Matthias Grünewald, Retábulo de Issenheim, 1512-1516 (pormenor)
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A
Declaração de Culpa de Estugarda (Stuttgarter
Schuldbekenntnis) constitui um documento histórico cuja importância não
carece ser sublinhada.
Emitida
em 19 de Outubro de 1945 pela Igreja Evangélica da Alemanha, a Declaração reconhece
a culpa e os erros cometidos no combate ao III Reich. Tendo sido, em larga
medida, obra do pastor Martin Niemöller, o texto ainda hoje é criticado pelas
correntes revisionistas do passado nazi (por exemplo, aqui). Segundo se crê, nunca foi publicado em
língua portuguesa:
O
Conselho da Igreja Protestante da Alemanha dá as boas-vindas aos representantes
do Conselho Mundial das Igrejas no seu encontro em Estugarda, em 18-19 de
Outubro de 1945.
Estamos profundamente gratos por esta visita,
pois sabemos que, em conjunto com o nosso povo, partilhamos uma grande comunidade
de sofrimento mas também uma grande solidariedade de culpa.
Com grande pesar, dizemo-lo: através de
nós, um mal infindo foi causado a vários povos e a vários países. Aquilo que, por
diversas vezes, já testemunhámos às nossas comunidades, afirmamo-lo agora em nome de
toda a Igreja. Durante anos, em nome de Jesus Cristo, combatemos o espírito que
teve uma horrível expressão no regime tirânico do nacional-socialismo. Porém,
culpamo-nos por não termos defendido as nossas convicções de forma mais
corajosa, por não termos rezado de forma mais fervorosa, por não termos acreditado com mais
alegria, por não termos amado com mais ardor.
Agora, um novo começo terá de ser feito
nas nossas igrejas. Com base nas Sagradas Escrituras, e dirigindo-nos apenas ao
Senhor, elas começam a expurgar do seu seio as influências estranhas à fé e a
reorganizar-se. Temos esperança que o Deus da graça e da misericórdia utilize
as nossas igrejas como Seus instrumentos e lhes confira autoridade para proclamarem
a Sua palavra e para que, em obediência à Sua vontade, trabalhem criativamente no seu
seio e entre todo o nosso povo.
O facto de, neste novo começo, nos
sentirmos sinceramente ligados às outras igrejas da comunidade ecuménica
enche-nos de alegria.
Pedimos a Deus que, através do serviço
comum das igrejas, o espírito da violência e da vingança, que actualmente se
mostra poderoso, seja dominado em todo o mundo, e que prepondere o espírito da
paz e do amor, pois só nele a humanidade torturada pode alcançar
consolo.
Assim, num tempo em que o mundo inteiro
necessita de um novo começo, imploramos: Veni,
creator Spiritus!
Os cristãos a exemplo de outras seitas fazem recorrentemente uma mea culpa por isto e por aquilo.A confissão, essa safa(de apagar)do passado e serve para o purificar.Uma invenção util como uteis são sempre os pedidos de desculpa.
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