 51 anos e é o líder supremo e incontestado dos ferozes Lobos da Noite (Nochniye Volki), o mais importante clube de motoqueiros da nova Rússia. «O Cirurgião» é o mais famoso motard da Rússia, que deve o seu nome de guerra ao facto de, num passado de que não gosta de falar, ter sido médico. Trabalhava numa clínica dentária e, nessa qualidade, coleccionava colares feitos de dentes humanos, que depois, já famoso, ofereceu a Yegor Zaitsev, dono de uma agência de modelos e costureiro dos oligarcas, que ainda há pouco apresentou a sua colecção na Mercedes Benz Fashion Week Russia. Yegor é filho do famoso Slava Zaitsev, grande nome da costura russa, um pouco maltratado nos tempos soviéticos. Nas festas rijas dos Lobos da Noite, que metem leitão assado, rock da pesada e pirotecnia (não perder esta galeria), até aparece a bailarina clássica e semideusa Anastasia Volochkova, que foi despedida e reintegrada no Bolshoi após um controverso processo, judicial e extrajudicial.
 



 

Com a bailarina e actriz Anastasia Volochkova

Yegor Zaitsev


A dada altura, «O Cirurgião» trocou a medicina dentária pelos grupos motards, e foi isso que lhe deu acesso à intimidade do Kremlin. O clube Lobos da Noite tem várias organizações-satélite, como os Lobos-Engenheiros, que recriam e reparam motos, e produz uma linha de roupa, Wolf Wear. A história do clube, rica e abundante, pode ser consultada na sua página oficial. Há regras estritas para pertencer ao grupo, sendo terminantemente proibido beber quando se conduz. Tem ainda de se obedecer a um «Código dos Cavaleiros», cujas regras parecem ser inacessíveis aos não-iniciados.
 

 
 
 
 
 
        «O Cirurgião» foi o grande promotor da iniciativa de reconstruir a fonte (em réplica do escultor moscovita Alexander Burganov), como explica aqui a página oficial do Kremlin. Mas a razão da sua presença ali é outra, mais funda. Vladimir Putin é – literalmente –  um compagnon de route dos Lobos da Noite, e já acompanhou o grupo em vários dos seus ruidosos périplos. Em 2010, por exemplo, conduziu uma potente Harley Davidson num show nocturno realizado em Sebastopol, na Ucrânia. Putin tem aparecido junto dos membros dos Lobos da Noite, até de dia, à luz do sol e à vista de todos. Aliás, a ligação aos Lobos da Noite data dos tempos em que foi Primeiro-Ministro. Nessa qualidade, visitou a sede do clube, em 2009. Alguns, como o correspondente do Telegraph em Moscovo, prognosticaram que a ligação entre Putin e os motards iria sofrer um forte abalo, ou talvez mesmo romper-se para sempre, quando, em finais de 2012, os Lobos da Noite se envolveram numa sangrenta luta com um grupo rival, o Tri Dorogi (à letra, Três Estradas). O líder dos Lobos da Noite é um indefectível apoiante de Vladimir Putin, que saúda efusivamente o seu trabalho patriótico de «regresso à grandeza da Rússia». Ao que parece, os membros do Três Estradas, grupo que resultou de uma dissidência dos Lobos da Noite, não alinham com a política de apoio incondicional a Putin. Na versão dos Lobos da Noite, estes ter-se-iam deslocado à sede do Três Estradas, em Zelenogrado, nos arredores de Moscovo, para os convidarem para uma confraternização. Zelenogrado é uma terra curiosa: há lá um condutor de pesados – Alexei Volkov, «O Justiceiro» – que pune as infracções rodoviárias com as suas próprias mãos, fazendo com que os prevaricadores embatam no seu autocarro; depois, filma tudo, juntando uma colecção com mais de cem acidentes de trânsito (aqui).
 
