«O livro não abdica da beleza, porque a sua poeticidade está
sempre à procura da expressão da beleza, mas é um livro de escritor. E um
escritor, alguém que faz literatura de autor – literatura a partir das
intenções da arte, digamos assim – coloca-se sempre em risco e desafia-se. Eu vou
sempre tentar não seguir receita nenhuma. Só assim é que faz sentido. Senão
estaria a fazer uma série de livros, uma espécie de sopa requentada: os
ingredientes estão colocados há muito tempo, e ou sai cenoura ou mais batata,
mas a sopa é a mesma. Nem consigo conceber como é que alguém passa a vida a
fazer uma coisa dessas. Concebo que queiram pagar contas, mas a minha vida
nunca foi, nem vai ser, feita assim.»
(Valter
Hugo Mãe, entrevista à Visão, de 19/9/2013)
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