«Natália
quebra o silêncio: Francisco, veja se encontra um sítio onde possamos parar, de
outro modo perdemo-nos.» Baptista Russo lobriga uma zona ajardinada e detém o
carro. De seguida, volto a vê-la erguer os braços, a compenetrar-se, a recitar
a toada da feiticeira açoriana, volto a ver a chuva parar, as nuvens a
abrirem-se e (substituindo o Sol) a Lua a resplandecer, cheia, gloriosa. Logo o
BMW retoma o andamento, veloz, a caminho da magnífica Toledo, onde chegamos a
horas do encontro poético.
À entrada do hotel a borrasca
estatela-se outra vez sobre a terra. De soslaio, Natália olha-nos com sorriso
de Gioconda.»
(Fernando Dacosta, O Botequim da Liberdade. Como Natália Correia marcou, a partir de um pequeno bar de Lisboa, o século XX português, Alfragide, Casa Das Letras, 2013, p. 35)
Feiticeira da chuva 1.
ResponderEliminarQuem é que comprará esta merda de livro?, desta caca de autor? Felizmente estes lindos excertos aqui são grátis. O pior, é que ainda assim estamos todos aqui a perder tempo.
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