 
 

 
 
 
 

 
 
Apesar da alegada bondade das intenções dos Lobos da Noite, estes foram recebidos em Zelenogrado com insultos – e aos tiros. Ripostaram. Da refrega resultou um morto, membro dos Lobos, e vários feridos. Tudo isto ocorreu em finais de 2012. As câmaras de videovigilância do Três Estradas captaram os confrontos (aqui). Temeu-se que daqui resultasse uma guerra aberta entre os gangs de motoqueiros de Moscovo, de consequências imprevisíveis, dado o poder de fogo de cada um dos grupos rivais (ver o comentário do The Moscow News, aqui). 
Ora, quando muitos julgavam que Putin se iria afastar dos Lobos da Noite e das lutas motoqueiras, verificou-se o inverso. Em Março de 2013, Putin e Zaldostanov encontraram-se na Sociedade de História Militar de Moscovo e, num gesto muito significativo, o Presidente da Rússia condecorou o líder dos Lobos da Noite (aqui). «O Cirurgião» (ou, se preferimos, o Khirurg) é uma figura imponente e proeminente, que se avista com Cirilo I, o Patriarca de Moscovo e de Toda a Rússia, Primaz da Igreja Ortodoxa Russa. Todos se lembram quando Cirilo apareceu numa fotografia tendo a pulso um exuberante relógio de luxo, rapidamente apagado das imagens oficiais. Os Lobos da Noite, além de trabalho caritativo, são grandes apoiantes do Patriarca Cirilo I: quando algumas atitudes deste começaram a ser contestadas, os Lobos organizaram um impressionante cortejo em sua homenagem.  
 

A condecoração do «Cirurgião»


«O Cirurgião» com o Patriarca Cirilo I
 
O Patriarca Cirilo, com  e sem relógio Breguet, aqui
 
 

 
Meses depois de ser condecorado, «O Cirurgião» receberia Putin em Volgogrado, assumindo lugar de destaque nas comemorações do 71º aniversário da Batalha de Estalinegrado.
 
O combate do 70º Aniversário da Batalha de Estalinegrado, 2012
 


      
200.000 pessoas, recorde absoluto
 
 
Vladimir Hrunov
 

 
No ano anterior, por ocasião do 70º aniversário da Batalha, «O Cirurgião», juntamente com o empresário de boxe Vladimir Hrunov, organizou um torneio de pugilismo em Volgogrado (imagens aqui). Combate entre Dmitry Chudinov e o negro Jorge Navarro. Chudinov esmagou Navarro ao 2º round, por K.O. O nome artístico de Chudinov? Lobo da Noite, pois claro… Mais importante do que isso, a luta a soco teve uma assistência de 200.000 pessoas. Em toda a história do boxe, foi o combate que teve maior número de espectadores ao vivo. O recorde pertencia a uma refrega na Cidade do México, em 1993, quando mais de 136.000 pessoas se juntaram no famoso Azteca Stadium para assistir à luta entre a lenda mexicana do pugilismo, Julio Cesar Chavez, e Greg Haugen. O combate de Volgogrado teve 200 mil espectadores. Se quisermos ir pelas estatísticas fora, 200 mil pessoas é metade do número estimado de baixas civis nos bombardeamentos da Batalha de Estalinegrado. Na verdade, calcula-se que 400 mil civis terão morrido devido aos combates entre as tropas nazis e os exércitos vermelhos. Sete décadas depois, 200 mil pessoas assistiriam a um combate entre dois homens, organizado por outros dois homens, um bem-sucedido empresário de boxe e um incontestado líder de um grupo motard. Foi justamente nesta ocasião, a do 70º aniversário da Batalha de Estalinegrado, que surgiu outra polémica, que não é lateral ou alheia a tudo o que aqui vimos contando: em várias cidades russas, muitos autocarros públicos foram pintados com a imagem de Estaline, ficando conhecidos por Stalinobus (aqui).  
 
