«− (…) não acredito que fique
indiferente ao facto de muita gente achar que o Guilty é uma casa de
prostituição.
Vou
explicar porquê. Eu não posso esconder que tenho uma fama de mulherengo. Qualquer
homem com dinheiro, que não se droga e que não bebe, tem de ter um vício. Eu
gosto de mulheres bonitas. Não é nenhum segredo. Já me separei várias vezes por
outras mulheres. Acontece. É o único problema que tenho. Que graças a Deus não
é nenhum problema! Podem falar que aquilo tem miúdas que fazem isto e aquilo.
Mas nunca assisti. Em qualquer sítio que venda copos à noite há sempre umas
miúdas mais oferecidas e há sempre droga. Vamos deixar de ser hipócritas: de
facto eu pago presenças às miúdas. Não vou mentir.
− Presenças é uma coisa,
prostituição é outra.
Dentro
do meu restaurante, quando sei que alguma miúda faz uma proposta, já não é
nossa Oliviette. Sim, porque é verdade que existem as Oliviettes. Isto faz-se
em todo o lado da Europa, mas mais uma vez fui o pioneiro em Portugal. Fui o
pioneiro a trazer miúdas e a pagar-lhes para fazerem presenças. Agora fazem
todos igual. Se for ao Main tem miúdas giras, Se calhar, se fizer o seu trabalho
de casa, também elas se vendem. E não
é por causa disso que se diz que o Main é só putas. Porquê? Porque, como o
Guilty é mais pequenino, se eu tenho 20 miúdas, automaticamente para o
português aquilo é uma casa de putas. O Guilty é a noite mais gira de Lisboa
para um homem solteiro ou até casado que se queira divertir – em vez de ir para
o Elefante Branco, que é mesmo de putas. Ali não são putas, são miúdas. E ou
ele tem jeito ou não tem, mas isso já é problema dele.»
(Olivier Costa,
cozinheiro, Sol/Tabu, de 8-5-2014)
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