segunda-feira, 11 de maio de 2015

De profundis.

 
 
 
 
«− Actualmente os principais clientes do Guilty são angolanos?
Não posso negar que o angolano é uma super ajuda ao grupo Olivier. Os angolanos e os brasileiros são quem mete óleo nos motores. E quem disser o contrário na restauração de luxo está completamente enganado. Quem disser que não precisa nem gosta dos angolanos está a ser hipócrita. Acho inacreditável o que estão a fazer aos angolanos.
− Por que diz isso?
É a perseguição, o racismo, as perguntas: “De onde é que veio o dinheiro?”. E eles estão a desaparecer.
− Não é legítimo perguntar? Ou quando se tem um negócio o importante é facturar e não interessa de onde vem o dinheiro?
Acho que os angolanos não são a al-Qaeda ou o Estado Islâmico. Não matam ninguém. Em Angola, o Presidente não manda matar pessoas. É um país democrático e aquilo vai funcionando. O dinheiro vem do petróleo, se declaram ou não, não é nosso problema. São esquemas deles lá. Queremos é que venham cá gastar. Eles são o motor da economia de luxo em Portugal.
− Para alguém que tem uma fatia tão grande de clientes angolanos e um parceiro angolano, o General Kopelipa…
Está enganada, não tenho um parceiro angolano.
− Mas em tempos teve.
Não posso falar sobre isso.
− Mas tem sócios?
Tenho um sócio, mas não é angolano. Quer dizer, não é bem sócio, é um padrinho.
− É português?
Não posso dizer.
− Nunca dá a cara?
Não precisa. Não vive cá.»

 
 
(Olivier Costa, cozinheiro, Sol/Tabu, de 8-5-2014)

 

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