Para quem gosta de recriações e apropriações,
Yasumasa Morimura (n. 1951) é um nome grande, dos maiores. No extremo do
travestismo, Morimura mete-se com e em tudo o que é ícone, desde a pintura
clássica até às fotografias mais famosas do século XX. Tecnicamente, o
exercício n não é fácil, por mais risível e kitsch
que seja o resultado final. Mas até esse foleirismo parece ser desejado, para
que assim melhor funcione a suprema subversão de todas as coisas. Obviamente,
Morimura não consegue subverter o que quer que seja, pelo que uma avaliação da
sua arte forçosamente concluirá que tudo não passa de uma idiotia lucrativa.
Daí a sua importância enquanto súmula e retrato das artes plásticas dos nossos
dias. Na sua esmagadora maioria, não passam disso mesmo, uma idiotia lucrativa.
Já que vivemos num vazio lancinante, tornemo-lo um modo de vida, tanto mais proveitoso quanto mais famoso.
Yasumasa Morimura, Damien Hirst, Joana Vasconcelos, tudo farinha do mesmo saco.
Sem comentários:
Enviar um comentário