Um Stalinobus
 
         Com tanta violência, e as crianças, senhores? Estão lá, formando um círculo, indiferentes ao crocodilo de fauces abertas que se estende a seus pés. Foram um círculo, cantando. Não de giz, mas bastante caucasiano, o círculo, Khorovod, é uma forma de arte popular, misto de dança e de canto coral. Algo parecido com as rodas do Portugal antigo, mas em formato eslavo. A estátua foi erigida em 1939 e permaneceu intacta durante toda a guerra. Enquanto à sua volta tudo ruía em ondas de choque e pavor, as crianças pétreas permaneceram firmes e felizes na roda do Khorovod. Chamam-lhe mesmo «Khorovod das Crianças», e a fonte foi restaurada em 1945. Ainda por lá se fizeram uns festivais de celebração da vitória sobre os nazis, mas, na década de cinquenta, tiraram-na dali, sem que se saiba porquê. Mistérios insondáveis. Foi imortalizada por uma fotografia de Evzerikhin, que se celebrizou ao serviço da propaganda de guerra soviética, com presença nos combates de Estalinegrado e na libertação de Minsk, Varsóvia e de Königsberg, rebaptizada Kaliningrado.
 
Khorovod
 
 
 
 
 


 

 



A réplica, junto ao Museu da Batalha de Estalinegrado

        


As crianças e o crocodilo evocam um poema de 1925 de um dos principais autores russos de literatura infantil, Korney Chukovsky (1882-1969):
         Criancinhas!
         Por nada deste mundo
Não vão à África
Não vão à África sequer em passeio!
Em África, há tubarões
Em África, há gorilas
Em África, existem grandes e malvados crocodilos
Que irão morder-vos,
Que irão agarrar-vos e magoar-vos.
Crianças, não vão
passear à África.
Em África há um ladrão,
Em África há um vilão,
Em África está o terrível
Bar-ma-ley!
Anda por África,
e come crianças,
O repugnante, o impiedoso, o cobiçoso Barmaley!
 
Barmaley é o mau da fita, o pirata ávido de riquezas, que apareceu pela primeira vez num dos livros mais populares de Chukovsky, Krokodil, de 1916. Tornou-se uma personagem lendária do imaginário russo, infantil e não só, sobre a qual existem dezenas de recriações, adaptações em filmes de animação, muita e muita coisa. O contraponto simpático de Barmaley é o bondoso Doutor Aybolit, inspirado num médico e activista social e político, o judeu Zemach Shabad, nascido e morrido em Vilnius, entre 1864 e 1935. Que seria do mundo sem a Wikipedia?




Barmaley
 
 
No conto de Chukovsky, onde se insere o poema acabado de assassinar numa tradução literal e empastelada, a história era assim: enquanto estava a ser queimado vivo pelo sinistro Barmaley, o Doutor Aybolit pediu a um crocodilo, que ali entrara em cena pela mão de um gorila, que devorasse o pirata, para que este nunca mais fizesse mal às crianças. O crocodilo engole o corsário mau-carácter mas acaba por libertá-lo, creio que pela boca, contra a promessa de as crianças nunca mais serem alvo dos maus-tratos de Barmaley e outras piratarias.




 



A fonte é mais famosa do que a história. Mas foi a fotografia que deu fama à fonte. Tem servido para tudo: na cinematografia soviética que mostrava a Batalha de Estalinegrado, a Fonte das Crianças aparecia sempre (ver aqui) e vai aparecer, ou já apareceu, num novo filme russo, Estalinegrado, cuja estreia estava anunciada para o ano passado (aqui). Na Laranja Mecânica de Stanley Kubrick, a fotografia de Evzerikhin foi uma das imagens que, no quadro da «terapia da aversão», obrigaram o cruel Alex a ver, de eyes wide open. Muita adulterada, com crianças a mais, a Fonte aparece ainda no filme Enemy at the Gates, de 2001, em que Jean-Jacques Annaud colocou Joseph Fiennes, Jude Law, Bob Hoskins e outros artistas famosos na frente de Estalinegrado. O bonitaço Jude Law encarna o lendário Vasili Zaytsev, um sniper de Estalinegrado que, segundo se diz, abateu, só à sua conta, 225 soldados do Eixo (em 2006, fizeram-lhe uma grande homenagem). Enemy at the Gates baseia-se num livro com o mesmo nome, uma investigação histórica da autoria de William Craig, saída no ano de 1973, cuja capa mostra precisamente a Fonte de Barmaley.

