«− Actualmente os principais
clientes do Guilty são angolanos?
Não
posso negar que o angolano é uma super ajuda ao grupo Olivier. Os angolanos e os
brasileiros são quem mete óleo nos motores. E quem disser o contrário na
restauração de luxo está completamente enganado. Quem disser que não precisa
nem gosta dos angolanos está a ser hipócrita. Acho inacreditável o que estão a fazer
aos angolanos.
− Por que diz isso?
É
a perseguição, o racismo, as perguntas: “De onde é que veio o dinheiro?”. E
eles estão a desaparecer.
− Não é legítimo perguntar? Ou
quando se tem um negócio o importante é facturar e não interessa de onde vem o
dinheiro?
Acho
que os angolanos não são a al-Qaeda ou o Estado Islâmico. Não matam ninguém. Em
Angola, o Presidente não manda matar pessoas. É um país democrático e aquilo
vai funcionando. O dinheiro vem do petróleo, se declaram ou não, não é nosso
problema. São esquemas deles lá. Queremos é que venham cá gastar. Eles são o
motor da economia de luxo em Portugal.
− Para alguém que tem uma fatia tão
grande de clientes angolanos e um parceiro angolano, o General Kopelipa…
Está
enganada, não tenho um parceiro angolano.
− Mas em tempos teve.
Não
posso falar sobre isso.
− Mas tem sócios?
Tenho
um sócio, mas não é angolano. Quer dizer, não é bem sócio, é um padrinho.
− É português?
Não
posso dizer.
− Nunca dá a cara?
Não
precisa. Não vive cá.»
(Olivier
Costa, cozinheiro, Sol/Tabu, de
8-5-2014)
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