 
 
 
 

 
A Fonte surge noutra película, V for Vendetta (2006), um thriller futurista com Natalie Portman, passado numa Londres distópica. E, claro está, a Fonte das Crianças transitou para o mundo dos videojogos, surgindo no Company of Heroes 2, lançado no passado mês de Junho (trailer aqui). Mas, como entro em território que para mim é sânscrito e estou a jogar sem grande apoio da Wikipedia, se calhar o que digo é disparate. Falando em disparate, dizem que há um videojogo que coloca a Fonte de Barmaley na Praça Vermelha, em Moscovo… Segundo parece, é o Call of Duty 2, mas não juro (ver aqui). Além de filmes e videojogos, a Fonte das Crianças aparece nas habituais reconstruções em Playmobil e nas mãos de escultores contemporâneos como Alessandro La Rocca (o que não deixa de ser curioso, pois não consegui saber quem era o autor da fonte original, a de 1939).


Filme de propaganda soviética, aqui
 
Enemy at the Gates
 
Cenário para um novo filme russo sobre Estalinegrado (aqui)
 
 
Call of Duty 2
 
Call of Duty 2
 
   

   
Trabalho de Alessandro La Roca, aqui



      
O círculo nem sempre tem crianças felizes a cantar à roda. O Khorovod da História, às vezes, adquire contornos trágicos. A Leste, o trágico repete-se ciclicamente  – muitas vezes, vezes demais. Há poucos dias, a 29 e a 30 de Dezembro, ocorreram dois atentados suicidas em Volgogrado. No balanço final, 34 mortes. Um dos atentados, crê-se que de inspiração islâmica radical, teve lugar no átrio da principal estação de comboios da cidade, Volgogrado-1. Ao início, julgava-se que teria sido perpetrado uma mulher-suicida, Oksana Aslanova, uma shahdika ou «Viúva Negra». Agora, já não há tantas certezas.
 
 
Oksana Aslanova

O cadáver de Oksana
 
  

O momento da explosão



Escombros
 
 

No entanto, e é aqui que queria chegar depois destas voltas todas, o atentado ocorreu no preciso lugar em que Putin estivera no mês de Agosto, na companhia do líder dos Lobos da Noite. De novo, em 2013 como em 1942, as Crianças da Roda assistiram à morte e à destruição em seu redor, mantendo-se impassíveis e tranquilas. Uma circularidade feliz. Krokodil, krokodil, quem protegerás tu?
 
 
António Araújo 
 
   
 

9 comentários:

  1. São já muitas as interessantes e, por vezes, extraordinárias, histórias que aqui nos traz. Mas que não deixam de surpreender!! Pelo insólito, bizarro, histriónico, compassivo, angustiante e pela impressividade e extraordinário detalhe da sua pena!!!
    Um bem haja,

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  2. Estou rendido e curioso por próximos encontros, aqui. Excelente trabalho. Muito obrigado

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  3. Fantástico texto, abençoada Wikipédia :) onde só quem sabe o que procura é que encontra

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  4. Obrigado a todos. É, de facto, uma história curiosa, não acham?
    Cordialmente,
    António Araújo
    P.S. - se me permitem, um agradecimento especial à Suzana.

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  5. E quando pensava que a fasquia já tinha sido atingida.. genial

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  6. É sempre um gosto ler este blog

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  7. No melhor malomil cai a nódoa... Ó homem, se tivesse pesquisado bem (e usado a memória) saberia que este (http://2.bp.blogspot.com/-eUQIfxhPoys/Utv_9ZtveQI/AAAAAAAAh3o/3u0ZOD-USiM/s1600/0_10ce81_972774a9_L.jpg) não é o "Zaldostanov, na fase pré-motoqueira" coisíssima nenhuma: é o actor Peter Green, que entrou no "Pulp Fiction", entre outros.

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  8. Obrigado, vou já fazer a correcção!
    Cordialmente,
    António Araújo

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